Um outro olhar para a Astrologia
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Autor Alvaro Domingues
Assunto AstrologiaAtualizado em 28/02/2013 10:22:10
No artigo anterior, eu disse que a Astrologia pode ser vista como uma Arte e eu, como escritor, por este motivo, apaixonei-me por ela. Para mim, todos os instantes é desenhado nos céus um novo drama que pode ser lido. Tem personagens que são chamados de planetas e signos, tem um ambiente onde tudo acontece (as casas e o céu), tem relações entre estes personagens (os aspectos) e uma história a ser contada (a carta natal ou mapa astral).
O que astrólogos profissionais fazem é fazer coincidir este drama com a data de nascimento de uma pessoa, que corresponde a uma história única que pode ser contada.
Não é uma relação de causa e efeito, nem de influências de campos gravitacionais, mas de correspondência, no sentido dado pela tradição esotérica de que "o que está em cima corresponde ao que está em baixo e o que está embaixo corresponde ao que está em cima".
Interpretando isso com um olhar do século XXI: os astros, até que um ser humano olhe para eles, não tem nenhum significado. A partir de um olhar específico, eles ganham um significado. As estrelas se agrupam em constelações, os planetas ganham nome e seu movimento contam uma história. Assim o que está em baixo é igual ao que está em cima. Por outro lado, a partir do momento que olhamos para o céu, o céu nos devolve o significado a ele atribuído.
Povos primitivos, e até algumas civilizações mais evoluídas, acreditavam que, se um ritual determinado não fosse executado, por exemplo, o sol não se levantaria no dia seguinte. Absurdo aos olhos de hoje, porém este mesmo conjunto de rituais e de observação celeste regulava o calendário da agricultura, com grande precisão. Os eclipses, nesta cultura, representariam um grande desastre. Observando-se os céus é possível prevê-los. Muitos calendários antigos e até alguns templos tinha a função de prever eclipses e o faziam com grande precisão.
Navegantes davam significado de guias para as estrelas. Os povos nórdicos colocaram Tyr nos céus, uma constelação em forma de seta, que aponta para a estrela polar, que indica o Norte. Os navegantes cristãos no século XVI fizeram o mesmo com o Cruzeiro do Sul. O mito é outro, o ponto de referência é outro, mas a necessidade é a mesma.
E a Astrologia hoje? Como pode ser encarada?
Se você está lendo este artigo e chegou até aqui, acha que a Astrologia tem valor. E tem, com certeza.
Se ela funciona, como funciona?
Vou destacar alguns pontos de vista.
Sincronicidade
Jung diz que o que faz a Astrologia funcionar é a sincronicidade. Por exemplo, a pessoa que pede um mapa astral e recebe uma interpretação de um astrólogo tem em suas mãos uma história que ganha significado por ter sido desenhada por aquele mapa naquele instante e ser ela a pessoa que recebe. Isso não tem nada a ver com uma relação de causa e efeito. É "apenas" uma coincidência significativa (como abrir um dicionário ao acaso e a palavra escolhida ser exatamente aquela que desejávamos encontrar).
Duas pessoas que nasceram no mesmo local no mesmo instante terão mapas idênticos e podem ter vidas completamente diferentes.
Mas onde entra a sincronicidade? Uma delas vai a um astrólogo e, "sincronicamente" o que ela ouve do astrólogo tem muito a ver consigo própria. A outra não foi (e não teve sua vida analisada) porque não precisava ouvir aquilo.
As coincidências ocorrem mas quem dá significado a elas somos nós. Isso guarda similaridade com a lei da correspondência aceita pela maioria dos astrólogos.
A Lei Correspondência
Da mesma forma que a sincronicidade, a lei da correspondência não é uma relação de causa e efeito ou uma influência por a uma força invisível exercida à distância.
Para a Astrologia, "o que está em cima é igual ao que está embaixo" ou a lei da correspondência, significa que nós e os astros estamos inseridos no mesmo sistema, e o que afeta um, afeta outro. É como num entrar num ambiente cheio de gente alegre. Mesmo que estejamos triste e não saibamos o que é provocou aquela alegria, logo estaremos também alegres.
E há volta também. Estudamos Astrologia e damos um significado aos astros e eles passam a corresponder a este significado.
A diferença da sincronicidade para a correspondência é que sincronicidade é uma coincidência significativa que ocorre num determinado instante e é imprevisível.
A Astrologia, por outro lado, baseia-se na regularidade do movimento dos astros para traçar um mapa natal ou verificar um trânsito. Aquilo que está sendo visto no mapa corresponde a algum acontecimento na Terra, para o indivíduo que está sendo estudado.
A Astrologia moderna não é determinista, ou seja, as coisas não acontecem necessariamente. Por exemplo, se você cair e se machucar isso não foi causado porque o planeta X estava em oposição a Y. Mas este aspecto astrológico pode ter gerado as condições para que isso acontecesse. A conjunção não colocou o pé para você tropeçar, mas pode ter deixado um tapete mal colocado. Você pode pisar ou não tapete, o tapete se deslocar ou não, mas que ele estava lá, estava.
Talento do Astrólogo
A Astrologia, como todo oráculo, depende de interpretação. O mapa astral traçado de acordo com uma técnica será sempre igual, o que permite se criar um programa de computador que o desenhe.
Porém de posse de um mapa, o astrólogo tem diante de si um conjunto imenso de informações e vai filtrar o que julgar importante de acordo com um método próprio ou simplesmente usando a intuição. O mapa então se torna uma imensa mancha de Roscharsh que será interpretado por um ser humano com uma certa sensibilidade.
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Alvaro Alípio Lopes Domingues é analista corporal certificado pelo O Corpo Explica, oraculista, astrólogo e criador do Tarot Simbólico de Alvaro Domingues © 2022. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Astrologia clicando aqui. |