Jerônimo Savonarola (1452 – 1498)
Autor Marcos Spagnuolo Souza
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 12/29/2014 3:31:10 PM
A decadência da igreja, cheia de toda qualidade de vício e pecado, e ainda o luxo e a ostentação dos ricos em contraste com a profunda pobreza dos pobres magoava o coração de Savonarola. Passava muito tempo sozinho, nos campos e à beira do rio, em contemplação perante Deus, ora cantando, ora chorando, conforme os sentimentos que lhe ardiam no peito.
Enojado do mundo e cansado de presenciar as injustiças e perversidades que o cercavam abraçou a vida monástica. Na vida do claustro, Savonarola passava ainda mais tempo em oração, jejum e contemplação perante Deus.
O pregador Jerônimo Savonarola, abrasado com o fogo do Espírito Santo, trovejava contra o vício, o crime, o pecado e a corrupção desenfreada na própria igreja e do povo.
Certo dia, ao dirigir-se a uma feira, teve, repentinamente, uma visão dos céus abertos por onde passavam, perante seus olhos, todas as calamidades que sobrevirão à igreja. Então lhe pareceu ouvir uma voz do céu ordenando-lhe anunciar aquelas coisas ao povo. Convicto de que a visão era do Senhor, começou novamente a pregar com voz de trovão. Suas palavras contra o pecado era feita com tanto ímpeto que muitos dos ouvintes, ao fim da prédica, saíam andando atordoados, sem falar, nas ruas. Era coisa comum, durante seus sermões, homens e mulheres de todas as idades e de todas as classes romperem em veemente choro.
Ele tornou-se um dos ousados e fiéis arautos que conduziram o povo à fonte pura e às verdades apostólicas registradas nas Sagradas Escrituras. Mostrava as pessoas que deveriam seguir os ensinamentos do mestre Jesus. As pessoas deveriam colocar em pratica o que Jesus tinha ensinado.
O corrupto regente de Florença, Lorenzo Médici, experimentou todas as formas de abordagens (bajulação, as ameaças e os rogos) para induzir Savonarola a desistir de pregar contra o pecado, e especialmente contra a perversidade do regente. Por fim, vendo que tudo era debalde, contratou o famoso pregador Frei Mariano para falar contra Savonarola. Frei Mariano pregou um sermão, mas, pelo fato de o povo não ter prestado atenção à sua eloquência e astúcia, ele não ousou continuar.
Passava noites inteiras em oração e recebia revelações quando em êxtase ou por meio de visões. O ardor de Savonarola na oração aumentava dia após dia e sua fé crescia na mesma proporção. Frequentemente, ao orar, caía em êxtase. Certa vez, enquanto sentado no púlpito, sobreveio-lhe uma visão durante a qual ficou imóvel por cinco horas. Nesse período, todos os presentes à igreja contemplaram o rosto do pregador brilhando.
A pregação de Savonarola contra o pecado o levou a ser ameaçado, excomungado e, por fim, no ano de 1498, por ordem do papa, foi queimado em praça pública. Com as palavras “O Senhor sofreu tanto por mim”, terminou a vida terrestre um dos maiores e mais dedicados mártires de todos os tempos. Não consigo compreender por qual motivo a Igreja Católica sempre perseguiu quem seguia o caminho indicado pelo mestre Jesus. Não posso esquecer a execução de cem mil cátaros por ordem do Papa.
Referência: BOYER, Orlando. Herois da Fé. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
Avaliação: 5 | Votos: 4
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