A HORA DA LIBERDADE
Atualizado dia 4/18/2006 8:58:14 AM em Autoconhecimentopor Christina Nunes
Chega o momento, para cada qual no caminho, em que se reconhece e se assume o papel lídimo de criador de sua própria história; compositor de seu próprio destino; e de co-executor da sinfonia de vida.
É o momento supremo da chegada da liberdade espiritual em que nos reconhecemos como co-criadores dentro do contexto maior da existência manifesta através do hálito do Criador. Criadores de realidades dentro da realidade grandiosa. Dispondo de uma gama infinita de alternativas, escolhas, decisões, com todo o mérito e responsabilidade decorrente de cada uma delas.
Então, que tal por mãos à obra neste novo universo que se escancara, sedutor, irresistível e banhado de luz refulgente, aos nossos pés? Com a descoberta de que de nós tudo depende, uma vida nova se descortina; nada mais da obscura dependência do chamado destino ou dos outros; nada de desempenharmos, por mais tempo, os papéis de vítimas ou de meras sombras na existência: limitadas, vivendo de maneira mecânica e desprovida de um maior e mais compensador sentido; dependentes; repetitivos; atrelando sempre a autoria da nossa trajetória a algum outro. A Deus, aos Santos, ao próximo justo ou injusto para com o que entendemos de direito a nos ser reservado...
Como já dizia o sábio adágio, "se eu te odeio ou te amo, que tem você a ver com isso?!"
Gostamos de música? Então ouçamos a boa música, nos deleitemos com o que nos oferece de melhor - mas também que façam música os amantes da música! Que cantem os cantores, componham os compositores, toquem os instrumentistas, ainda que se pense que não há ninguém para ouvir, pois que o universo de energias tudo ouve e responde, em tempo mais ou menos curto - e que se gaste menos tempo apenas usufruindo daquilo que se gosta diante de um rádio ou aparelho de cds.
Amamos alguém? Júbilo! Expressemos! Sintamos independentemente de qualquer correspondência da parte do objeto do nosso amor.
Ou o amor é pelo cinema ou teatro?! Então não apenas assistamos: freqüentemos e façamos teatro, profissional ou informal; enriqueçamos a vida com a nossa própria criação artística!
Leitores e escritores natos? Pois que leiam e se deliciem em escrever! Para si, de início, ou para os outros, contanto que se exercite a criatividade, porque fatalmente a vida voltará os olhos para estas melhores expressões da sua alma...
Possui-se o dom mágico do embelezamento de ambientes? Pois que se decore ambientes! Ama-se a natureza, em toda a sua exuberante manifestação?! Então trabalhe com a natureza: dedique-se à botânica, à jardinagem, à criação de canteiros e de espaços abençoados pelas flores e pela relva fresca.
Passemos menos, mas muito menos tempo, diante do aparelho de tv hipnótico e impositor de lamentável letargia em seres destinados a assumir sua verdadeira condição de deuses. Pois que criar para a tv é uma coisa - completamente diversa de ser escravizado pela TV, diante da qual nos imobilizamos por horas preciosas, durante as quais poderíamos, nós também, oferecer à Vida nossa preciosa parcela de criação, seja lá no que for: trocando a arrumação de nosso lar para algo que nos pareça mais aconchegante, a nós e aos que compartilham conosco o teto doméstico, por tratar-se este lar, sim, de insuspeitada oficina, onde exercitamos nossos dons criativos para transformá-lo no éden dos nossos sonhos; improvisando momentos gratificantes de convivência; lendo; escrevendo; dançando; conversando, ou mesmo sonhando, ou fabricando novos e estimulantes projetos de vida, o fato é que somos, todos nós, criadores adormecidos, inconscientes da nossa plena capacidade de renovação do colorido da vida - e em decorrência, tolhidos por lamentável inércia auto-imposta que, ao fim de tudo, nos levará, fatalmente, à pergunta dirigida a nós mesmos: que fizemos da nossa vida?!
Fomos mecânicos? Meros executores de atividades muitas das vezes alheias às nossas tendências e anseios? Fomos simples expectadores do que os outros faziam, e cobravam, e esperavam, e queriam de nós?!
Não há vida verdadeira se não atendemos, antes de qualquer coisa, àquilo que representa a nossa autêntica finalidade como seres humanos e cidadãos do universo - onde os mundos, primeiramente, exercem sua função legítima de seres planetários, antes de abrigar, em seu seio, as diversas humanidades, que ali vivem e evoluem, valendo-se do monumental equilíbrio de sua magnificência; onde as flores exibem e espargem ao redor o melhor do seu colorido e fragrância, realizando, em plenitude, a sua condição de primor da natureza, antes que o primeiro ser a note e usufrua da delícia de sua existência nos jardins; onde toda manifestação de vida se expressa, íntegra, na sua autenticidade, realizando e renovando, e desconhecendo a inércia do mero expectador que nada acrescenta à vida e nem a si mesmo.
Como se diz na arte dramática, entremos no nosso personagem, só que no personagem real. Porque somos, ao mesmo tempo, diretores, produtores, atores e, acima de qualquer coisa, autores da nossa própria história e, nesta condição, de uma parcela importante da história do universo.
Somos criadores. Que não nos contentemos com menos, para que a vida nos surja, enfim, bela, emocionante, mágica. E dígna de ser vivida!
Siomara
pela psicografia de Lucilla
https://www.elysium.com.br
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 78
Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |