A Psicanálise é uma ferramenta importante para o Fisioterapeuta
Atualizado dia 17/01/2008 15:49:20 em Autoconhecimentopor Sylvio Alipio Pinto Filho
A literatura psicológica e médica está repleta de evidências indicando fatores emocionais e disrupções emocionais como contribuintes primários de acidentes de doenças debilitantes. Charcot e Freud demonstraram a inegável importância dos fatores psicológicos no desenvolvimento das doenças.
O funcionamento psicológico geral e cada um de seus componentes devem ser considerados como aspectos de um processo dinâmico, interativo e progressivo de adaptação de um indivíduo aos processos fisiológicos internos e à realidade exterior.
O processo utilizado pelo indivíduo para lidar com os conflitos e para criar um estado de equilíbrio, satisfazendo as pressões internas e externas é denominado ajustamento. Esse ajustamento psicológico pode proporcionar o uso dos recursos de determinado indivíduo para a reabilitação de uma incapacidade física; ou, quando há má-adaptação, será um fundamental fator contributivo para a incapacidade.
Tudo o que uma mente desorganizada considera como ajustamento apropriado, a sociedade considera mal-adaptativo. Muitos dos modos que nós ajustamos às nossas necessidades são mal-adaptativos. Para uma pessoa que tem a capacidade de aprender a andar, a escolha de passar sua vida numa cadeira de rodas seria considerado um ajustamento mal-adaptativo. Impedir esse tipo de ajustamento no paciente é a meta do fisioterapeuta, que intervém mais no período pós-traumático, pois neste momento o impacto psicológico do trauma assume importância no funcionamento do paciente.
A maioria dos aspectos psicológicos do funcionamento — as defesas e as reações emocionais dos períodos pré-traumático, traumático e pós-traumático — interage para que sejam criadas as percepções, temores, ansiedades e comportamentos com os quais o fisioterapeuta tem que lidar.
Não podemos separar o corpo físico do restante do indivíduo e esperar que o tratamento tenha êxito. Pois, o fisioterapeuta não pode lidar com a parte anatômica que se perdeu ou está disfuncional sem levar em consideração tudo o que está ou estava atrelado, física ou mentalmente, àquela parte anatômica ou funcional.
Ao lidar com o traumatismo e com a doença incapacitante, o fisioterapeuta envolvido no esforço reabilitativo passará mais tempo com o paciente do que a maioria dos outros profissionais da saúde. Com isso ele pode estar mais apto a observar e efetuar alterações nos problemas emocionais do paciente.
O terapeuta que conhece a dinâmica psicológica do ajustamento e desajustamento, e ao modo como esses fatores interagem entre si e com o esforço reabilitativo, pode esperar exercer um efeito sinérgico sobre o processo terapêutico, o que por sua vez tornará a prática clínica muito mais recompensadora.
CONCLUSÃO
É possível, e com sucesso, relacionar as práticas terapêuticas à análise psíquica do paciente. Esta atitude exige um conhecimento prévio do modelo psicanalítico por parte do fisioterapeuta. A distinção que o profissional será capaz de fazer entre disfunções verdadeiramente fisiológicas e disfunções afetadas pelo estado emocional do paciente será de grande importância para o tratamento pois, além de promover uma maior aproximação entre o fisioterapeuta e o paciente, também contribui para a elaboração de um diagnóstico correto.
A sincronia entre fisioterapeuta e paciente é muito valorizada por viabilizar o processo de recuperação e ela é alcançada quando o profissional tem conhecimento dos artifícios psíquicos envolvidos no trauma. Daí a importância do estudo da psicanálise na fisioterapia e em qualquer outra profissão da área da saúde: os resultados benéficos do tratamento dependem bem mais do que é considerado um "bom resultado" pelo paciente, do que a cura física em si.
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Texto revisado por Cris
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