Pessoas amargas!
Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto Almas GêmeasAtualizado em 6/30/2014 7:41:03 AM
Final de domingo. Quase 19 horas e estamos voltando do Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde fomos levar uma pessoa muito querida, que embarcava para o Estados Unidos. Felizes por tudo estar transcorrendo bem, dirigimo-nos para a casa de um amigo que nos convidou para um bate papo. Lá, encontramos mais pessoas, também conhecidas e que gostamos de estar. No decorrer da conversa uma delas, com expressão facial de desconsolo, começa a falar de suas intenções que foram frustradas porque várias pessoas recuaram, na hora em que deveriam ter assumido o comprometimento com o combinado. Tratava-se de uma viagem para o exterior.
Todo o relado dessa pessoa foi critico e culposo aos outros. Ela se via como uma vitima do não ter dado certo. Logo após outra pessoa chegou e, sabedora que esta que aqui cito estaria, havia levado o presente de aniversário que, inclusive, tinha sido escolhido pela presenteada. Quando o pacote lhe foi passado, ela já foi colocando no chão, ao lado de sua cadeira, sem nem abrir. Quem estava dando disse que era o presente que ela havia pedido.
Com expressão surpresa, ela pegou novamente o pacote e então abriu. Só aí demonstrou alegria, era exatamente como esperava. Na continuidade das conversas, a expressão de injustiçada continuava estampada em sua face.
É impressionante como as pessoas não conseguem perceber suas participações no que lhes ocorre. Como se tudo o que acontece independa delas. O caso em questão era uma viagem para o exterior, onde ela teria sua passagem e estadia gratuita se compusesse um grupo com determinado número de pessoas. Além de não ter experiência nesse tipo de evento, começou o movimento muito próximo da data e principalmente contando com a participação de outra pessoa, que já possui um grupo que, aonde ela vá, o grupo acompanha. Acontece que esta pessoa não pode ir. As demais, como ainda não haviam dado nenhuma parte em dinheiro, e não conhecendo quem estava organizando, desistiram.
É lógico que ela tinha mesmo que tentar, pois poderia ter dado certo, mas achar-se injustiçada porque não aconteceu é típico de quem atribui as suas responsabilidades às outras pessoas.
Quando alguém diz: “Esse não tem jeito.” Não tem jeito porque a pessoa citada não quer, pois caso contrário, ela se esforçaria e conseguiria a transformação que está se propondo. Mas para que isso possa vir a ser uma possibilidade, o primeiro passo é a pessoa aceitar que ela está agindo e sendo responsável pelo que lhe ocorre. Se essa pessoa não conseguir perceber isso, então não mudará mesmo.
Dizer que nada dá certo em suas vidas são afirmações “chavão” para justificarem a si mesmas e as demais o não estar dando certo. O não estarem conseguindo resultados que lhes sejam mais favoráveis. Já falamos que as coisas para umas pessoas são mais fáceis realmente que para outras, mas isso não justifica àquelas que encontram maiores obstáculos simplesmente viverem de queixas e reclamações. Deixarem de lutar, de fazerem sua parte na conquista do que pretendem.
Pessoas amargas não percebem que adotaram uma postura de vida que as prejudica ainda mais. Irritam-se quando vêem alguém feliz comemorando algo que conquistado, mas não identificam que a felicidade que as está incomodando tanto é mais uma alegria de um passo dado do que fruto de prêmios ou facilitações.
Pessoas amargas agem exatamente como a descrita acima, recebem o presente tal qual pediu, mas não conseguem usufruir o que conquistaram, o que receberam, pois o que não conseguiram pesa mais.
Deixar de ser amargo faz toda a diferença na alegria do viver. Requer muito esforço e humildade, uma mudança nas crenças, principalmente na crença que não merecia passar pelo que passa. É um exercício tão desafiador como qualquer outra transformação que se proponha, tal qual deixar um vício. Pessoas amargas são viciadas no se lamentarem e se sentirem injustiçadas.
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