A Caminho da Compreensão - Sou ou Estou?
Atualizado dia 30/04/2018 22:31:48 em Autoconhecimentopor Izabel Cristina Heberle
O homem foi criado puro para habitá-lo, mas, com o passar do tempo, foi desenvolvendo sentimentos mesquinhos como a cobiça, a inveja, a luxúria, e então a raiva, o ódio, a mentira, a crueldade e a violência surgiram. Cada vez mais, o homem se afastava de Deus; antes, o homem convivia com os seres alados (anjos), os seres da natureza (elementais de todos os reinos), animal, vegetal e mineral. Com esse afastamento, o homem foi endurecendo o seu coração e perdendo a capacidade de se relacionar com os seres de luz.
Deus, em seu absoluto amor, concebeu outro plano: trazer o homem novamente para sua presença, pois ele fora criado para a beleza, a paz, a prosperidade e a abundância. Então, nasceu a morte, a forma criada por Deus para alternar períodos de consciência, em que o homem poderia avaliar sua existência e corrigir os erros de percurso. E, assim, voltando para a pureza para qual ele foi criado, teve início a roda das encarnações: períodos de consciência e inconsciência (esquecimento) são alternados.
A lei do esquecimento não poderia ser violada para que todos conseguissem se harmonizar no tempo certo, com clareza e sabedoria, com seus pares ou seu grupo ascensional. Quando nascemos, trazemos conosco a lei do esquecimento. Quando estamos no mundo espiritual, tudo é muito claro, calmo e verdadeiro; os nossos sentimentos ruins não aparecem, pois estamos rodeados o tempo todo de amor, carinho e bondade e os nossos chacras inferiores estão desativados. Não temos consciência de como uma encarnação é importante para o nosso espírito. Uma vida de 80 anos é aparentemente longa em nosso ponto de vista, mas, somente quando desencarnamos, é que temos a verdadeira percepção de como ela é curta, de como precisaríamos de mais tempo.
Quando desencarnamos (morremos) e retornamos para o mundo espiritual, nos é revelado o quanto conseguimos avançar e nem sempre o que visualizamos é o que gostaríamos. Percebemos que deixamos para trás inúmeras oportunidades de crescimento, e tomamos consciência de que para retornarmos, teremos de esperar, muitas vezes, o tempo que vivemos na Terra, ou mais. E, assim, recomeça o planejamento para a volta.
Aprendemos que cada pessoa que participou da nossa encarnação era uma peça importante para evolução, não só do nosso espírito, mas de todos que fizeram parte daquela vida. Quando planejamos uma nova encarnação, levamos em conta todos os atores necessários e todas as situações que vamos enfrentar. A Bíblia diz que nenhum fio de cabelo cai de nossa cabeça sem que Deus permita, ou seja, chega de culpar Deus, pois fomos nós que escolhemos as pessoas e as situações para evoluir.
Cada pessoa que irritamos, cada uma que nos traiu, cada uma que nos magoou, entristeceu ou nos fez viver os piores pesadelos, tudo isso aconteceu, porque permitimos. Isso aconteceu para nos fazer despertar, ou melhor, para fazer vir à tona os sentimentos que ainda tínhamos de trabalhar e curá-los, de forma consciente ou inconsciente. Muitas vezes, nós nos sentimos vítimas, mas não existem vítimas, nem vilões. Cada um de nós já desempenhou esses papéis em algum momento da nossa trajetória. Todos estamos aqui para ensinar e para aprender, mas, principalmente para evoluir, crescer, para que possamos nos reformar e voltar a nossa origem, que é a pureza, a harmonia com o todo.
Não “somos”, “estamos” aqui de passagem; ora por curtos períodos, ora por longos períodos; ora como algozes, ora nos sentindo como vítimas. Devemos lembrar que esses rótulos são temporários. O valor de uma encarnação hoje equivale ao poder de comprar toda água do oceano, ou seja, não tem como mensurá-la. A grande questão é que voltamos para a fila e temos que esperar muitas vezes um século para retornar. Por quê? Porque temos de esperar que os atores de nossas histórias retornem, para que possamos fazer nova combinação. Em raras exceções, conseguimos voltar em seguida e nos encaixarmos em outro rótulo, para darmos continuidade a tempo de reparar nossos erros.
