À espera de um filho
Autor Maryse
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 11/04/2006 23:13:52
Quero compartilhar de novo esses versos que uma amiga fez esperando o filho dela:
“Meu corpo agora é sua casa, meu coração será para sempre seu lar”.
As estações.
É primavera em mim, meu filho. Meu corpo se faz jardim e as emoções se acasalam para você nascer. São duvidas que desposam certezas; medos namorando ousadia, a ansiedade que flerta a calma... um abraço de sentimentos que me faz terra fértil, em que o jardineiro será você ao vir colher meu sorriso.
É inverno também. E como não seria? Tenho frio ao pensar neste mundo que lhe espera. Eu, que lhe quis tanto, agora temo pelos seus passos. Eu, que lhe esperei demais, agora peço-lhe para esperar mais um pouco, só mais um pouco, enquanto tudo melhora. Eu,que lhe desejei livre para este mundo, agora quero-o preso dentro de mim. Pelo menos por mais um pouco. Sempre mais um pouco, pois é frio. E quando você for pelo seu caminho, quem me aquecerá a alma... a sua saudade?
Mas é verão. Forte verão em que a vida pulsa e a vontade é inadiável. Quero lhe ver rompendo meu corpo numa tempestade de risos. Vai, vai longe e sem medo. Vai, pois meu amor é grande demais e sempre lhe alcançará onde quer que esteja.
Não haverá distancia. Não haverá saudade. Não haverá nada a não ser conquistas. Seu porto seguro será cais flutuante. Navegante contigo. Sua terra será onde deixar pegadas. Seu tempo não escoará, pois deixará eternos os momentos que doar aos outros.
Trago também o outono comigo. Será que é por me sentir árvore nua, sabendo que você sairá de mim e me deixará despojada do que de mais belo já esteve comigo? Será que trago o outono na antecipação do inverno que meus receios precipitam?
Filho, quantas coisas sou contigo...
Texto revisado porCris
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