2015 – um ano para a resolução de conflitos

   

Autor Alex Possato

Li em alguns lugares sobre ser 2015 o ano da cabra, no horóscopo chinês e resolvi fazer um exercício livre de interpretação. Por ser filho deste signo, entendo desta forma a energia que estará em movimento, no próximo período: uma energia do compartilhar, de resolução de conflitos, mais feminina, artística e fluída. E assim como em todas as previsões e mapas, quando uma energia é mais influente, os pontos que nos impedem de manifestar esta energia serão provocados. Traduzindo: serei convidado a olhar para a minha incapacidade de amar o próximo, compartilhar, estabelecer a paz, ser mais feminino, acolhedor, paciente…
 
 

Jesus Cristo sabiamente decretou: amai o próximo como a ti mesmo. Ele sabia a enrascada que estava propondo aos seus seguidores. Afinal, por termos esquecidos da nossa filiação divina, acreditamos ser um amontoado de defeitos e erros, e por isso, vivemos nos julgando severamente. Comparamos nosso comportamento, nossos pensamentos, nossas emoções com um padrão de altíssima perfeição, confundindo a transitória casca que nos reveste nesta vida – o corpo, a mente e o comportamento, com a nossa pura essência.
 
 

Como amar uma mente alucinada, que não para um instante? Como amar meus vícios, meus medos, meus desejos, minha raiva, meu ciúme, minha gula, minha avareza? Como amar um ser que deixou de auxiliar amigos, que não consegue estender a mão, que tem mágoas desta e aquela pessoa, que condena tantos, se achando superior a uns, para então se achar inferior aos outros?
 
 

Bem… na minha caminhada de autoconhecimento, terapia e espiritualidade, percebo que todos os conflitos existem dentro de cada um. Podemos encontrar os fatores que nos impedem de amar o próximo de uma forma bem fácil: basta olhar para as pessoas que nos provocam. O ex-marido. O pai fraco. A mãe manipuladora. O amigo que traiu. O filho rebelde. O irmão viciado. O cunhado desonesto. O vizinho agressivo. A natureza é tão sábia, que nos coloca no seio de uma família e de um grupo social com todos os ingredientes para aprendermos a fazer o bolo da compaixão. E compaixão pode ser despertada, pois é um atributo inerente a todo ser humano. Este exercício de inclusão, perdão, pacificação, será facilitado por algumas perguntas:
 
 

- qual o sentimento esta pessoa provoca em mim?
– o que vem, relembrando a ação do fulano?
– que tipo de atitude não aceito de jeito nenhum?
 
 

E  espere. A resposta virá. Não será incomum você lembrar de fatos passados que não tenham nada a ver, teoricamente, com a situação primeira que gerou o exercício. Por exemplo: você lembra da traição de um amigo. E ao perguntar-se: o que esta traição me provocou, internamente, vem a resposta: tristeza profunda. E talvez, subitamente, você relembre de uma cena muito antiga, quando você viu o pai sair de casa, brigado com a mãe, após uma discussão. Ele deixou de beijar você, todas as noites, como sempre fez. Ele não estava mais lá para contar uma história. Você se sentiu traída. E muito triste.
 
 

Pode ser que a memória ultrapasse os fatos conhecidos. Somos a somatória de experiências nossas, dos nossos pais e antepassados também. Muitos dos padrões de rejeição e conflito que você repete na sua vida atual, foram gerados em épocas muito, muito distantes. Se você entender profundamente isso, perceberá que não existem culpados ou inocentes nas coisas que acontecem na sua vida. As pessoas e situações servem somente para trazerem a tona energias e emoções do passado, que clamam por serem vistas, incluídas e deixadas. No exemplo acima, se você fizer a paz com a tristeza que a traição da amiga lhe causou, você estará se libertando de uma energia poderosa, que fatalmente atrairia novas situações de traição. A tristeza queria ser vista. Quem sabe esta tristeza também seja a mesma que a sua mãe sentiu ao ser traída pelo seu pai? E também a mesma tristeza da traição que ocorreu entre o irmão lá de trás da história familiar, que enganou a todos e ficou com a melhor parte da herança, deixando outros em má situação? A tristeza do filho que perdeu os seus pais, e sentiu-se traído pela vida, por Deus?
 
 

Estou explicando estes exemplos de forma racional. São historinhas, somente. Para ilustrar como deve ser feito o seu trabalho de reconexão com a energia emocional presa nas situações onde você rejeita, exclui, julga, condena, afasta… Saber intelectualmente isso não auxilia nada. Você terá que fazer o trabalho. Penetrar bem profundo, bem profundo nas suas emoções inconscientes. Eu terei que fazer meu trabalho. Esta é a parte que nos cabe. Que quando levada com responsabilidade e diligência, nos liberta. Abre o nosso coração para verdadeiramente amar o próximo. Permitir no coração a existência dos que traem, dos que agridem, dos que ferem, dos que roubam, dos desvalidos, dos fracos, dos viciados… Porque todos eles estão dentro de nós. Pedindo para serem vistos, incluídos. E eu tenho certeza que você pode caminhar em direção à esta inclusão. A sua parte divina, sua essência crística perfeita, pode.
 
 

Acredito que você esteja cansado de guerra. Cansado de discórdia.Cansado de violência. Esta é a parte que podemos fazer, para estabelecer um ano de paz. Paz consigo. Paz com as pessoas próximas. Que se refletirá em solidariedade madura e compaixão verdadeira. Que 2015 seja este ano. Um ano de muita compaixão para você!
 
 

Avaliação: 5 | Votos: 8

     

Conteúdo desenvolvido pelo Autor Alex Possato    Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoajuda clicando aqui.