Uma das coisas que normalmente não paramos para pensar é no corpo que estamos vestindo. Nós nos maltratamos com alimentos nocivos, com medicamentos em excesso, com sexo em demasia (noções erradas de sexo). A energia do sexo não é errada e nem impura; ela é belíssima quando usada com respeito e amor. Tudo que usamos em excesso nos causa danos, até mesmo nossos pensamentos. Tudo que pensamos nossa mente converte em realidade. A energia que colocamos em um pensamento, em seguida se manifesta em nosso organismo, ou seja, se transforma em sentimento/emoção. Nosso corpo reage imediatamente, como se a sensação enviada pela mente fosse verdadeira. Isso feito repetidamente pode desenvolver doenças, que, muitas vezes, dizemos ser hereditárias: “Minha avó, meu pai, minha mãe tinha isso, por isso tenho também”. Talvez não seja a doença em si, e sim o mesmo padrão de pensamento, a mesma frequência que as pessoas têm em comum. Um exemplo: raiva, baixa autoestima, ressentimentos, tudo está relacionado aos outros, mas, na verdade, não são os outros; somos nós. Os outros não têm o poder de nos adoecer, mas os nossos ressentimentos e pensamentos em relação ao outro têm esse poder.
Já ouvimos milhares de vezes que a solução está dentro de nós. Então, lá vai, pela milionésima e uma vez: A SOLUÇÃO PARA OS NOSSOS PROBLEMAS E DORES ESTÁ DENTRO DE NÓS. Nós já viemos equipados com todas as soluções para cada situação que teremos que enfrentar. Temos de respirar e acreditar; simples assim. Por parecer tão simples, muitas vezes, não as levamos adiante, não lhes damos crédito.
Já ouvimos a expressão que diz que Deus não dá carga maior do que podemos carregar. Devemos relembrar que fomos nós que escolhemos a nossa carga. Deus só nos deu a oportunidade de corrigir as falhas cometidas anteriormente, e não devemos ver isso como castigo, e sim, como oportunidade, pois Ele nos quer puros e íntegros ao lado dele para que possamos desfrutar de toda beleza, abundância e tudo o mais por toda a eternidade. Quando Ele permite que retornemos, coloca anjos ao nosso redor, para nos dar força e ânimo para que consigamos vencer o nosso desafio.
Gosto de olhar para essa fase e compará-la a um grande evento que temos que promover. Os anjos (guardiões, guias etc) tornam-se nossos coaches; eles nos motivam e nos fazem perceber o quanto somos importantes, mas, para isso, precisamos manter o foco nos resultados. Temos de investir nosso tempo com sabedoria, doando nossas energias com amor e aprendendo o que nos falta com humildade; devemos olhar para os outros com compaixão e praticar, em nosso dia a dia, a resiliência. Temos de manter foco e nos respeitar, partindo da premissa de que, se não nos aceitamos, não nos respeitamos, se não nos amamos, jamais poderemos doar esses sentimentos para outros, porque ninguém dá o que não tem.
A vida é dinâmica e passa muito rapidamente. Num instante estamos rodeados de pessoas e, no instante seguinte, estamos sozinhos. Quando isso acontece, temos que gostar de estar em nossa companhia, porque se não conseguimos ficar bem em nossa companhia, devemos começar a avaliar. Cabe a cada um de nós se perguntar: quando terei tempo de me conhecer realmente, de amar e aceitar quem sou? Sempre há tempo para uma reflexão; a vida é feita de boas oportunidades que se repetem a todo instante.
Ultimamente tenho pensado muito em situações complicadas, que realmente me tiram do sério. O que tenho que aprender com isso? Observo qual o sentimento que aflora e, sempre que possível, transformo o acontecimento em oportunidade para aprender e refinar minha sensibilidade. Saio da posição de atingida (vítima) e me coloco como observadora, mudando a perspectiva. Assim, consigo entender melhor o fato e, na maioria das vezes, percebo que se torna tão sem importância que não vale a pena gastar a minha energia. Então me reposiciono, abençoo a todos os envolvidos e consigo seguir mais leve.
Texto Revisado
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