O inferno interior!
Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 4/12/2015 11:39:46 AM
Vícios, alienações mentais, também conhecido como loucura, agressividade descontrolada e até suicídio, entre tantos distúrbios de comportamento existentes quando pessoas se deparam com seus infernos interiores e não conseguem suportar o turbilhão de emoções que se manifestam.
Pensamentos entrecortados, muito acelerados e sem conseguir fixar nenhum, aperto no peito e falta de ar que parece machucar a garganta tal o estreitamento, a pele parece rasgar de dentro para fora, o chão sair de baixo dos pés. Atordoamento, pressão na cabeça como se houvesse um aro coroando-a e sendo apertado sem dó. Vontade de gritar e explodir. Só quem já se deparou com seu inferno interior é que sabe.
Tudo começa com uma insatisfação, as vezes acompanhada por um cansaço sem origem conhecida, os problemas e dificuldades são corriqueiros, aparentemente nada de muito sério e sem grande impacto. Mas de repente, qualquer acontecimento, mesmo irrelevante dispara a reação acima descrita.
Desespero e grande dificuldade de suportar o que se esta sentindo levam à busca de doses elevadíssimas de calmantes e outras drogas mais. Verdadeira peregrinação por igrejas e cultos, levados por familiares ou amigos, com os dias e semanas passando e nada mudando, perda quase total do autocontrole, quando não, perda total.
Pode e acontece com qualquer pessoa. O que se diferencia são as formas de lidar com isso. Ajuda muito quando se compreende o que está acontecendo. Crise existencial é um de seus chamados. Verdadeiro e cruel confronto interno entre desejos e limitações não muito conhecidas, tomada de consciência chocante do que se encontrava na sombra de nossa personalidade. Conflitos, incoerências, incongruências e mais, manifestações de incompatibilidades que surgem como se tivessem que existir juntas.
O grande desafio: viver a loucura com sanidade! Os medos e as reações aversivas às emoções tão fortes e incomodas geram a perda da consciência. Impede as percepções que levarão à recuperação do equilíbrio interno.
Quando a pessoa se permite vivenciar conscientemente seu inferno interior, irá do gelo ao fogo, do seco ao molhado em questão de segundos. E cada manifestação é como uma peça que compõe o quebra-cabeças chamado ser humano.
A busca de ajuda psicoterápica é fundamental como suporte e acompanhamento desse período, assim como o auxilio medicamentoso muitas vezes se faz necessário como auxilio. Exercitar a fé nessa hora também é um grande desafio, pois a impressão que se tem é de que hão há solução e que isso nunca irá acabar. É um verdadeiro teste.
Importante também saber que viver esse estado não tem nada haver com doenças ou fraquezas e sim com a busca do autoconhecimento que propiciará mais encontro consigo mesmo, consequentemente maior consistência em seu posicionamento de vida.
O questionamento sobre o significado das coisas e da própria vida, mais do que ser necessário o encontro de respostas, trás a significação de nossa existência, uma eterna busca. Isso não é teórico, não é conceitual. É vivencial, pois como experiência tem que ser vivida só quando se vive é possível compreender.
Muitos estão adormecidos por medicamentos e outros vícios apenas para evitar se depararem com seus infernos interiores. Permitir que venham dos subterrâneos de nosso ser nossas desordens e confusões é o único caminho para o perfeito equilíbrio. Viver o inferno para encontrar o paraíso não é incongruente, embora pareça paradoxal.
Não se arruma o que esta dentro de uma mala se não abri-la antes. É uma ousadia e ao mesmo tempo uma temeridade. Mas acima de tudo, um ato de amor consigo mesmo. Viver emoções intensas e mal estares não é anormalidade. É o ser humano em busca de seu equilíbrio.
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