Im-perfeição
Atualizado dia 3/1/2017 12:14:48 PM em Autoajudapor Andrea Pavlo
No discurso, Tiago Leifer falou sobre qualidade e defeitos. Disse que as pessoas dentro da casa tinham sido escolhidas por esses dois fatores, por serem pessoas apaixonantes a seu próprio modo. Que ninguém estava lá para lavar a louça e arrumar camas, e sim jogar individualmente.
Ainda dentro do reality, um dia destes eu ouvi uma conversa de dois brothers (incluindo essa que saiu ontem). Ela perguntava, depois de ver o livro que o colega lia, quais pecados ele já tinha cometido. Ele se apressou a dizer que “nenhum”. “Gula talvez, um pouco”.
Acho interessante como queremos ser perfeitos e como negamos nossa humanidade no processo. O cara acha mesmo, de verdade, do fundo do seu coração que jamais foi avarento? Nem quando, aos oito anos, o seu irmão queria tomar o seu sorvete e ele não deixou? Nem quando ele vê um cara que se deu muito bem na vida ele não pensa “porque ele e não eu? ”. A gula então, nem se fala, né? Impossível não sentir isso, todos os dias (no meu caso). A luxúria? Ele falou que nunca cometeu luxúria! É virgem, amor, até hoje?
Os pecados foram coisas inventadas pela igreja católica, lá nos primórdios (e isso não tem nada a ver com Jesus Cristo ou a história real) para controlar os impulsos humanos. Para aproximá-los de uma “perfeição divina” que obviamente é inacessível. Impossível de alcançar, ela gera uma culpa imensa, o tempo todo. Se admitirmos nossa ira, nossa inveja e nossa luxúria, estaremos sendo pecadores e não vamos para o reino dos céus. Então, secretamente, fazemos tudo isso, e nos escondemos numa negação inconsciente. Lembram do personagem da Perpétua, irmã de Tieta, em “Tieta do Agreste”? Ela era puritana, apontava o dedo no nariz de tudo mundo, mas tinha o pênis embalsamado do marido guardado no guarda-roupas.
Isso que nossa sombra faz. Quando mais negamos, mas ela se apodera de nós. Mas a influência do “mal” aparece. E por mal não estou falando dos pecados, mas todo o mal que podemos fazer conosco mesmos, como o medo e a culpa. Cheios de medo e culpa, não somos perigosos. Não agimos, não influenciamos ninguém e não crescemos tão pouco. Quem manda continuará mandando, quem obedece continuará obedecendo. E tudo isso porque temos a pretensão silenciosa de sermos perfeitos. Bons cristãos! Intolerantes com os erros e com os defeitos dos outros. Cerceamos dentro da nossa verdade.
Sim, você e eu erramos. E muito. E feio. E o único meio de sanarmos os prejuízos, para nós para os outros, é paramos de nos negar humanos. Fazer o mea culpa sem uma condenação constante. Sem cobranças excessivas de um caráter que nem temos condições de ter. Um dia, talvez, melhora. Mas nunca ser um avatar de fato. Vamos pensar menos nisso e nos observar mais. Existe um mundo fascinante dentro de você, se você parar de negá-lo e excluí-lo.
Avaliação: 5 | Votos: 3
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoajuda clicando aqui. |