A Ânsia de Amar
Atualizado dia 6/19/2008 1:21:52 PM em Autoconhecimentopor Wilson Francisco
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!"
Este é um verso de Florbela Espanca, escritora portuguesa, que teve uma passagem rápida pela Terra, deixando sua marca de musicalidade na escrita.
Pontuava em seus versos a agonia de uma ave aflita há procura de um ninho onde pousar seu corpo. É essa quase sempre a ânsia humana, a querência dos amantes, que diante da adversidade ou das separações se desabam pesadamente no pranto e na angústia.
E nesse mês de junho, quando os enamorados se encantam com seus amores, será importante fazermos uma reflexão sobre relacionamento. Esse é o caminho de todos os seres, desde os mais rudimentares até, quem sabe, os anjos. Porque também deve haver entre os anjos as buscas de alianças e encontros, pois são almas criadas por Deus.
É da própria essência do Espírito procurar um outro com o qual possa compartilhar projetos e sonhos. E essa busca com a evolução da humanidade se inicia cada vez mais cedo.
No meu tempo de criança, eu me lembro, com quatorze anos eu brincava de bolinha de gude e empinava pipa. Hoje, meus netos com muito menos idade já se dedicam aos ensaios de buscar parceiras, nos olhares furtivos na escola, nas brincadeirinhas de rua e a internet agora então deu um empurrão, pode-se dizer em alguns casos desastroso, nesse interesse de encontrar companhias.
Mas, afinal, por que a criatura se relaciona com outra? É da sua essência, o homem é gregário por natureza e há como que uma atração que nos leva a encontrar a pessoa com a qual compartilhamos nossa existência. Às vezes acidental, um encontro fortuito, um embrulho que vai ao chão, um esbarrão na saída da padaria, enfim, o Universo tem inúmeros jeitos de fazer com que um e outro se encontrem.
Mas a decisão de viver seus dias com uma outra pessoa é uma escolha pessoal, exclusiva. Nem Deus é responsável. Cada criatura faz o que manda seu coração ou às vezes o cérebro. Seja como for, a decisão de se realizar uma aliança com outra pessoa é um acontecimento importante, exigindo de cada um, atenção e cuidado.
Mas como, Wilson, cuidar de algo que surge de repente, que emerge de nossa alma, como um fogo devorador e que nos vai consumindo dia a dia?
O amor, se diz, é cego. Pode ser, porque ainda vivemos sob o domínio do instinto e transitando pelos perigosos caminhos da paixão desenfreada.
Mas como é bom se apaixonar, deixar marcas no coração daquela criatura que elegemos para ser anfitriã de nossa alma, quando percorremos as alamedas do jardim do amor. Que sensação boa, estar debruçado no peito de alguém que toca nosso cabelo e que diz com os olhos que ama intensamente o cheiro da nossa alma.
Sem o amor e a companhia daqueles que amamos, os caminhos são ermos, as noites silenciosas e, olhando nosso ninho sem a sua presença... Ah! que dor percorre nosso peito e sufoca nossas palavras, fazendo brotar lágrimas em nossos olhos.
Um dia depois, um mês, quem sabe... Tudo passa, reintegramo-nos em nossos afazeres, encantamo-nos com outras tantas coisas da vida e vai-se a criatura pelos caminhos à procura de um novo lenitivo para seu coração.
E ninguém, ou poucos, diante de desentendimentos, abandonos e solidão tem a coragem de dizer: não amarei mais! O homem e a mulher vivem do amor. É da nossa essência, para que haja a procriação e acima de tudo para que dessa relação o ser humano possa fazer a gestação de algo mais sublime que é a solidariedade, o respeito, a gratidão e a cumplicidade, na busca de projetos e sonhos comuns.
Por outro lado, há perdas, para muito irreparáveis, quando a criatura amada resolve sair do cenário terrestre, deixando o corpo e mudando-se para o Além.
“Hoje estou com uma saudade imensa, chorei muito sábado à noite, sem a intenção de perturbá-lo, mas não consegui segurar as lágrimas, não quero prejudicá-lo, mas às vezes é muito difícil suportar a ausência. Ontem, escutando a música que o João gravou em meu celular não consegui conter-me”, me fala uma amiga pela internet.
Seu companheiro deixou o corpo recentemente. Ela tem conhecimento espiritual, sabe do quanto de desajuste, as lágrimas de saudade daqueles que foram para o outro lado da vida, podem causar; mas como não chorar essa perda? Ainda somos humanos, muito humanos. E dói no coração, fere nossa pele, a ausência do toque de carinho.
Por isso, será importante que façamos uma séria reflexão sobre o relacionamento que realizamos e o quanto estamos fazendo para demonstrar o nosso amor ou para conquistar o amor daquele ou daquela que vive ao nosso lado.
Deixar de pensar quem está certo ou errado. Se fez escolha adequada ou não.
Viva intensamente esse momento, abra mão de certos “direitos” ou “razões”, que parecem ser seus, para deixar o seu coração vencer a frieza do cérebro.
Pense com o coração e faça algo urgente para salvar ou abrilhantar seu relacionamento.
Eu estava no velório de uma rapaz de 18 anos que morreu num acidente de bicicleta. O irmão, desalentado dizia: “Ele queria tanto viajar comigo... Eu não fui. Naquele dia ele queria ir comigo no jogo de futebol, mas eu tinha outras coisas para fazer e deixei de lado sua companhia”. E chorava copiosamente.
Talvez, seja isso mesmo, viva intensamente cada minuto, ao lado de quem você ama. A vida é passageira, uma aventura que você, Espírito imortal, realiza para aprender a amar. Você não está aqui para mostrar que é o melhor; que pode conquistar tudo e todos; que apareceu nessa Terra para amontoar bens. Você está aqui de passagem, para realizar o amor, para receber amor.
É por isso que Jesus, o Mestre dos Mestres, resolveu a questão mais importante da humanidade dizendo que todos os mandamentos se resumem em AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO.
E olha, minha amiga e meu amigo, se você não se amar intensamente, cada minuto, não conseguirá amar ninguém.
Texto revisado por: Cris
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