A Sabedoria de Einstein sobre a Educação




Autor Regina Ramos
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 17/12/2012 09:39:00
Albert Einstein, em 1936 escreveu: "A escola sempre foi o mais importante meio de transmitir a riqueza da tradição de uma geração para a seguinte. Isto é ainda mais verdadeiro hoje que em tempos passados, pois, em decorrência do moderno desenvolvimento da vida econômica, a família foi enfraquecida como portadora da tradição e da educação. A continuidade e a saúde da sociedade humana, portanto, dependem da escola em grau maior do que outrora.” (Sobre a Educação, in “Escritos da Maturidade”).
Se em 1936 Einstein constatava que a família estava enfraquecida por causa do desenvolvimento da vida econômica, é fácil deduzir o tamanho do enfraquecimento da mesma no final do século XX com a força da globalização. O modelo econômico capitalista vigente faz com que os pais das classes média e alta se dediquem primacialmente ao trabalho em busca de sucesso financeiro para garantir a “boa educação” dos filhos que eles acreditam estar nas escolas particulares, nos cursos de língua, na natação, nos Ipods, Ipads, tablets, enfim nas ferramentas tecnológicas de última geração. E os pais das classes economicamente menos favorecidas além de saírem em busca do básico para a sobrevivência, também se esforçam para dar aos filhos pelo menos um par de tênis moderno, embora não seja de grife. E assim, caminha hoje a humanidade, perdida no materialismo econômico, nos inúmeros shoppings das cidades que apelam ao consumo. Todos querem ter tudo o que uma minoria pode ter sem se endividar (e às vezes até se endividando).
E a escola, ausente desta análise sistêmica, deixa de cumprir seu papel social “para a continuidade e a saúde da sociedade humana”, como afirma Einstein em sua sabedoria como cientista engajado nas questões humanas, para ficar culpando a família pelo baixo desempenho dos alunos. A queixa maior dos professores diz respeito à família que não mais educa seus filhos, sem talvez perceber que a família também é vítima desse sistema econômico que privilegia o ter. Há 50 anos, as crianças eram educadas por toda a comunidade: pais, tios, vizinhos, escola, igreja, todos cuidavam de educar os mais jovens. Nos dias atuais, a maior influência vem da mídia televisiva que impõe modelos de comportamentos destorcidos e dos aparelhos tecnológicos com os quais as crianças se “distraem”. E o pior é que muitos pais também se “distraem” horas com esses brinquedinhos.
Como educadora sempre pensei como Einstein e sempre assumi o papel de educar meus alunos, muitos deles adultos sem educação! Se ninguém os educou, eu os educo de bom grado e por isso só ganhei respeito e amizade de todos eles.
“O inferno são os outros” – já dizia Sartre.
Os outros são culpados por aquilo que deixo de fazer. A família que não educa seus filhos, o baixo salário, as péssimas condições da maioria das escolas da rede pública, são fatos reais, lamentáveis, desanimadores. Porém, do outro lado há crianças e jovens pedindo os nossos cuidados, esperando que nós, professores, os ensinem principalmente a ler e a escrever, para que possam se tornar cidadãos e acima de tudo desenvolver sua humanidade.
Quem quer faz, não importam as condições.









Professora de Português, Francês, História da Educação e Filosofia da Educação. Orientadora Educacional e Consultora Pedagógica. Palestrante. Taróloga. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |