A HORA DA VERDADE
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Autor Christina Nunes
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 12/01/2008 12:24:40
Ontem estava me perguntando a respeito de quem somos nós depois daquele setembro de 2001.
O que aconteceu com os Estados Unidos ocorre provavelmente em caráter individual em escala planetária todos os dias. Já deve ter acontecido com vocês. O despertar da inocência das suas considerações a respeito de vocês mesmos. A descoberta de que a opinião alheia a seu respeito não combina muito com os pressuspostos que vocês nutriam acerca de si mesmos.
Todo mundo provavelmente já experimentou a decepção com um suposto amigo ou com alguém que pelo menos admirava muito e tinha em conta de recíproco admirador: de repente, num belo dia de sol, seja via atrito direto, seja via efeito fofoca, a queda do cavalo: o suposto amigo ou amiga o decepciona; fala mal de vocês para outrem, ou apronta para o seu lado e o prejudica.
E você então descobre: "não sou o máximo; não sou tão querido quanto presunçosamente imaginava; pior: as qualidades que atribuía a mim mesmo até então são susceptiveis de discordância ou de polêmica. Pois não apenas nem todos pensam assim, como ainda por cima acham o contrário!" E em dependendo da mentalidade e do preparo íntimo, é assim que um ego muito inflado ou uma auto estima avantajada vem abaixo, com os possíveis desdobramentos conseqüentes: rancor, depressão, desânimo, desmotivação pela vida. Peninha de si mesmo.
Minha linda avó de 95 anos costumava nos ensinar a curar estes excessos de auto piedade com graça e simplicidade, lembrando: "Se nem Jesus Cristo agradou a todos, como eu poderia?..."
Pois foi exatamente isto que aconteceu com a maior potência mundial naquele onze de setembro... e, por tabela, conosco - porque como não poderia deixar de ser a tragédia atingiu a todos nós. Os USA compreenderam, da maneria mais dramática imaginável, que não são os "queridinhos do mundo"! Que nem todos se importam com o seu país e com o seu povo, e os consideram evoluídos e bonzinhos...não vindo ao caso aqui a polêmica esfervilhante até o presente a respeito da origem real da idéia dos atentados - já que, num filme conhecido mas pouco considerado, um próprio americano sugeriu, com fina sutileza, que o cérebro dos atentados não foi bem Osama Bin Laden...mas a maior personalidade política dos Estados Unidos...
A coincidência - se é que assim pode ser considerado, em vista da realidade fantástica das mentes emaranhadas - é que bem naquela época seguiam a todo vapor as produções de maravilhas da ciência documentadas em formato cinematográfico: "O Segredo" e "Quem Somos Nós" - revelando ao mundo justamente a grande mentira que é a noção separativista do Universo. Contando acerca do emaranhamento das mentes que explica fatos já de há muito conhecidos nas doutrinas espiritualistas que nos diziam de contatos mentais à distância e ressonância de efeitos atingindo simultaneamente dois indivíduos, independendo de distância e de localização no espaço. Alardeando, com base em dados experimentados em laboratórios de última geração que, sim! - somos todos um só, entre nós e entre tudo o que existe no mundo e no vasto universo; que nunca fomos isolados, e que a repercussão do evento mais simples quanto a do mais impactante nos atinge a todos; e que, via focalização em massa naquele evento específico, as respectivas reações nos proporcionam afetá-lo nalgum nível, individualmente!...
É assim: descobrimos nalgum instante que não somos bem aquilo que pensávamos, que existem outras versões de nós mesmos - não importando aqui se são verídicas ou não. E reagimos a esta descoberta de "n" formas particulares: sem nos deixarmos atingirmos por ela, já que no fim das contas o que se pensa ao nosso respeito (e incluindo-se aí o que nós mesmos pensamos a nosso respeito!) longe está do que somos de fato; entrando em colapso com a negatividade: emprestando veracidade aos fantasmas alheios, estagnando a vida em função desta negatividade; ou simplesmente ignorando como inexistente a nuvem de tempestade fugidia - seguindo em frente com serenidade e constatando que lá, bem para lá da abóbada celeste permanecem o céu azul, o Cosmos, as galáxias, a transitoriedade renovadora de todas as coisas, e que bem pouco ou nada representam opiniões, visões, ou as expressões violentas da cegueira humana em maior ou menor escala... Que bem lá no fim do túnel, além e acima de todas as coisas permanecemos "nós"! Pura, simples e eternamente...
O que empresta consistência e realidade a tudo - o que o faz colapsar na realidade - é a nossa escolha e foco de consciência... a respeito de nós mesmos, a respeito de tudo o mais!
É assim que prosseguimos acreditando e criando o amanhã, apesar de todas as adversidades e da negatividade de alguns; foi assim que um império da atualidade prosseguiu tocando os seus dias: certamente com a consciência desperta em muitos americanos para a urgência de uma nova versão da vida, exemplificada pela queda catastrófica de duas torres que atestou ao mundo todo a contundente ruptura do ilusório conto de fadas - daquela percepção de nós mesmos que a cada dia, inexoravelmente, deve ser revista e repaginada para melhor...
Com amor,
Lucilla & Caio Fábio Quinto
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Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |