A psicoimunologia e os milagres
Atualizado dia 30/09/2015 15:41:06 em Autoconhecimentopor Renato Mayol
Para isso, são importantes os avanços do conhecimento na área da psicoimunologia, ciência que, através do ramo da psiconeuroimunologia (PNI), estuda a capacidade do sistema nervoso poder afetar o sistema imunológico, que é o sistema responsável pela defesa do organismo e que em conjunto com o sistema nervoso, e o sistema endócrino, que é constituído pelas glândulas que lançam os seus produtos na circulação na forma de hormônios, formam o tripé sobre o qual se embasa a saúde do corpo.
As bases da PNI foram estabelecidas a partir dos resultados das experiências dos pesquisadores Robert Ader e Nicholas Cohen que conseguiram, apenas com água adoçada com sacarina, provocar mortes por imunossupressão em ratos previamente condicionados para terem aversão à água assim adoçada por sua administração conjunta com um imunossupressor que causava vômitos.
Nos ratos condicionados, a administração forçada da água adoçada apenas com sacarina desencadeava, através das terminações nervosas das papilas gustativas, sinais que suprimiam o sistema imunológico, mesmo sem a administração conjunta do imunossupressor.
O sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo, é constituído por células de diferentes tipos e com diferentes funções, que se encontram no sangue, nos gânglios linfáticos e no baço. Por sua vez, o cérebro, integrante do sistema nervoso central, produz substâncias químicas que são os neuropeptídios e que, pelo sangue, vão aos respectivos receptores espalhados por todo o organismo. E é através dos receptores nas células do sistema imunológico para determinados neuropeptídios produzidos no cérebro que se dá a comunicação entre o cérebro e as defesas do organismo.
A interação entre a mente e o sistema imunológico, mediada pelo cérebro, leva à possibilidade de os indivíduos poderem atuar sobre suas doenças com armas como - emoções, sentimentos e pensamentos, para exercerem o seu desejo de viver ou a sua vontade de morrer, na dependência do estado mental.
Assim, tem sido observado que viúvos com altos escores de depressão têm uma grande possibilidade de desenvolver câncer entre o sexto e o décimo quinto mês de viuvez. Situações estressantes como a perda do emprego, ou a preocupação de não conseguir passar em algum exame acadêmico, também reduzem as defesas do organismo.
De modo igual, há estudos que demonstram que um elevado envolvimento social está associado a altos níveis de imunidade e também há estudos que sugerem que emoções positivas, como a compaixão, o perdão e o amor, podem exercer um efeito benéfico sobre o sistema imune reduzindo a gravidade ou até curando muitas doenças.
Curas essas que, às vezes, acontecem de forma extraordinária, sem que haja ainda uma explicação científica em base ao conhecimento atual e tais curas são chamadas de milagres.
Os milagres não dependem da ligação a alguma religião, mas sim, dependem da religiosidade, que é um sentimento inato que motiva a busca da filiação Divina, sem necessariamente a presença de intermediários, tais como padres, pastores, rabinos, bispos ou outros.
Os estudos sobre a relação entre o estado mental, o sistema imune e a saúde têm avançado graças à introdução de exames tais como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética que são capazes de reconhecer as áreas cerebrais envolvidas em diferentes estados emocionais e em atividades como a oração e a meditação.
Dessa forma, a importância do conhecimento dos fatores que podem atuar para produzir as chamadas "curas milagrosas" reside no fato de que, em se conhecendo como os milagres acontecem, talvez possamos consegui-los quando mais os necessitarmos.
Texto extraído do livro "Câncer, Medicina e Milagres", do Dr. Renato Mayol Adquira aqui
Texto Revisado
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