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O Novo Pai - Parte II

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Autor Priscila Gaspar

Assunto Autoajuda
Atualizado em 8/10/2007 11:19:11 PM


Tradicionalmente, o pai é a figura que interdita algo, ou seja, que impede o acesso a alguma coisa. A função paterna, portanto, relaciona-se às regras e limites. É o pai quem determina a “lei” dentro de casa: “Isso não pode!”. É importante observar que não há necessidade de expressar essa lei por palavras: às vezes basta o olhar. O pai nem precisa estar presente, pois a figura do pai também é formada a partir do que a mãe fala sobre esse pai: ”Você vai ver quando seu pai chegar!...”. Além disso, o pai também é aquele que mostra à criança que ela não é a única na vida da mãe, ou seja, permite o amadurecimento da criança às custas de se ver separado de sua mãe. Mesmo sendo doloroso, isso é extremamente saudável para a criança, que a partir daí irá se preparar para outras frustrações, separações. Assim pode aprender a defender-se, caminhar por si. Da mesma forma que a função materna, a função paterna pode ser exercida por outras pessoas, independente do sexo ou do grau de parentesco. Qualquer pessoa que dite regras ou que se oponha entre a mãe e a criança estará cumprindo esse papel. Quando a função paterna falha, a criança tende a ficar extremamente ligada à mãe (ou à pessoa que exerça a função materna), podendo apresentar, no futuro, dificuldade de estabelecer outros vínculos afetivos.
Na atualidade, boa parte dos casais mescla a função materna e paterna, ou seja, cada um exerce um pouco de cada função. A nossa questão é: até que ponto isso é saudável para a criança? Será que, essa confusão de papéis pode de alguma forma, gerar também uma confusão no desenvolvimento psíquico das crianças? Embora seja muito difícil prever a partir da teoria, a observação de crianças e adolescentes tem mostrado que o desenvolvimento psíquico é saudável desde que ambas as funções sejam exercidas de forma coerente, não importa por quem. Entende-se por “coerente” que exista um consenso entre pai e mãe. Se ambos ditam regras, que estejam de acordo a respeito delas. Por exemplo: não adianta a mãe dizer que a criança deve ir para a cama às nove da noite se o pai permite que assistam TV até as dez e meia. Neste caso, ambos estão ditando regras conflitantes. O problema não é que os dois exerçam a função paterna, mas o conflito gerado se não houver consenso. A tendência é que as crianças fiquem confusas ou não valorizem as regras.
Obviamente, o casal não deve abster-se de exercer a função paterna. Caso pai e mãe exerçam apenas a função materna -com muito amor, carinho, todos os cuidados e atenção, porém sem regras - estarão criando filhos despreparados para a realidade. É importante saber que a realidade não é um mundo só de prazer, amor carinho e satisfação, pois inclui perda, separação e frustração. Famílias muito austeras podem apresentar o comportamento oposto: regras em excesso e muito rigor - sem amor, afeto e aceitação-, levam a criança a acreditar que o mundo é um lugar ameaçador, cheio de perigos, onde a satisfação não pode ser encontrada.
Quanto à inversão de papéis ou mesmo mesclar os papéis de pai e mãe, existindo coerência haverá um ambiente emocional saudável para o desenvolvimento da criança. Complementando, ficam algumas dicas para os novos pais (ou “pães”) e mães:
-Esteja atento às necessidades de seu filho: ouça-o, olhe nos olhos dele, abaixe-se para falar com ele. Mostre que você está atento a ele.
- Valorize o que seu filho faz: ajude nas lições, conheça os amiguinhos dele, saiba quais são seus personagens preferidos, compareça às reuniões da escola, eventos esportivos e festivos.
-Saiba dizer “não” sem se sentir culpado. É melhor que seu filho aprenda a conviver com pequenas frustrações desde pequeno. Cedo ou tarde ele terá de se deparar com os limites reais da vida e precisa estar preparado, para evitar grandes decepções.
- Converse muito com a (o) companheira (o) para definir as regras e os limites, a fim de evitar conflitos maiores. Mas saiba que ter opiniões divergentes, eventualmente, é parte do processo e uma oportunidade de amadurecimento também para vocês.
-Não tenha medo de errar perante seu filho. Aceite suas próprias limitações e não tema perder o amor dele... Ainda que ele venha a se decepcionar com o seu “lado mau”, isso é necessário. Até porque, com o tempo, ele terá de descobrir que você, como todo mundo, não é perfeito. Aos poucos ele descobrirá isso e terá mais facilidade para lidar com seus próprios limites e imperfeições.

Leia a primeira parte deste artigo: "O Novo Pai - Parte I" acessando: link



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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Priscila Gaspar   
Priscila Gaspar é Psicanalista, Terapeuta de Regressão e Terapeuta de Casais, com especialização em Sexualidade Humana. Atende em psicoterapia individual e de casal.Contato: [email protected]
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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