A respeito da tragédia no Haiti
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Autor Rosemary Rezende
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 1/15/2010 10:02:33 AM
Sem dúvida foi lamentável, isso ninguém discute. Por outro lado, se acreditamos realmente em Deus e não nesse Deus vingativo e intolerante, como pregam alguns; mas num Deus bom, o Deus Pai, não temos outra saída, senão aceitarmos o fato, afinal nada ocorre sem o controle de Deus.
Reparem que por controle eu não quero dizer vontade. A vontade de Deus sempre é bela e sempre é o bem, no entanto, nós somos responsáveis por esse planeta e não temos cuidado bem da casa onde moramos. Portanto, não é a vontade de Deus, mas ele permite. E por que?
Para que nós, seus filhos aprendamos uma lição. Antes eu não pensava assim. Não mesmo, mas a medida em que fui crescendo e indagando a respeito de Deus, ele foi me respondendo e me mostrando muitas de suas faces e acho que consegui algumas respostas.
Sem dúvida, a maternidade foi um dos processos que mais me ajudou nesse intento. Não por causa daquele velho chavão de que ela é um divisor de águas na minha vida, o que é verdade, mas porque eu aprendi muito observando o meu filho e enquanto ele crescia também crescia em mim esse novo ser que é a mãe; a observação, o poder de compreensão e a compaixão.
Voltando ao assunto, explico. Minha amiga Bel me escreveu ontem expressando seus sentimentos, seu horror e sua dor pelas perdas causadas pelo terremoto. Eu vi seu recado a tardinha e como estava apressada só disse que se acreditamos realmente em Deus, temos que acreditar também agora, nesse momento difícil. E na hora eu não soube explicar o por quê. Agora refletindo melhor sobre a questão, creio que cheguei a uma solução, ou pelo menos, me ponho a tentar.
Quando meu filho tinha três anos, alguém muito sem juízo, o ensinou a riscar fósforos. O menino ficou encantado e não queria saber de outra coisa. Imagino que para ele aquilo era mágica pura. E para desespero meu, ele não se esquecia daquilo. Escondíamos os fósforos, mas na primeira bobeira que dávamos, lá estava o Narayan a riscar fósforos de novo. E nada fazia o Guri parar com aquilo. Não adiantou falar, brigar, colocar de castigo, nem umas palmadas, nada.
Já quando eu me encontrava entre o desespero e a aceitação de ter um filho piromaníaco, me veio uma inspiração. Sentei-me com ele, conversei e expliquei que fósforo era uma ferramenta só pra adultos e disse tudo o que poderia acontecer se ele não parasse. E daí disse que já tinha falado demais e já que de nada adiantava ele teria que aprender por si mesmo. Claro que eu preferiria que ele me ouvisse, mas já que isso não funcionava, ele era livre pra fazer sua escolha. Deixei a caixa de fósforos na frente dele e fiquei só observando.
O que aconteceu? Claro que logo ele começou a riscar os tais palitinhos e adorar tudo aquilo. Riscou uma vez, duas, três, dezenas de vezes, e eu meio de longe observando. Até que ele teve a linda idéia de riscar três palitos de uma só vez e queimou o dedo. Pronto, largou aquilo tudo e veio correndo e chorando pro meu colo. Então eu cuidei dele, enxuguei as lágrimas e fomos conversar de novo.
Gente, eu sou uma boa mãe e não queria deixar que nada de mal acontecesse a meu filho. Mas essa foi a única maneira de ele prestar atenção ao que eu lhe ensinava. Tentei todas as maneira que eu sabia antes, mas ele não aprendeu, nem sequer me ouviu.
Pode parecer cruel , a princípio, mas antes um dedo queimado e a lição aprendida do que acidentes mais graves e até irremediáveis. Agora, além de ele não brincar mais com fósforos, ele me escuta muito mais e sempre ou quase sempre me obedece. E quando não o faz, ele mesmo é o primeiro a admitir e logo diz: bem que você me falou, né mamãe?
Queridos, eu não acredito num Deus vingativo. Deus é sim um pai amorosíssimo e dedicado. Nós é que somos filhos ou surdos a Seus apelos ou teimosos demais.
E para arrematar ainda me lembrei do que sempre falava um velho professor: as mães sempre perdoam; os amores, as vezes; a natureza nunca. Quem foi que mandou a humanidade brincar com fogo? Já não tivemos avisos demais para cuidar melhor do planeta?
Quem sabe agora o mundo pare de ser teimoso e resolva fazer as mudanças necessárias a uma vida mais sustentável, mais justa e equilibrada? Se não aprendemos pelo amor, aprenderemos pela dor. Com certeza dessa maneira nos sai muito mais caro.
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Rosemary Rezende Tecnica Agrícola, Medica Veterinária, Homeopata, Terapeuta Holística. Atualmente trabalhando com Terapia Nexus, massoterapia Indiana, Numerologia Indiana, Florais e Homeopatia E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |