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A SACRALIDADE DA VIDA

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Autor Christina Nunes

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 7/23/2005 3:37:02 PM


Ontem assistíamos ao jornal das nove horas, vendo as notícias de Londres sobre a morte de um homem alvejado com cinco tiros pela polícia, no metrô, sob a alegação desta de que dispunham de dados seguros sobre o seu vínculo com os atentados recentes. Meu marido proferiu um comentário algo inconformado, ao qual, por minha vez, reagi numa demonstração precipitada de confiança cega nos métodos, a meu ver, infalíveis dos quais dispunham países de primeiro mundo ao assegurar-se da defesa de seus cidadãos.

" - É muito fácil, isso, dizer que têm certeza da culpa de alguém e sair matando...", foi o comentário do meu marido.
" - A polícia londrina é muito perfeccionista; não cometeriam um erro desses!", aleguei, julgando mesmo absurdo o comentário, de dentro da mais absoluta convicção de que erros desastrosos como os que ocorreram, lamentavelmente, no ônibus 174 no Rio de Janeiro, não tinham lugar num país como a Inglaterra. Naquele condicionamento típico de mentalidade de país de terceiro mundo, formada a pulso dos reveses presenciados no nosso tumultuado dia-a-dia no Brasil.

Agora, nem passadas vinte e quatro horas, assistindo o noticiário da tarde, deixo cair o queixo: qual não é a minha indignada surpresa ao ouvir do repórter, naquela imparcialidade típica de mero narrador jornalístico, que a polícia de Londres acaba de constatar que o dito homem morto, no qual o suposto policial competente descarregou, literalmente, a sua arma, não possuía nenhum vínculo com os atentados terroristas recentes, em vista do que a polícia londrina declarou lamentar profundamente o engano.

Eu e meu marido nos entreolhamos; abobada, dei a mão à palmatória, enquanto ele me exibia um sorrisinho de “eu não disse?”. Voltei para os meus afazeres mergulhada em momentâneo pesar e em reflexões.

Lembrei-me, não sei porque, do trecho do diálogo de um filme já antigo, "O Dia Seguinte". Filme sombrio que mostrava com riqueza de detalhes como seria a hecatombe de uma guerra nuclear nos dias de hoje, com todas as suas conseqüências. Um dos personagens, um médico, comenta para o outro: "Enquanto lutamos para salvar um só bebê, eles simplesmente apertam um botão e destroem tudo!...", como se questionando de si mesmo qual o valor do que realizavam, àquela altura. Ao que o outro respondeu, na mesma hora, embora compartilhasse de suas impressões e do seu estado de espírito: "Eu chamo isso de burrice! Ela sempre consegue aparecer!"

Um filme! No entanto, passados alguns anos, a realidade nua e crua nos mostra que não estamos muito distantes disso. Vivemos isso! Talvez que em doses homeopáticas, espalhadas aqui e lá; um volume grande, mas dispersivo, no qual estamos tão mergulhados que nos anestesiamos pelo hábito de todo santo dia presenciar uma nova tragédia ... E no entanto, é preciso apenas um grau um pouco mais aguçado de consciência para externar a pergunta atônita: que é isso?! Que ínfimo valor, quase nulo, possui hoje a vida humana perante um número perigosamente alarmante de mentalidades - inclusive ditas "desenvolvidas" - para que cinco tiros lá, matando um por imperdoável engano; carros-bomba e suicidas insanos, mais adiante, massacrando um sem número de inocentes; mais para trás dois aviões arremessados barbaramente contra dois arranha-céus, pulverizando centenas de seres humanos; a ganância e a ambição selvagens grassando no planeta nos dias que correm, ao preço da miséria e do embrutecimento de povos inteiros, passem cada vez mais como coisa corriqueira, que simplesmente "não tem jeito"?

"É a ordem natural das coisas", alguém há de alegar. "Guerras sempre existiram, massacres, barbárie..."

Em nenhum momento, no entanto, isto é pretexto para que a humanidade, passivamente, se acomode a tal quadro milenar de incúria, ao preço do sofrimento do seu semelhante. Crê - ai dela! - como criança imprevidente que desenvolve maus pendores à sombra da insciência dos pais, que tais destemperos cometidos contra a vida passam sem retorno, na mais completa ignorância dos efeitos certos, a prazo mais ou menos longo, das Leis soberanas da Causa e Efeito!

"Vivemos em processo de simbiose uns para com os outros", disse, sabiamente, outro personagem de um filme recente. "O que acontece com um ser afeta todos os demais, de uma forma ou de outra."

Não há nada mais certo! Quão tola esta ilusão de separação entre seres e coisas no Universo flagrantemente coeso que habitamos!

É preciso o despertar definitivo para a visão clara e imperturbável de que lidamos com interação de energias: o que desencadeamos aqui, ricocheteia lá, em rota certa de reencontro com a sua origem, ou seja, conosco. Mata-se um ou muitos, inconscientemente, como se a vida valesse o mesmo que as cotações instáveis da bolsa. Gera-se, a partir disso, saibam ou não os responsáveis, uma onda incontrolável de reação energética negativa maciça de ódio e de rancor contra os autores de tais arbitrariedades; disso desencadeia-se, num ciclo vicioso, toda a reação em cadeia materializada na forma de guerras entre os povos, rebeliões, carnificinas, dissensões e crimes arbitrários, em progressão geométrica.

Gasta-se somas incalculáveis com a fabricação de armamentos a cada dia mais letais, ao preço do desequilíbrio orçamentário nos países pobres, cuja população pena na miséria e na escassez de recursos humanos, no incremento da indústria de destruição que, em sendo testada, no processo origina toda uma gama enorme de devastadores refluxos hostis climáticos, cujas origens e razões primeiras a ciência encontra dificuldades em detectar.

As Leis da Vida, observáveis nos fenômenos sociais menores, inapelavelmente, aplicam-se aos maiores: tratemos alguém com hostilidade gratuita um dia e a projeção impensada da nossa agressividade originará outra em proporção maior, de retorno, da parte de quem foi lesado injustamente pela nossa cega impulsividade. Mate cruelmente um só indivíduo ou todo um povo, vítima do massacre odioso nas batalhas sangrentas, e imediatamente, (tendo em conta, de acréscimo, a velocidade com que as informações são veiculadas hoje em dia a nível planetário) gigantesca onda de energias originadas na revolta e na angústia de quantos deploram a disseminação indiscriminada do sofrimento se levantará contra os autores da violência, inexoravelmente.

Vimos observando, na atualidade, a materialização lastimável do que comprova, à luz do dia, a ação dessas Leis Maiores no contexto das nossas vidas. É já com atraso a hora de nos mobilizarmos na transmutação deste quadro dantesco e insatisfatório para além da simples indignação, visando extirpar, definitivamente, um mal grave que corroe o mundo em escala global.

Comecemos dentro de nós mesmos, na justa repulsa experimentada diante dessas cenas, que já se nos tornaram cotidianas; mas também, e principalmente, na próxima vez em que nos assenhorearmos do impulso impensado da agressividade contra o nosso semelhante. Contemos até dez: busquemos a contemporização, o entendimento; a compreensão para com as razões do outro; busquemos, ao menos, o mero freio que evite a emissão de mais energia negativa naquela atmosfera que nos é mais próxima.

A Sacra Qualidade da Vida, na certa, nos agradece.

Como amor,
Lucilla e Caio
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Christina Nunes   
Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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