Exercitar o uso da consciência!
Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 12/14/2015 4:34:55 PM
“Você não Pensa?”. “Você usa a cabeça para que?”, são colocações rotineiras e que expressam muito mais do que as próprias pessoas que as falam imaginam. Em época que as aulas solicitam marcações com “x” para as respostas, os erros não acarretam necessidade de se refazer o aprendizado, as mídias nos induzem apenas a receber as informações, sentados confortavelmente, pensar está se tornando um “artigo de luxo” e por sinal, mal visto.
Baseado nesse contexto, quem pensa questiona e quem questiona incomoda. O filho, o aluno, o subordinado, seja quem for que expresse duvidas a respeito do afirmado é considerado rebelde e contrário aos objetivos propostos. A esposa que pergunta sobre as opções escolhidas pelo marido para o passeio, ou o marido que amplia as possibilidades de cardápio para determinada situação é suficiente para criar o mal-estar, como se não fizesse parte do “time”. Questionar não significa ser reativo.
Eis a era dos pensamentos prontos. O mercado precisa apenas saber “vender” a ideia, pois se for bem sucedida sua apresentação, não mais será modificada. Coloque uma linda (ou lindo) modelo para apresentar determinado produto e eis que venderá muito, mesmo que não seja bom. Até que o consumidor tome consciência que foi enganado, muito já se vendeu e lucrou. Apontar as falhas do produto encontra o “você não usou corretamente”, “alguma coisa você fez de errado” e assim por diante É difícil aceitar que acreditou em algo que não deveria.
O rapaz é lindo. Bom nível socioeconômico e se destaca em qualquer ambiente. Nem sempre por sua beleza, mas por se impor e muitas vezes por suas ações petulantes. A garota, também bonita está encantada por ter sido “escolhida” por ele. Quando a sós ele se diz apaixonado e troca carícias. Quando em grupo a ignora, trata-a como se não existisse. Se ela aponta o fato, ele se indigna e reage como se ela quisesse ser a “dona” dele. Conforme convive vai vendo que é egoísta e desavergonhado. Quanto ela precisará passar para ver que esse rapaz não será o companheiro que ela sempre sonhou?
Quando exercitamos a consciência olhamos não só com o coração, mas também com a razão, identificamos e vamos ligando pontos percebidos, montando o cenário o mais próximo possível da realidade. Temos ciência do que gostaríamos que fosse, porém não fechamos os olhos para o que está se apresentando.
Na atualidade as situações políticas estão em grande exposição, então vamos usa-las como exemplo. Como nossa legislação permite a reeleição, observe como o candidato que quer se reeleger usa o discurso como se fosse sua primeira disputa. “Vou melhorar a saúde, a educação, a segurança.”. Discursa inflamadamente como se não fosse ele quem durante toda sua gestão nada de efetivo fez. A grande massa, forma de nos referirmos a nós mesmos, pessoas que temos participação no processo eletivo, não observa e não cruza o dito com o feito.
Você identifica que tem um problema em relação a determinada situação. Até consegue perceber que está agindo indevidamente. Insiste em não fazer nada por buscar a solução do que o atrapalha. Perde amigos, emprego, esposa ou esposo, dinheiro, mas não se permite ter consciência de sua real situação para agir na causa e não nos sintomas.
Ao exercitamos a consciência vamos ampliando o círculo de percepções e identificando as variáveis que contemplam a situação em questão. Tanto as que gostamos de ver como as que não gostaríamos que existissem, mas elas são identificadas e com isso as decisões podem ser mais consistentes.
Quanto mais nos utilizamos da consciência menor se torna a atuação de nosso ego e menos agimos egoisticamente ou mesmo não nos sentimos tão ofendidos e feridos com as situações vividas. Frases como: “Ele até tem razão, mas não podia ter feito isso comigo”, “Fiquei com cara de tacho quando ele resolveu o que era minha responsabilidade.” e muitas outras deixam de existir. Exercitar o uso da consciência significa deixar de olhar para uma tela de quatro polegadas e passar a ver em uma de cinquenta ou mais. Os detalhes se multiplicam infinitamente. O que antes não era notado agora é visto nitidamente.
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