Facilite o encontro
Autor Renata Kindle
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 10/1/2014 2:16:45 PM
Frequentemente as pessoas reclamam da solidão. Ora, a solidão não é tão ruim, nem tão feia ou assustadora. Há inúmeras maneiras de lidarmos com ela, mas é necessário alguma disposição de espírito e a certeza de que quando estamos sozinhos, estamos conosco mesmos e, estar conosco não é assustador; ao contrário, é engrandecedor. É no contato conosco que podemos avaliar os nossos sentimentos e as nossas ações, é nesse contato tão íntimo que temos a chance de sabermos o que queremos e o que não queremos de fato.
Os momentos de solidão não significam que estamos abandonados à nossa própria sorte (ou seria azar?). Esses momentos de solidão são aqueles que reservamos às nossas leituras, às nossas orações, aos nossos prazeres, ao nosso descanso, seja do corpo, seja da mente. É nesses momentos que fazemos nossas listas de cosias a fazer ou que ticamos aquelas que já conseguimos realizar. É nessas horas que fazemos nossas mais valiosas escolhas e traçamos as estratégias para colocá-las em práticas. É nessas horas que nós realmente acontecemos.
Por outro lado, e quando dá aquela vontade de ter alguém conosco? Fácil e difícil! Temos de ir atrás. Isso é bem diferente daquela ideia de sair para caçar. O outro pode ser um amigo, com quem queremos falar, um namorado, um amante, um padre, um terapeuta, um autor. Como encontra-lo? Perguntam com frequência.
A resposta não é assim tão simples, exige um pouquinho de elaboração. Se antes, na solidão, decidimos o tipo de pessoa que queremos encontrar, então já sabemos os lugares por onde devemos passar, onde devemos estar e quando. Mas o mais importante, temos de nos atentar a dois detalhes que julgo serem cruciais: o primeiro é nos colocarmos verdadeiramente disponíveis para que o encontro aconteça. Isso não é contar com a sorte na próxima esquina, mas saber que a próxima esquina também é uma possibilidade. É abrir nosso coração para receber; de nada adianta pedir sem abrir a mão para receber e nada caberá em nossas mãos se elas estiverem cheias e ocupadas! O segundo parece uma metáfora, mas não é. O encontro pressupõe que cada um andará a sua metade do caminho. Sim, se eu ando o caminho todo até o outro, já chego lá cansada e talvez desista, talvez me decepcione. Se é o outro quem faz isso de andar tudo sozinho até onde estou, então o encontro perde a graça, deixa de ser encontro para ser uma caçada.
Se você é sincero com seu coração, se ouve sua voz, sabe do que ele precisa, o que ele quer e pede e você se coloca a caminho de atendê-lo e saiba, você vai conseguir. Não importa quantas vezes você erre, quantas vezes você chore, quantas vezes você se decepcione, o importante é carregar a certeza de que você vive exatamente o que precisa viver, aprendendo e crescendo com os dessabores, tornando-se melhor e mais humano a cada etapa. Então, neste momento, o encontro acontece e você tem a convicção de que todas as experiências anteriores o tornaram mais forte, mais sábio e o compõem de alguma maneira.
Ande a sua metade do caminho com confiança, aprimore-se ao longo do seu percurso, doe-se um pouco mais e esteja aberto e pronto para receber o que a vida tem a lhe oferecer!
Avaliação: 5 | Votos: 3
Psicóloga clínica e hospitalar (crianças, adolescentes, adultos, casais e família); autora de alguns textos e artigos. Desenvolvedora de um trabalho piloto sobre a atuação das emoções no corpo físico, que se realiza com grupos de oficinas terapêuticas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Almas Gêmeas clicando aqui. |
