A recaida como forma de vencer o estresse!
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Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 29/08/2011 14:05:22
A recaída como forma de vencer o estresse.
É comum as pessoas julgarem aqueles que são portadores de algum tipo de vício e acharem que não tem jeito mesmo. Que será sempre assim e a pessoa não conseguirá superar sua fraqueza. Em nome da dependência, familiares e o próprio viciado desculpam-se pela recaída.
A pessoa que é dependente de algum tipo de droga tem sua vida preenchida pelos desgastes, físicos e emocionais, que é a "ressaca" provocada pela droga. É uma "ressaca" não apenas física, mas também emocional e, principalmente, moral.
Nesse período, vivem-se muitas tensões, pressões de todos os lados, mas que se "diluem" imediatamente com a utilização da droga. É como uma bateria que, ao acabar de ser carregada, já se descarrega e imediatamente se reinicia o processo.
Com o esforço pessoal, da família e apoiados por grupos e profissionais, a pessoa começa a retomar sua condição de raciocínio, começa a identificar suas perdas, em todos os sentidos, principalmente seu comprometimento financeiro, que implica em sério risco ante o traficante; no caso do álcool, cobranças diretas e insistentes. Essa percepção vai, passo a passo, "um dia de cada vez", afastando o dependente da compulsão que tanto o prejudica.
De alguma forma, as pessoas envolvidas buscam ajudar, seja através de conversas, conselhos, ou incumbindo o dependente de pequenas tarefas para ocupar o tempo daquele que, por um bom período sentiu-se incapaz de assumir uma atividade constante, mesmo porque, pouca confiança ele inspira, o que explica a dificuldade que ele tem de conseguir um trabalho tão logo se abandona o vicio. A pessoa que está se esforçando para manter-se "limpa" vai se sentindo acuada e começa a se revoltar, pois não encontra a acolhida que julgava merecer. Por outro lado, a experiência mostra que confiar fielmente naquele que está deixando o vício pode levar a grandes decepções. Hoje, esta visão está generalizada: "Quem é um ex-viciado não é confiável", já virou um estigma. A mesma dificuldade sofrem aqueles que cumpriram penas judiciais.
A vida, para quem acabou de deixar o vício, vai se desenvolvendo com uma dimensão de tempo que, pode-se dizer, é composta de "minuto a minuto". A impressão é a de que é tudo novo. Toma-se algum medicamento, fazem-se alguns encontros psicoterápicos, freqüenta-se o grupo correspondente e nos intervalos se realiza alguma tarefa ou atividade, como se o viciado estivesse se preparando para voltar a assumir a direção de sua vida e a responsabilidade por si mesmo. Mas de repente, eis que o retorno ao vício acontece. O próprio usuário não entende direito o porquê de sua recaída. Não era essa a sua intenção!
E podemos considerar tal fato como verdade. Ele não queria, conscientemente reincidir. Longe de ser sem-vergonhice, fraqueza ou malandragem, o que o impulsionou à recaída tem suas bases na grande vontade de querer se livrar de um estado de tensão, de um estresse que vai se acumulando pelo dia-a-dia. Se até os que não possuem vícios condenáveis têm essa dificuldade, imagine quem já traz consigo essa válvula de escape!
Mais do que condenar, deve-se procurar proporcionar assistência a essa enorme ansiedade que se manifesta no momento em que o estresse se acumula. Ao retomar o uso, quebram-se todos os referenciais de valores que começaram a ser recuperados, possibilitando uma descontração imediata, embora extremamente rápida, pois em seguida virão todas as conseqüências geradas pela recaída, principalmente o sentimento de culpa.
Portanto, é fundamental que pessoas que estão em seus momentos de restabelecimento de conduta pessoal, desenvolvam atividades que possibilitem desgastes de energia física, o que propiciará uma eliminação do estresse que se agravou, posto que, além daquele gerado por motivos rotineiros, soma-se o de se ter freqüentado faixas muito condenáveis.
É fundamental que se saiba que a recaída pode ocorrer sem a manifestação de uma vontade ou desejo insuportável, o que poderia ser controlado, mas pelo impulso repentino, onde a consciência já não se faz ouvir, aliás, ela nem percebeu o que estava por acontecer.
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