A crise do coração
Autor Bernardino Nilton Nascimento
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/17/2009 7:42:05 PM
O crescente senso de insatisfação com a vida é acompanhado de ansiedade, questionamentos, sacrifícios e poucas esperanças em encontrar um amor. Tal falta de esperança pela descoberta de um amor duradouro pode ser ocasionada por diferentes emoções. Ora estamos rindo, alegres, e em segundos podemos estar chorando, tristes pelo desejo de fugir das meras comparações para a realidade que encontramos.
Uma mudança se faz necessária para obedecermos o coração e partirmos para ouvir a voz dos sentimentos que pulsam no peito. Parece, ao convertido pelo amor, que lhe exigem que largue mão de tudo, até mesmo da liberdade e do domínio sobre si mesmo.
O apego não compreende a liberdade exultante da união dos espíritos. Os prazeres materiais são sempre maiores na antecipação do que na realização, mas as alegrias do coração são sempre maiores na realização do que na antecipação.
Nem todos aceitam as exigências feitas durante uma crise do coração. Agora, o tempo de uma verdadeira mudança do coração tem seus próprios padrões de bondade. Depois de confrontada com a Luz Divina, nada mais busca senão corresponder à Sua Vontade. Tal coração é tão implacável no seu amor como o Divino Amor é implacável.
A crise do coração é geral, pois em cada um de nós existe algum reflexo da ânsia universal de perfeição. Depois de se render a uma paixão, o coração, antes, há de se render ao amor natural de Deus. A natureza ama Deus sobre todas as coisas, sendo Ele o começo e o fim do bem natural de todos os corações que o amam.
Toda pessoa que ama naturalmente deveria amar a si mesma, ao próximo e a Deus. Esse amor Universal não é consciente em muitas almas, e em outras seus efeitos práticos são limitados pela sensualidade. Mas há uma flecha oculta em cada busca de felicidade, em cada desejo de um ideal bastante largo, para satisfazer todos os anseios do coração.
Podemos dar o nome errado a essa infinita busca. Podemos identificá-la como riqueza, como prazer ou como poder, mas a força motivadora que o impulsiona, é, ainda, a procura da felicidade sem fim. Deus é amado consciente ou inconscientemente, por todo ser capaz de amar. Mas o desejo de possuir um amor seria ineficaz se Deus não elevasse a natureza humana. Quando nos elevamos, a alma passa do amor natural ao amor sobrenatural, ocorrendo uma conversão.
O desejo espiritual do infinito é dirigir-nos à Luz da Verdade. O intelecto humano, consciente do fato de que não conhece tudo, pode tornar-se dócil, em face do amor, e começar a desejar ardentemente uma luz que somente um amor materializado possa lhe dar. Desapontados na sua mentalidade aberta, que não experimentou a verdade do fogo ardente no peito, alguns partem em busca daquela Verdade que não admite compromissos. Mas devemos abrir o coração a todos os desejos, em forma de amor, para não só satisfazer o espírito, mas também alimentar o coração e a mente.
BNN
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