A mulher: ser planetário, espiritual, social e fonte de sabedoria
Atualizado dia 7/26/2007 4:35:52 PM em Autoconhecimentopor Aos Filhos da Terra
"As mulheres honram o seu caminho sagrado quando se dão conta do conhecimento intuitivo inerente à sua natureza receptiva. As mulheres precisam aprender a amar, a compreender e, dessa forma, curar umas às outras. Cada uma delas pode penetrar no silêncio do próprio coração para que lhe seja revelada a beleza do recolhimento e da receptividade."
Jamie Sams
Um novo tempo a cada dia se faz premente e instaurado. Movimentos organizados, idéias junto ao curso do rio como afluentes deságuam em resgates de ritos matriciais ancestrais, ações propostas para a promoção da igualdade de gênero, onde estratégias de atuação, autonomia, igualdade no mundo do trabalho, cidadania; educação inclusiva -e não sexista - saúde das mulheres, direitos sexuais, direitos reprodutivos; e enfrentamento à violência contra as mulheres, são as variáveis que dão nome às necessidades de cura individual e do corpo social da mulher.
E esta metáfora vem bem a calhar quando o assunto aqui referido é a mulher, sendo a água fonte de vida de todo o planeta, e a mulher, com seu útero, conectada diretamente com o cerne da existência.
Lindo, seria se todas as ações fossem atuantes e, se da mesma forma, fossem complementares. Quero dizer que os posicionamentos de nossas companheiras feministas tiveram seu valor num dado momento. Foram necessários quando um sistema de patriarcado sufocante e esmagador ditava as regras e tal qual um rolo compressor nos colocava vários níveis abaixo do sexo masculino. Mas preciso lembrar também quais foram as conseqüências trazidas por este posicionamento de disputa pelo lugar dos homens, num longo prazo a nós mesmas: uma massa de seres do gênero feminino “conquistaram” a pílula, o Diu e o tampão e algumas posições de poder político, mas pena que neste sentido a primeira pessoa que me vem é Margareth Thatcher e, vejam vocês, a dama de ferro!
As mudanças ocorridas nas vidas das mulheres durante os últimos trinta anos podem parecer uma revolução, mas de muitas maneiras o que tem ocorrido é uma assimilação. As mulheres que buscam poder em um mundo masculino têm se voltado para isso, tornando-se pseudo-homens.
Mas onde está o resgate verdadeiro da identidade feminina? Dos valores de poder, por exemplo, que o ato de gerar a vida revela? Que os ciclos femininos são capazes de trazer para a comunidade, para o país, para o planeta?
Posso citar pelo que venho tendo de resultado da minha observação, pesquisa e trabalho para com o resgate sadio de uma consciência do sagrado feminino essencial, num âmbito terapêutico, físico, social e espiritual, que um sem número de mulheres, infelizmente, apresentam dramas e doenças, conseqüências do ato de se colocarem no lugar do homem. Enrijecimento corporal, de pensamentos, problemas de relacionamentos, disfunções hormonais, rejeição à menstruação, carga horária de trabalho que não corresponde aos ciclos femininos – como o ciclo mensal, gravidez e menopausa – tudo isso para se adequar às orientações da sociedade masculina, provocando distanciamento do nosso saber feminino e nos moldando de forma firme, rígida, pró-ativa, linear, racional, competitiva do mundo masculino.
É uma pena que mesmo mulheres que hoje já participam de movimentos que teoricamente falam da Deusa como resgate cultural e espiritual da mulher, ainda estejam presas “na disputa pelo lugar do homem”. E, claro, isso se estende aos movimentos descritos no início deste artigo, uma vez que não se coadunam, na tentativa e na busca de convergência desses movimentos contemporâneos, para sucesso ambiental, espiritual feminino, unindo tudo e a todos nos quatro cantos do planeta numa agenda comum.
Estamos diante de duas vertentes: o feminino político, inspirado pelo insight crucial de que o feminino pessoal é político. A outra vertente, da espiritualidade feminina, que invoca o retorno da deusa e reconecta a mulher moderna e contemporânea à herança dos mistérios sagrados femininos.
É preciso, é necessário, sentarmos em círculos para tecer o amanhã. Em círculo, onde não há hierarquias, onde mulheres politicamente ativas comecem a se abrir para práticas de espiritualidade feminina e da mesma forma as que já buscam o sagrado feminino, em levante sejam ativistas no despertar do lugar da mulher para as demais companheiras.
É preciso, é necessário, que um crescimento transpessoal comece a ouvir o apelo para o serviço planetário se dando poder e força, aplicando sua sabedoria intuitiva na transformação social.
Ode ao processo de criação de uma nova cultura de poder e real beleza! Ode ao engajamento na jornada interna que leva à profunda transformação dos registros do patriarcado na psique feminina.
Eu não quero o lugar do homem, eu quero o meu lugar!
Abençoadas sejam todas as mulheres em suas qualidades!
Por Sabrina Alves
Texto revisado por Cris
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