Sonhar!
Atualizado dia 6/23/2014 7:36:00 AM em Almas Gêmeaspor Paulo Salvio Antolini
Mas quero falar sobre o sonhar como manifestação de nossos desejos, manifestação do que almejamos. Tal querer me veio em função de uma conversa com um querido amigo, dono de uma capacidade de raciocínio invulgar. Hoje, ele já passado do meio século de idade, percebe-se insatisfeito com o rumo de sua vida, mesmo com o tudo que já conquistou, mas que nesta parada para pensar, não o agradou. Discorrendo sobre isso, disse-me que em determinado ponto, precisou de um referencial para não se perder em suas elucubrações mentais. Para tal, voltou à sua juventude e então tentou lembrar-se de qual eram seus sonhos naquela época.
Passagem obrigatória para quem quer analisar sua vida e suas conquistas, lembrar-se de seus sonhos e anseios enquanto adolescente e comparar com o tudo que se realizou nesse tempo de vida. Quantas pessoas sufocaram seus sonhos pela forma como conduziram suas vidas desde o começo.
Jovens que precisaram deixar os estudos porque descuidadamente, engravidaram. Jovens que deixaram a jornada a meio caminho porque não tiveram a paciência para atingirem suas conquistas e se consolidarem em seus rumos. Jovens que por atitudes da própria juventude, envolveram-se em situações onde a justiça os barrou em seus caminhos.
Como é bonito ver jovens a sonhar e alimentarem expectativas para seus futuros. Quanto idealismo que, se nós adultos tivéssemos sabido facilitar a vida destes jovens, eles hoje poderiam estar desfrutando de suas realizações. Sim, o mundo adulto instituiu que os sonhos não fazem parte da realidade e então, na maioria das vezes o adulto planta a frustração na jornada de quem sonha, fazendo-o abandonar suas esperanças. Fazendo com que deixem de acreditar que serão capazes de concretizar seus sonhos, de transformá-los em realidade.
Não importa nossa idade hoje, mas sim a possibilidade de rever o que sonhamos e comparar com o que realizamos. É natural que para muitos a análise feita não será satisfatória, mas o intuito não é “entrar em depressão” e sim, verificarmos o que pode ser retomado e então, com as condições de hoje, poder ser realizado.
O afastamento desses sonhos é tão intenso e doloroso que, para uma grande maioria, elas não conseguem nos primeiros momentos de reflexão, reconstruírem seus anseios de juventude. É interessante e estranha a sensação de mal-estar que isso causa, pois é como se a pessoa tivesse apagado uma parte de sua história, uma “amnésia” que serve como uma “tentativa de proteção”, para que se evite o sofrer.
Mas, e aqui vai o mais interessante e bonito para quem se propõe a este exercício, um grande número de pessoas que retomaram a lembrança de seus sonhos, puderam dar vazão aos mesmos, realizando-os. É lógico que não nos mesmos moldes do passado, mas atendendo as condições de cada um nas datas atuais.
A descrição destas pessoas é a de uma grande alegria interior, alegria quase infantil e um enorme bem-estar. Sonhar, navegar nas asas do tempo e poder ancorar no momento em que se tem para atuar, para agir, mais do que poético, é divino.
Mesmo pessoas que identificaram hoje não ser mais possíveis essas retomadas, identificaram também a possibilidade de novas interpretações aos seus dias de hoje. Perceberam que é o tempo que tem disponíveis e cujas atividades, então, passam a ser mais significativas do que estavam considerando. Para estas, está muito mais o terem vivido do passado do que terem reconhecido o valor de seus dia a dia.
Reconhecer seus sonhos é poder retomar seus valores em suas essências, é poder verificar conscientemente o tudo que atribuem de importância em suas vidas e o que estão fazendo com isso. É viver mais plenamente do que no mundo de restrições impostas pelo desencanto.
Texto revisado
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