Opções!
Atualizado dia 7/31/2017 7:33:16 AM em Almas Gêmeaspor Paulo Salvio Antolini
Era um encontro de comemoração e percebi que não foi dado continuidade ao tema, pois se instalaria uma polêmica, tipo “é, não é” e naquele momento o clima era outro, de alegria e descontração. Depois, refletindo sobre o assunto, pude concatenar melhor as ideias. Reconstrui várias situações, inclusive de consultório, onde esse tema havia sido exaustivamente trabalhado. E o ponto de conflito, melhor seria dizer de confusão, é sempre o mesmo: considerar o que é requisito de uma opção também uma opção.
Quando fazemos uma opção, há sempre condições que a acompanham. Essas condições são requisitos que deverão ser atendidos por quem as fez.
A pessoa aceita trabalhar no período noturno. Deve entrar às vinte e duas horas e sair às seis horas do dia seguinte. Após alguns dias de trabalho quer que seu horário seja mudado, entrar mais cedo e sair mais cedo, pois poderá descansar mais. Não existe essa opção. O horário das vinte e duas às seis horas é condição, requisito do trabalho pela qual aceitou trabalhar. Ao assumir um cargo em qualquer nível de responsabilidade, virão junto exigências e solicitações que serão requisitos para quem exerce essa função. Muitas vezes, pode-se achar e até com razão, que algumas dessas exigências não fazem sentido. Levantar a questão para debate é possível em alguns casos, mas ao buscar a modificação disso fica duas possibilidades, ou a organização aceita ou não. Se aceita, ótimo. Você adequou sua participação no contexto. Se não aceita, significa que para esse item a organização enxerga como requisito, como responsabilidade da função, então, não é uma opção.
Mas não se pode dizer que não se teve opção. A opção inicial, aceitar o cargo é o que pesa, é o que comanda e faz daquilo que você não gosta o ser responsável pelo que terá que fazer. Existe a opção de não fazer, o que trará consequências que, muitas vezes não é o que se quer. Por exemplo, a pessoa ser desligada do cargo.
Muito se escuta “eu não posso, pois tenho família para sustentar!”. Grande verdade, porém, sustentar sua família é um requisito que você não abre mão, o que faz com que faça o solicitado, mesmo não sendo de seu agrado. “A vida não me deu opções!”. A vida sempre nos dá opções. O que acontece que elas podem ser piores em consequências do que as que escolhemos nos submeter. Prestem atenção: “escolhemos”. Então a forma mais adequada de expressarmos isso será: “Fazer é a opção que me é menos pior do que a opção de não fazer”.
Quantas pessoas que acham não terem opções, de repente, jogam tudo para o ar, e “abandonam-se” por não suportarem mais o que vinham vivendo. Se tivessem a percepção de que há, sim, opções, mesmo que sejam incômodas e não desejáveis, as teriam tomado e assim não teriam feito um estrago tão grande em suas vidas.
Muitos casais permanecem vivendo verdadeiro inferno porque um dos cônjuges não aceita dividir o patrimônio, conforme estipulado pela opção que fizeram ao se unirem. Manter dinheiro, casa, negócio ou qualquer outro bem tem, então, um preço altíssimo. Esse preço é a consequência da opção que fizeram: não separar para não dividir. Dividir é uma condição, um requisito da opção praticada anteriormente.
Um empresário queria sua equipe de vendas na classificação de representantes, mas queria exigir deles horários, relatórios e outras tarefas que só podem ser exigidas se o contrato for por regime de CLT. Não dá para optar sem assumir consequências da opção. Todos temos opções sim! Só não temos na maioria das vezes o poder para que suas consequências sejam mudadas.
Texto Revisado
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