Consciência Joanina
Autor Marcos Spagnuolo Souza
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 11/3/2014 8:42:28 AM
O homem terreno nasceu da união sexual, tendo por fundamento o desejo de satisfazer os impulsos de preservação da carne. O seu sangue, seus ossos, sua carne, sua massa encefálica, seus pensamentos, suas vontades e desejos são do mundo finito. Esse homem que nasceu em decorrência da união sexual entre homem e mulher possui a consciência terrena sem nenhuma oportunidade de compreender o universo espiritual. O homem foi feito pelo mundo para o mundo, viver no mundo para as coisas do mundo. O mundo captado pelos sentidos corporais é denominado universo das trevas, da obscuridade, no entanto, as trevas não prevalecem contra a luz que resplandece nas trevas.
Devido ao processo do movimento ininterrupto da consciência algumas conseguem perceber a verdadeira estrutura do mundo material sendo denominada consciência joanina que se opõe a toda estrutura existente dentro do espaço tempo. O corpo animado pela consciência joanina se afasta do mundo e de todas as necessidades do corpo físico, mas continua sendo um ser humano possuindo um corpo do mundo e se alimentando das coisas produzidas no mundo.
A consciência joanina compreende que esse mundo não é o ponto final da cadeia evolutiva e que na casa do Pai existem muitas moradas. A consciência joanina não é a luz, mas é uma consciência que sabe que esse mundo representa o primeiro degrau na escala evolutiva da consciência, sendo a voz que clama no deserto indo contra todos que se opõe ao processo evolutivo. A consciência joanina se manifesta em ação levando o corpo físico a permanecer no deserto, ou seja, afastado da sociedade virtualizada.
A consciência joanina possui uma percepção totalmente diferente do ser humano que vive no mundo para o mundo alertando-os: raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produza frutos dignos do arrependimento e toda árvore que não produz bom fruto (evolução) é cortada e lançada ao fogo.
O verdadeiro objetivo da consciência joanina é ascender para o próximo nível evolutivo que é a consciência crística. A consciência joanina possui a compreensão que no aspecto mitológico ela não é digna de desatar as correias das sandálias da consciência crística.
A consciência crística não é resultante do mundo espacial/temporal, não nasce das experiências do sangue nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de uma relação íntima com o mundo espiritual, sendo uma consciência que se abriu totalmente para a dimensão metafísica. A consciência crística além de ocupar o corpo físico tece o seu corpo de luz, o corpo transfigurado. No momento em que ocorre a morte do corpo físico o corpo de luz imortal penetra no reino de deus. O corpo de luz da consciência crística é a imagem e semelhança de Deus, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, pois cada consciência transfigurada é um ser que regressa a casa do Pai.
A evolução da consciência se movimenta ou se amplia de potencia a ato passando pela consciência humana, joanina e crística. São três níveis diferentes de percepção sendo que a consciência humana somente percebe o captado pelos sentidos físicos; a consciência joanina observa a verdadeira condição humana de apego ao corpo e as coisas do mundo compreendendo que para existir evolução o ponto focal é o desapego. No momento em que a consciência joanina compreende que o último apego está nos seus próprios pensamentos entra no silêncio e nesse ponto germina a consciência crística. A consciência crística é aquela que se aproxima da fonte original em absoluta pureza e solidão, sem estar contaminada pelo mundo, podendo dizer: eu e o Pai somos um.
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