A História do Inconsciente
Atualizado dia 02/11/2008 01:07:29 em Autoconhecimentopor Instituto AION
Médico neurologista, Freud trabalhava no Hospital Geral de Viena, indo mais tarde para Paris, onde conheceu o renomado médico Martin Charcot e passou a estudar mais profundamente o fenômeno da histeria e outros distúrbios psicológicos, quando se deparou com casos clínicos que a medicina da época não podia explicar.
Seus pacientes apresentavam sintomas físicos de doenças, sem que houvesse uma justificativa aparente para tais disfunções, o que levou Freud a identificar a existência de fatores inconscientes que influenciariam ou determinariam tal comportamento.
Embora a idéia de uma mente inconsciente já fosse admitida desde a Antigüidade, foi somente com Freud que o psiquismo humano ganhou uma nova dimensão, na medida em que ele compilou uma complexa teoria sobre um método de investigação psíquica: a psicanálise.
Por outro lado, ganhou vários inimigos em função de suas descobertas. Ao apresentar suas teorias para a sociedade médica, acabou sendo expulso da comunidade científica e teve seus livros queimados em praça pública e sua cidadania cassada pelo regime nazista, sendo mais tarde obrigado a viver exilado nos Estados Unidos. O que mais chocou a sociedade científica da época foi a sua descoberta sobre o Complexo de Édipo.
A idéia de que o indivíduo, ainda no começo da infância, manifestaria seus desejos sexuais, tornou-se um dos pilares de sua teoria psicanalítica. Contudo, a maior contribuição oriunda das suas descobertas foi a da natureza e da própria definição do que seja o indivíduo.
Contrariando o sentido do eu cartesiano do “Penso, logo existo”, podemos ler em Freud que o indivíduo, tendo uma existência expressa em sua vida inconsciente, muitas vezes encontra-se longe dos domínios da razão e dos pensamentos lógico e racional; é nesta instância que o indivíduo vive quando o pensamento consciente não existe.
Poder-se-ia dizer, assim, que: “Existo onde não me penso”, como diria Jacques Lacan. É nas entrelinhas da sua vida psíquica que o ser humano tem as mais significativas motivações para sua existência, que nem sempre são traduzidas para os domínios da razão de Descartes.
Pioneiro na investigação sistematizada do inconsciente e na criação da psicanálise, Freud abriu um novo caminho para todos os outros cientistas, teóricos, estudiosos e terapeutas da modernidade, dando ao indivíduo uma nova dimensão de realidade e expandindo a noção de racionalidade e linguagem, na medida em que demonstra, por seu método de investigação, que nossa vida psíquica, antes considerada irracional e irreal, agora passa a ser vista como uma estrutura que pode ser entendida como uma lógica semântica.
Mesmo aqueles que discordam da sua teoria vêem-se obrigados a evidenciar suas descobertas, o que o torna, de certa forma, sempre atual.
O inconsciente é visto como uma manifestação da nossa realidade, e não apenas como um fantasma ilusório formado por pensamentos desordenados e irreais.
Freud vai revelar o lado obscuro de uma sociedade que, sob o domínio do progresso e da civilização, obriga o indivíduo a pagar um alto tributo pela internalização das regras morais e sociais, por meio de doenças, neuroses e psicoses.
Texto revisado por: Cris
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