A ilusão da posse
Atualizado dia 6/9/2019 3:18:33 PM em Autoconhecimentopor Paulo Tavares de Souza
Quando esse sentimento de posse acontece, aquilo que você possui, de certa forma, tornará você maior. Diante de eventuais perdas, o sentimento será atroz, seria como se você estivesse sendo amputado, pois será constragido de forma violenta a sentir-se menor.
Talvez isso aconteça porque você não foi preparado para perder, desde que você veio ao mundo tem sido estimulado a conquistar, possuir, expandir o seu poder sobre os outros, aumentar suas fronteiras, tornar-se grandioso e em nenhum momento você parou para questionar: será mesmo esse o caminho da realização?
A triste verdade é que estamos presos a tudo aquilo que valorizamos, sejam coisas, pessoas, conceitos ou qualquer tipo de identificação que estivermos criando com o objeto possuído.
Esse sentimento de posse é profundamente egoísta, especialmente quando se trata do outro. Queremos o outro se comportando de uma forma que nos mantenham confortáveis e isso é uma das grandes ilusões que entorpecem o ser humano.
O homem comum quer que a sua vida aconteça como em um filme de final feliz. Nesse filme, ele será produtor, roteirista, diretor e protagonista. Com tanto poder, ele irá convidar atores, entregar a eles um papel e esperar desempenhos satisfatórios, para que o resultado corresponda às suas expectativas. Não irá aceitar erros nas falas, improvisos, nada, tudo deverá estar sob o seu controle. Se existe uma analogia melhor para designar o que é o egoísmo eu desconheço.
Aqueles que aceitam esses papéis, de certa forma, tornam-se escravos. Esse é o retrato da servidão humana. Quando o homem, na mais profunda ignorância, desconhece o seu poder, tende a pertencer de alguma forma ao meio que exercerá algum domínio sobre ele.
Não existe solução para o sofrimento humano que não exija o total desinteresse por aquilo que é impermanente. Qualquer ser iluminado que tenha visitado esse planeta difundiu o mesmo discurso: o desapego e a renúncia. Jesus, Buda, Mahavira, Shankara, Francisco de Assis e tantos outros avatares, todos disseram o mesmo. Enquanto estivermos presos ao desejo da conquista, valorizando a matéria, nosso cárcere prevalecerá e a vida estará restrita aos limites desta cela.
A vida deve ser vivida em abundância; a prosperidade é algo divino. Possuir bens e viver em harmonia com o mundo é algo possível, desde que não depositemos o nosso Eu naquilo que possuírmos.
O homem é Consciência e essa Consciência é eterna, imutável e feliz. Tudo aquilo que não for consciência é transitório e tem prazo de validade para deixar de existir. Apegar-se a coisas que morrem é pedir para sofrer. O sábio aprendeu a interessar-se por aquilo que não morre e é justamente a intimidade com essa fonte inesgotável de felicidade que deveria despertar o nosso interesse.
Vocé já é tudo o que precisa ser, já possui tudo o que precisa possuir, você é Divino, pois toda a sua essência já representa a plenitude.
Por que tentar preencher-se de coisas, como se fosse um vasilhame vazio, quando, na verdade, tudo o que você precisa é preencher-se de consciência?
Texto Revisado
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