A JORNADA ESPIRITUAL FEMININA
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Autor Rose Romero
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 9/19/2004 11:51:09 PM
Na cultura judaico-cristã vivenciamos de um modo geral a conexão espiritual com a marca da espiritualidade masculina contida na história da Escada de Jacó. Gn: 28,12. Jacó deve deixar a casa, morrer para seu antigo ser, enfrentar desafios tremendos, encontrar um novo significado e depois retornar para passar sabedoria e orientação para o seu povo.
Nesta concepção de espiritualidade, a jornada individual rumo ao Divino se dá num sentido vertical: o Espírito está no alto da escada, e a alma aqui embaixo. O espírito é transcendente, transformador, bravo e heróico. A alma ao contrário é sentida como um material inferior que está abaixo da superfície e em cujo interior os homens em particular não estão aculturados a mergulhar. Se não fosse o Espírito que nos habita, orienta e inspira, provavelmente pereceríamos de desespero e depressão na escuridão. A escada é um processo linear, lógico, passo a passo.
Já o círculo, O Círculo de Sara é intuitivo e relacional.
Sara era a mulher de Abraão e a matriarca do Judaísmo. Após a menopausa, devido a seus insistentes pedidos a Deus e à Sua intervenção milagrosa, Sara deu à luz um filho chamado Isaac (aquele que ri). Abraão, Isaac e Jacó são os patriarcas do Judaísmo e a linhagem inteira dos judeus é parte do círculo de Sara, a matriz invisível da qual cresceu uma nova religião tribal.
A restauração da fertilidade de Sara volta-se mais para a possibilidade de uma mudança instantânea, irracional, surpreendente e intuitiva. Uma abertura, um espaço para Deus mudar nosso caminho a qualquer momento e sugere que não somos sempre os “fazedores e doadores”. Forças e circunstâncias invisíveis podem provocar uma súbita transformação em nós, além da nossa própria vontade.
Enquanto um círculo é definido pelo seu centro, uma escada não tem um ponto central. Cada degrau está mais próximo ou mais afastado do topo. Num círculo, não há acima ou abaixo, frente ou trás. Tudo está eqüidistante do centro. O centro do círculo para uma mulher é o seu coração, a Luz Interior, a intuição, a voz de Deus. Sua Jornada é de orientação para o centro do círculo de modo que ela pode ouvir a orientação que sempre vem de dentro e utilizá-la sabiamente para o bem maior.
Enquanto no modelo da escada a experiência espiritual prossegue passo a passo, segundo preceitos e práticas bem definidas e trabalhadas, num modelo circular ela pode atingir qualquer tempo. Não é necessária nenhuma experiência anterior. Se o primeiro modelo é funcional, o segundo vem pela Graça. Não é preciso ser sagrado e curado para experimentar a orientação divina. Na verdade muitas vezes esta orientação vem através da dor e de problemas. Os clarões intuitivos que temos nas horas escuras da alma, são capazes de renovar nossas vidas, mudar o nosso curso e reparar um espírito condoído. Andar no círculo de Sara é circun-ambular no centro onde tudo é relacionado e interdependente, num universo não linear e pela Graça, a qualquer tempo durante a jornada podemos tocar o centro e conhecer Deus.
Algumas vezes subimos uma escada, em outras andamos num círculo. Há momentos em que a graça nos varre para o centro. O importante é não esquecer que a escada e o círculo são apenas modelos para a jornada a Deus.
Nas mulheres a intuição é um dom natural do gênero. Porém através de séculos, as mulheres reprimiram este dom para não assumirem o risco de serem desaprovadas, desacreditadas e até queimadas em fogueiras. Os poderes intuitivos das mulheres sempre assustaram a coletividade, principalmente se ameaçavam a ordem social, econômica, científica ou religiosa estabelecidas. Talvez por isso a espiritualidade circular, intuitiva, ficou nos bastidores e o medo, a raiva, a resistência em falar e assumir seu próprio poder tenham crescido no interior feminino e as mulheres tenham se afastado tanto de Deus e se aproximado mais das práticas e métodos para encontrá-lo.
Geralmente, devido ao medo de ser diferente e com isso ser rejeitada, as mulheres renunciam ao seu poder, à sua originalidade, à sua criatividade, à sua independência. Devido ao medo de mudanças, que pode gerar insegurança e o abandono de velhos hábitos, a mulher renuncia às novas conquistas, o que gera o medo de se conhecer, pois não se quer saber para não se ter que fazer, e aí se chega ao medo mais paralisante que é o medo de amar e não ser correspondida, embotando a maior energia do universo que fica girando dentro de nós, nos tornando pesadas, infelizes e até nos destruindo.
Para as mulheres, a espiritualidade é sobretudo uma jornada do herói para uma terra distante do que a descoberta do nosso centro, num Deus que está presente nos aspectos práticos e caseiros do dia-a-dia.
É preciso aprender a confiar que Deus está no centro do círculo de nossas vidas, no centro de nossos corações. Confiar na nossa intuição, na Luz Interior, nos clarões irracionais e saber que podemos contar com essa Presença que se faz conhecida através de sentimentos, sonhos e sincronicidades. A intuição é um estado natural de consciência no qual nossa pequena mente isolada se abre para a Mente Maior do Divino.
É importante perceber se existe algo que você precisa curar antes de poder confiar em você mesma. Se você está disposta a começar a jornada de volta para casa, para o centro, para a Luz. Enfim, quem ou o quê você acredita estar no centro do seu círculo?
Apenas respire fundo e... sinta... você é o círculo, a Luz e está a um passo de Casa!
Rose Lane Romero da Rosa
Psicóloga Junguiana, pesquisadora de Teologia Feminina.
Contato: tel: (21)9299.7015 / 2265.6688, e-mail: [email protected]
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Psicóloga Junguiana, Teóloga e Facilitadora das Oficinas ArteVida de Meditação do Projeto Labirinto E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |