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Relação de compromisso: vocês estão preparados?

Atualizado dia 09/06/2015 07:11:45 em Almas Gêmeas
por Flávio Bastos


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"Jamais peça para alguém amá-lo. Jamais peça para alguém admirá-lo. Amor, admiração, bem como respeito, são construídos sem pressão, no solo insubstituível da liberdade. São frutos de imagens construídas nas janelas mais íntimas do inconsciente". (Augusto Cury)

Compromisso é coisa séria, que exige das pessoas envolvidas numa relação, foco, no sentido de suas expectativas não se tornarem uma experiência frustrada, uma decepção amorosa.

Nas gerações de nossos pais e avós, tanto o homem como a mulher completavam a adolescência aos vinte anos, no máximo, pois havia na cultura de época, que fazia parte do modelo de educação parental, um preparo para o enfrentamento do que viria pela frente, ou seja, o casamento, que estabelecia papéis bem definidos, à medida que a mulher era responsável pela administração do lar e, em muitas situações, pela educação dos filhos. Basicamente cabia ao homem trabalhar e, eventualmente, compartilhar momentos com a família, principalmente nos fins de semana, feriados e férias escolares.

Com o passar dos anos, este comportamento social sofreu uma significativa alteração, pois a mulher conquistou o seu espaço na sociedade e passou a reivindicar os mesmos direitos e deveres do homem no mercado de trabalho e nas responsabilidades relacionadas à família e ao ambiente doméstico. A partir do final do século vinte, a crise de valores ético-morais instala-se na sociedade e atinge diretamente a educação provocando uma gradual desestrutura das relações, a começar pelas relações familiares, estendendo-se para as relações profissionais e os relacionamentos amorosos.

Como decorrência desta transformação, a educação entra em crise, pois o que antes era considerado um "valor" passa a ser questionado e sofre uma adaptação com o objetivo de atender a demanda do casal e as necessidade da família.

A fase da adolescência prolonga-se e invade a fase que antes era considerada adulta: a faixa etária que vai dos vinte aos trinta anos, ou seja, o indivíduo adulto continua adolescente no sentido emocional, à medida que mantém um vínculo de dependência com os pais. Portanto, é num contexto sócio-familiar de dependência financeira e, muitas vezes, de dependência emocional, que o adulto-adolescente direciona a sua vontade de assumir uma relação de compromisso, sem, no entanto, cumprir fases que nossos pais e avós chamavam de namoro e noivado". A cultura do "ir ficando pra ver se vai dar certo", que substituiu o estágio do namoro e noivado, pode interferir no tempo necessário para que os parceiros se conheçam. Tempo que requer a prática de um jogo relacional" cujas regras veremos a seguir.

Conhecimento Mútuo

Um relacionamento que se inicia representa o encontro de duas pessoas estranhas, e a vida a dois é um contínuo conhecer-se, pois ninguém ama a quem não conhece. Cada um de nós é um "mistério a ser revelado", uma verdadeira caixa de segredos, e para que alguém nos conheça, é preciso que nos revelemos de maneira autêntica.

Na longa caminhada do conhecimento mútuo através do diálogo, é preciso saber ouvir o outro com paciência pra entender exatamente o que ele quer dizer. E para o casal construir a própria história, é necessário o autoconhecimento, respeito às diferenças e a responsabilidade de ambos assumirem as suas partes no relacionamento. Mas para tal, cada um precisa sair da sua percepção limitada para ver o outro como ele é, sem fingimentos ou máscaras.

Cedência

O segredo de ceder em um relacionamento está no equilíbrio. O problema é quando somente uma das partes cede. Por isso, a autoestima deve ser peça importante no jogo da cedência, pois ceder no relacionamento para manter a paz é um ato de bom senso e reflete maturidade. Porém, desde que haja consenso para que a atitude de ceder desperte a confiança e o respeito mútuo.

Aceitação

Aceitação não significa que uma pessoa concorda com o comportamento ou com as faltas da outra pessoa, significa simplesmente aceitá-la da maneira como é, sem passar a vida inteira tentando mudá-la. Ao aceitarmos a outra pessoa como ela é, e não como gostaríamos que fosse, a energia usada para criticar pode ser utilizada para construir e alimentar o relacionamento.

Cumplicidade

Nascemos, crescemos e nos relacionamos afetivamente, mas não questionamos as razões do processo que nos leva a "amar" o outrem. Do querer ao amor cúmplice, existe um caminho a ser trilhado que exige transparência, autoconhecimento, aceitação, desejo e, principalmente, amadurecimento.

Cumplicidade afetiva exige desprendimento dos excessos do ego, confiança, percepção de si mesmo e do outro na convivência, sensibilidade e, acima de tudo, amor, que envolve todos os pré-requisitos de uma relação saudável focada no crescimento.

Liberdade Individual

Antes de serem parceiros envolvidos em um relacionamento de compromisso, as pessoas são individualidades. Portanto, a liberdade pessoal precisa ser preservada. Um tem que permitir ao outro o exercício de ter vontades próprias, afinal, um relacionamento não é uma prisão. Porém, o excesso pode prejudicar provocando o afastamento. Neste ponto também é preciso alcançar o equilíbrio através do diálogo e do conhecimento mútuo. 

Neste sentido, talvez o comediante, humorista e dramaturgo brasileiro, Jô Soares, tenha chegado à síntese do que representa uma relação de compromisso: Amor = (A) Amizade. (M) Maturidade. (O) Organização. (R) Respeito.

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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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