A nona sinfonia, uma lição de vida.
Autor Bernardino Nilton Nascimento
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 10/23/2011 6:22:34 PM
Como compreender a contribuição de nossas atividades profanas para a arte e a evolução do ser humano rumo a uma vida mais harmoniosa?
A tese de que não só a intenção interior, mas também o resultado exterior de nossas ações teriam um valor durável, poderia nos levar à conclusão de que, por exemplo, os produtos materiais da arte ou da técnica seriam criados com a intensão de, num momento futuro, podermos adquirir um novo conceito de vida, também pensando na felicidade do próximo e no futuro da humanidade. Isto nos trará, como consequência, uma paz profunda e duradoura.
Seja qual for o sentimento que domine o coração de cada um, sempre nos perguntaremos se no mundo novo a arte de buscar a felicidade não poderia ser totalmente diferente. Bethoven, em sua Nona Sinfonia, usou toda a técnica do instrumento para uma viagem fantástica. Ele foi além do tempo e dos sentimentos. Ele compôs fora do nosso poder de representação, ligado ao mundo mágico, iluminado pela arte de viver.
Não temos outra visão de uma realidade futura senão através da arte, da compaixão, da dedicação e do prazer de servir. Precisamos deixar de herança algo que sobreviva ao tempo.
Atrás do horizonte da morte está a esperança de uma vida em sinfonia, além do imaginário. Um novo mundo. Mas essa esperança deve ser cultivada no presente momento. Ninguém, em sã consciência, suportará a rígida lei que rege o mundo espiritual, sem antes transformar a sua vida em uma vida digna, repleta de prazer por doar-se à felicidade do próximo, através do encanto de servir.
“Tudo o que eu posso fazer de bom, é recolhido fisicamente por algo dentro de mim mesmo, na realidade natural das leis do Universo. Tudo o que realizamos, que praticamos, é recolhido e vai para algum lugar, compor a nossa história rumo à evolução”.
Este lugar não definido nos mostra que tudo o que fazemos, o efeito das nossas boas ações e atitudes está contribuindo para evolução do ser humano e para o enriquecimento da vida. O ser humano assimila a seiva da força, da bondade e da beleza, encontrada dentro do coração de cada um, quando passa a compreender e dominar o mundo material, pela admiração, pelo gozo e mesmo pela renúncia.
O que aprecio na terra, evidentemente, não é a sua porção inferior, ultrapassada e caduca. A verdadeira vida terrena é, para mim, iluminada pelo amor do Universo, espalhado por toda parte em vias de energias e que, pouco a pouco, preenche a nossa vida, fazendo-nos avançar em busca da evolução, da renovação interior.
Devemos compreender que podemos buscar e encontrar o amor e o reino divino no mesmo plano que estamos agora. Isto consiste no crescimento da fé, da esperança e da compaixão, que realizamos pelos exemplos. O exemplo não é a principal maneira de educar, é a única. Quando os nossos sonhos se realizam, devemos verificar também o que mudou em nosso interior. Com essa mudança e com o conhecimento maior de nós mesmos, adquirimos e socializamos uma nova visão de vida. Foi assim que a Nona Sinfonia de Beethoven se eternizou em nossas mentes e corações.
Resumo esse meu pensamento na seguinte passagem de um amigo de negócio muito próspero, onde eu lhe perguntava ansiosamente se poderia ainda mudar sua bem sucedida vida: “Claro meu amigo, estou sempre em mudança, assim com o mundo está. Espero ainda encontrar esta tal felicidade, como o mundo espera que encontremos o nosso verdadeiro caminho, para sermos todos felizes para sempre. Procure o seu e vamos juntos com alegria, espalhar para todos que tudo vale apena, quando é feito com dedicação e amor, como a eternizada Nona Sinfonia de Beethoven”.
BNN
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