Laboratório de Emoções - por Adriana Campidelli
Autor Paulo Solano
Assunto AutoajudaAtualizado em 05/05/2015 17:22:35
Gosto muito de buscar referência na sabedoria dos que viveram antes de nós, frequentemente na fala de nossos ancestrais encontramos ecos das falas de estudiosos do comportamento humano.
Ainda jovem, ouvi meu avô dizer: - "Para saber como alguém será como marido (esposa), olhe para com se relaciona com sua família: Pai, mãe, irmãos". Ele, na verdade, percebia que no ambiente familiar, não se usa máscaras, pode-se ver as relações como são realmente.
Mais tarde ouvi outra grande mestra da vida dizer: - "Meus filhos são tipo exportação..." Ela referia-se a diferença de comportamento dos filhos fora e dentro de casa, percebia uma característica muito importante do núcleo familiar.
Estamos falando de como as emoções se dão nas relações parentais mais próximas. O ambiente da família é o lugar mais adequado para exercitarmos nossas emoções. Claro! Ali, sabemos, mesmo que inconscientemente que somos aceitos e amados, que pertencemos, e, portanto podemos viver e exercitar os sentimentos que nos dominam e os nossos conflitos mais íntimos.
Não se trata somente de bater longos papos de pai pra filho... Se isso é possível, que bom! Contudo se trata antes disso de poder sentir e manifestar: raiva, medo, amor, alegria, tristeza, no ambiente familiar.
Você que é pai ou mãe (especialmente de adolescentes) já montou o cenário, não é mesmo? Quantas vezes você teve que "administrar" o medo de seus filhos, ou mesmo a raiva. Ah a raiva! Quantas vezes você teve que "administrar" os seus próprios sentimentos: culpa, medo de estar com seu filho num momento importante?
Muitas vezes, a raiva que os jovens demonstram não é contra seus pais, mas somente junto a eles pode ter espaço para manifestá-la. Muitas vezes os limites impostos pelos grandes que apenas querem proteger, geram revolta, mas provocam também no alicerce da relação a certeza de estar amparado e a necessidade natural de recriar caminhos.
Podemos muito mais do que estar junto, cuidar de perceber nossa posição de pais, de colocar limites, ajudar a ver as possibilidades que já conhecemos, para que nossos filhos possam escolher, para que possam crescer, afinal, não é isso que queremos?
Artigo publicado em 24/04/2006
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