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A superação da dor nos faz crescer

Atualizado dia 05/03/2019 19:59:46 em Autoconhecimento
por Flávio Bastos


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"A felicidade é salutar para o corpo, mas só a dor robustece o espírito". (Marcel Proust)

A experiência do sofrimento e o medo da morte são os principais motivos que nos estimulam a procurar apoio ou consolo nas religiões. Para muitos, é através do ritual religioso que vida e morte ganham um sentido real e transcendente.

Outros, no entanto, ignoram a crença em dogmas e preferem outros caminhos de encontro a si mesmo como a terapia tradicional, o conhecimento filosófico ou o autoconhecimento de base holística ou espiritualista.

Um terceiro grupo prefere simplesmente curtir a vida e administrar tanto as experiências prazeirosas quanto as dolorosas, sem buscar auxílio de terceiros para compreender o complexo significado da vida.

Essas escolhas caracterizam a heterogeneidade do ser humano, no sentido da direção de cada indivíduo dotado de inteligência que segue seu fluxo existencial baseado em leis que regem a vida no universo.

Nessa dinâmica cósmica, a experiência da dor torna-se um instrumento imprescindível para a evolução do espírito, pois, é através de sucessivas experiências no âmbito do sofrimento, que despertamos para a compreensão e a vivência do amor de forma abrangente.

No entanto, não nos encontramos sós no universo e o compartilhamento do amor nas suas mais variadas formas de manifestação no convívio humano faz diferença para o nosso aprendizado. Sobretudo através do exercício da compaixão, que é um sentimento que nos liga à dor do outro.

Sem a sensibilidade apurada da compaixão, que nos identifica como seres humanos em experiência terrena, a experiência da dor torna-se individualista e restrita a uma vivência egóica, onde o egocentrismo é o gatilho da alienação existencial.

A experiência vital é muito rica para permanecermos, indefinidamente, num patamar onde o eu é mais importante que o nós, como se não vivêssemos numa aldeia cósmica repleta de humanidades em expansão. E expandir significa  libertar-se de amarras que nos prendem a vícios comportamentais e preconceitos que nos acompanham desde tempos remotos.

Por exemplo: falta-nos a solidariedade com a dor do outro. É através dessa empatia que superaremos a própria dor e expandiremos a energia da compaixão a níveis mais altos de compreensão do amor. Sem a prática da compaixão a vida torna-se estéril e a experiência da dor, de limitado aprendizado.

Nesse sentido, as doutrinas religiosas desconectadas do Uno e que de forma subjetiva ideologizam seus fiéis por motivo de interesses escusos, prestam um desserviço ao avanço de sentimentos nobres indispensáveis para a evolução da civilização terrena. Nesse aspecto, mais vale um ateu buscador de verdades do que um crente em Deus manipulado por indivíduos que exploram a dor alheia.

Nas experiências regressivas, muitas vezes deparei-me com situações em que o paciente, em vida passada, percebia estar sendo manipulado por uma espécie de mestre ou guru religioso. Experiência que servia para ele entender que a mesma situação se repetia na vida atual.

Em outras situações regressivas, o paciente era um líder religioso que enganava seus fiéis para tirar proveito próprio da situação. Experiência que identificava o mesmo perfil na vida presente, ou seja, de envolvimento em atividades ilícitas ou desonestas.

A propósito, o caráter de uma pessoa não é imutável. Sua índole dependerá de uma conjunção de fatores, a começar pela experiência educativa proporcionada pelos pais biológicos ou substitutos, associado ao perfil que traz de de vidas passadas baseado em escolhas. Esse conjunto de vivências determinará se houve alteração positiva ou negativa em sua postura diante da vida.

Portanto, o autoconhecimento é o melhor caminho para transformar lições em aprendizados que enriquecem a vida e tornam a alma mais leve de fardos existenciais. Nessa direção, a superação da dor nos faz crescer desde que a dor do outro seja assimilada através do sentimento de compaixão. Esse "outro" independe de engajamento ideológico ou religioso, pois, o que interessa é a transparência de sentimentos que deve estar associada à verdade de cada indivíduo em processo de expansão consciencial.

A superação da dor ocorre proporcionalmente à abertura para o amor. Sem essa energia que nos incentiva para a quebra de paradigmas individuais e coletivo, não haverão mudanças significativas que alterem caráter, vícios de comportamento ou estruturas sociais que permitam uma libertação de preconceitos, ou uma tomada de consciência que proporcione um novo olhar do homem para o unverso dentro e fora de si mesmo.
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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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