Ligue para quem você ama!
Atualizado dia 5/1/2017 12:30:20 PM em Almas Gêmeaspor Paulo Salvio Antolini
Em minha existência tenho identificado que situações que quando jovem ou mesmo já adulto me incomodaram e fizeram com que me afastasse de determinadas pessoas, hoje não as identifico como procedentes. Eu as vejo como reações até imaturas de minha parte, todas sem exceção impulsionada pelo ego.
Há alguns anos encontrei-me com um antigo colega de colégio, onde cada um tinha muitas restrições em relação ao outro. Ao vê-lo tive uma reação alegre e aproximei-me para abraça-lo, só então percebi que ele estava constrangido, pois não esperava minha atitude. Nem eu!
Só após é que me lembrei de que tínhamos nos afastado no passado cada um levando magoas e ressentimentos do outro. Onde elas estavam? Por que não apareceram tão logo o vi? A resposta que encontrei foi: elas não tinham nenhum embasamento real para existirem. O tempo se encarregou de apaga-las. Disse a ele o quanto estava feliz em vê-lo e como havíamos sido infantis em nossa juventude. Inicialmente ainda tímido, em seguida começou a rir e me abraçou ai sim, de fato. Disse que não esperava minha reação e por isso ficou ressabiado inicialmente. Fomos para uma cafeteria e passamos bom tempo colocando nossa conversa em dia.
Tive muitos casos em consultório semelhantes ao descrito. Pessoas que após muito tempo afastadas tiveram a oportunidade de se reverem e se reaproximarem. Também muitas manifestações de arrependimento pelo tempo que deixaram de aproveitarem juntas.
Porém, como tudo na vida tem um “porém”, várias pessoas também não tiveram a oportunidade da reaproximação, pois seus falsos desafetos já haviam morrido. Pais que reagiram drasticamente com seus filhos, filhos com seus pais, amizades de anos que se desfizeram, Apertos no peito a cada lembrança. Eis uma excelente oportunidade para buscar o reencontro sem precisarem esperar que o peso dos anos faça esse trabalho por vocês.
Deixar o orgulho de lado, eliminar a frase “só falarei com ele se ele me procurar”, “se ele me pedir perdão”, e muitas outras devem ser postas de lado. Uma pessoa muito querida me diz sempre “não devemos ser tão magoáveis”. Deixar o ego de lado e escutar mais o coração se faz necessário para que se possa tomar a iniciativa. Também não ficar esperando que a pessoa do outro lado já vá dar “pulos de alegria”.
Lembre-se que as duas partes estão com “corações feridos” e é você quem está fazendo os curativos no seu. Uma mãe sempre hostilizada por seu filho me disse chorando que não iria mais ligar, pois apenas queria saber como ele estava e ele sempre era seco e rude. Disse a ela que ligasse sim e quando ele atendesse apenas dissesse “liguei para lhe desejar boa semana, fique bem”.
Ela assim fez e por muitas semanas, às segundas feiras ligava, dizia isso e desligava. Qual foi sua surpresa quando em uma delas o filho ao atendê-la foi muito carinhoso e perguntou pela primeira vez em anos como ela estava. Em seguida, começou a contar sua decisão de voltar a estudar. Ela lhe desejou muito sucesso e que estaria sempre à disposição dele no que ela pudesse.
“Paulo, se eu tivesse desistido nas primeiras ligações, hoje não estaria recebendo e sendo recebida por ele, muito obrigada”. E de todo coração lhe disse: “Agradeça a você mesma pela humildade de demonstrar seu amor mesmo quando ele parecia ser rejeitado por seu filho”. Ligue para quem você ama, diga a importância dessa pessoa em sua vida. Não deixe com que as possibilidades acabem para depois “chorar sobre o leite derramado!”.
Texto Revisado
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