O ego. O despeito!
Atualizado dia 22/06/2015 12:13:23 em Almas Gêmeaspor Paulo Salvio Antolini
Após suas colocações, lembrei-o de que estava já com sua carta de demissão pronta para entregar e o fato da empresa ter se antecipado o beneficiava com seus direitos trabalhistas, liberação de seu fundo de garantia, e ainda estava com uma carta de recomendação e reconhecimento de competência. O motivo da demissão era a incorporação de seu departamento a outro. Então, o que realmente o incomodava?
Outra situação: ela demorou um bom tempo por decidir-se pelo término do namoro. Descobrira que não era amor, apenas teve um encantamento pelo jeito gentil dele. Trouxe esse assunto exaustivamente em suas sessões. Tinha medo de se arrepender depois. Consciente de que seus sentimentos não eram suficientes para o tipo de relacionamento que estava se propondo, resolveu falar com ele no encontro da noite.
Grande foi sua surpresa que logo que se encontraram ele lhe disse que após ter pensado muito e tê-la observado sempre distante em seus encontros, estava rompendo o compromisso, pois sabia que não seriam felizes. Gostava muito dela, mas não a queria “pela metade”, foram suas palavras finais. Ela entrou em “parafuso”. “Como ele pode fazer isso comigo?” “Não é possível, não é aceitável”. Foram duas curtas frases que repetiu inúmeras vezes na sessão seguinte.
Duas pessoas, sexos diferentes, situações distintas, uma profissional e outra afetiva, os mesmos sentimentos: rejeição! Mas se sentiram rejeitados por condições que já haviam para si mesmos descartado, estavam indo concretizá-las quando o que desejavam foi antecipado pelos lados opostos.
Egos feridos! Despeito por não terem partido deles a iniciativa. As situações para os dois eram favoráveis. O primeiro iria tentar um acordo com a empresa para a liberação de seu fundo de garantia. Ao ser demitido, não só a teve como ainda recebeu o percentual correspondente da empresa quando ela demite alguém. Ela estava muito preocupada que ele ficasse correndo atrás dela, tentando reverter a situação.
Mas tinha que ser por eles!
Quantas vezes em nossas vidas conseguimos exatamente o que queríamos, às vezes até mais, não damos o devido valor e também não demonstramos gratidão pelo ocorrido, apenas por que não aconteceram como havíamos imaginado. Não fomos os protagonistas causadores das ações e sim, sofremos as ações. E sofremos intensamente por conta disso.
O sentir-se rejeitado, o que significa ser recusado em algo, gera o despeito, ressentimento mesclado com inveja pela preferência a outro e não para si.
O ego tem mecanismos que lhe garantem a permanência em nós. Algo como se tivesse vida e vontade própria. Um desses mecanismos é o da negação. O não admitir que somos capazes de agir impulsionados por esses fatores. Saibam que quanto maior a resistência em relação à aceitação de que isso está acontecendo, maior é a força com que está se manifestando.
O ego não é um ser com vida própria e sim uma manifestação de nossa individualidade, que se desenvolve na formação de nossa personalidade. Graças a isso que nos fazemos seres individuais. O problema começa quando no desenvolvimento e formação da personalidade vai-se adquirindo características distorcidas e muitas vezes de subjugação, que na idade adulta motiva ações de autoafirmação. Insegurança, baixa autoestima e constante sensação de ameaça garantem o fortalecimento de atitudes egoicas.
O antídoto à exacerbação do ego é o desenvolvimento da consciência interior. É a compreensão de que o valor próprio não se encontra no externo, seja opinião de outros ou poder de aquisições materiais. É o autorreconhecimento por si só. Identificação e respeito a seus próprios valores e a convicção de ser Uno.
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