Caminhado em Direção a Plenitude
Autor Marcos Spagnuolo Souza
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 19/01/2015 15:04:37
Em palavras simples podemos dizer que o movimento em direção a plenitude espiritual é a necessidade de conhecer e sentir o nível mais elevado da realidade ampliando a nossa consciência em direção da perfeição.
Para entendermos o que seja nível superior ou nível mais elevado da realidade salientamos que não está no patamar dos nossos desejos corporais e nem dos nossos desejos sociais e sim transcendentes ao nível corporal e social. Os desejos pessoais e sociais estão restritos ao nosso mundo dimensional e aos nossos sentidos físicos.
O portal do mundo superior ou mais elevado começa a ser aberto quando os nossos desejos não mais se relacionarem com as coisas transitórias e sim com o ponto no coração ou ponto do coração da pessoa. Esse ponto do coração é uma simbologia para o impulso da consciência em ir além das “verdades” desse mundo das formas passageiras. No antigo Egito o coração era simbolizado por um vaso dentro do qual estava a alma ou consciência, assim sendo, no misticismo esotérico o ponto no coração é a representação da alma ou consciência.
O ego está associado com as verdades do mundo dimensional e a consciência é diferente do ego em decorrência de buscar verdades eternas, assim sendo, o ponto do coração não está relacionado com as coisas do corpo humano e da sociedade e sim com desejos transcendentais. O desejo da consciência, ou do ponto do coração se dirige a fonte imutável da existência.
Enquanto no universo transitório tudo é relativo e mutável, a fonte imutável da existência não possui nenhuma harmonia com os desejos humanos, ela não muda conforme as intenções humanas. Ela não existe para satisfazer a espécie vivente. É uma força incondicional, imutável de amor total e doação que une todos os elementos da natureza. O criador não se transforma conforme a vontade humana. A consciência ou ponto do coração é uma semente atraída pela força de doação e a partir dessa atração a consciência sente a necessidade de compreendê-la, entender como essa força funciona.
O ego possui a ideia errônea de que podemos orar e pedir ao criador para que Ele mude sua atitude em relação a nós, mas sabemos que nenhuma atitude egótica pode mudar a relação do criador para conosco, sendo que nós é que temos que nos moldar aos princípios eternos emanados do criador.
A força imutável atua nas pessoas através da consciência e não do ego, age no interior da pessoa no ponto do coração e à medida que mudamos ampliamos cada vez mais o nosso conhecimento sobre a força do criador em tudo que existe.
O desejo egótico leva ao prazer efêmero, passageiro, transitório e mutável. Quando o prazer originado do desejo egótico é satisfeito o desejo desaparece ficando o vazio, a insatisfação e a intranquilidade. O desejo da consciência está ligado à fonte primordial ou a fonte imutável da existência gerando um prazer ou uma plenitude ilimitada. Enquanto o desejo do ego gera o prazer que culmina na insatisfação, tristeza e tédio o desejo da consciência conduz ao prazer eterno ou contentamento infinito.
Importante salientarmos que a transição do ego para a consciência e a ampliação da consciência em relação ao absoluto é um trabalho interno, individual que ninguém pode nos ajudar sendo um caminhar atraído pela plenitude divina. O se deixar atrair pela eternidade é uma questão pessoal. Não resta dúvida que estudar com outras pessoas que partilham o mesmo interesse que o nosso é de suma importância para entendermos as linhas mestras do processo egótico e das características da consciência em relação ao imutável, mas o caminhar em si é um processo interno que se desenvolve simbolicamente no deserto, na vida afastada das necessidades do corpo e do mundo.
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