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ABRAÇO NÃO DADO E SAPATOS DE VAN GOGH

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Autor Claudette Grazziotin

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 7/28/2005 3:09:32 AM


Meu amigo!

Talvez aches estranha esta mensagem que te envio, com o artigo Abraço Não Dado. Mas vais ver no final que ela é muito significativa. Foi escrita por uma pessoa especial, um amigo também, sobre uma circunstância em sua vida de grande impacto emocional, como temos tantas nas nossas vidas cotidianas.

Ele mais a imagem forte dos Sapatos pintados por Van Gogh que encontrei há pouco, tocaram num ponto delicado do meu coração, posto que, agora, estou num desses momentos vulneráveis em que já passei por muitas fases desde a fatídica (ou inconsciente?!): - Por que eu? Por que comigo? Depois, pela revolta com Deus e o mundo, sentindo-me vitimizada mesmo que verdadeira e legalmente injustiçada, vendo a saúde física, emocional, financeira debilitando-se e consequentemente fragilizada, ter de reconhecer os sucessivos equívocos pessoais e de terceiros. E então, a fundamental fase, render-me.

Foi assim que, hoje, admirando absorta a inquietante impressão captada pela genialidade do mestre Van Gogh, pensei nas pessoas excepcionais que encontrei pelo caminho; nas oportunidades abraçadas ao conhecê-las que me fizeram crescer em sabedoria e simplicidade e nos inesquecíveis momentos felizes com que me brindaram. Nas outras tantas vivências que por imaturidade ou por ignorância deixei passar, não vi acontecendo ou tristemente perdi.

Olhei para aqueles sapatos surrados de uma dignidade luminosa em seu silencioso abandono e os ouvi gritando sua beleza para mim, ali, mesmo mal cheirosos, sujos, úmidos, moldados, machucados pelas agruras, por tanto andar. Sapatos de gelo, os pregos visíveis, pequenas garras já gastas, um registro do passar implacável do tempo, do desgaste na tentativa de tentar equilibrar-se, firmar-se, do pisar forte, duro, inteiro, com uma única certeza, a inevitabilidade do ter de caminhar, caminhar, caminhar, cumprindo seu destino até o fim. Senti todo um mundo de alegrias e dores marcado, vincado no couro rude, a finitude da vida espelhando-se retratada neles, carcomendo-se até jazerem descompostos, cansados, porém altivos e nobres mesmo que miseráveis, esquecidos em algum canto, sem mais serventia e solitários.

Pensei nas pessoas que comigo cruzaram presenteando sua amizade, ofertando conforto; que me amaram, abriram horizontes, apontaram caminhos por onde eu pudesse experimentar novos passos, não importando se vacilantes, inseguros ou bem sucedidos e que, subitamente, se ausentaram de minha vida por sua natural finitude, equívocos, incompreensão, decepção, por desejo de novos encontros deixando uma lacuna aberta como uma ferida que não cicatriza e que fica incubada, invisível.

Então, uma visão, uma palavra, um som, um gesto atinge lancinante o ferimento que grita pulsando latente, anunciando-me que não se dissipou a dor que o vazio deixou, como agora, com Os Sapatos de Van Gogh. E eu sempre que isso acontece me pergunto: - Por que? Por que não passa essa dor? Por que não se preenche essa fenda com o presente que são as novas pessoas que vou encontrando por onde caminho?

Abandonando a imagem perturbadora foi que entrei no site onde também escrevo e li o artigo Abraço Não Dado. Ali estava a resposta que eu buscava. Descrita de forma muito sensível, afetiva e clara. Porque também ele sentia o espinho no seu coração, ferindo-o emocional e físicamente diante da impossibilidade do resgate da completude do momento, no gesto mais importante que daria fim ao sofrimento torturante e incurável, o abraço. O mesmo espinho que me feriu nesse encontro importante que aconteceu contigo.

Gostaria que pudesses compreender com o coração sem julgamentos. Ninguém sabe o que acontecerá daqui a um segundo, mas, todos sabemos que poderá ser tarde demais para um pedido de perdão, esclarecer diferenças, desfazer enganos e, principalmente, para reatar amizades significativas, retomar caminhos interceptados, dizer eu te amo, para ser feliz.

Todas as dificuldades que estou enfrentando estão me auxiliando a levar adiante meu propósito de resgatar os vazios que estão bloqueando meu caminho em muitas áreas. Uns foram facilmente resgatáveis, outros nem tanto; alguns mais complicados exigem muita paciência, tolerância e coragem mesmo; entretanto, os resultados me animam a seguir tentando.

Abraço não dado que transcrevi para ti, fala de um gesto que ficou suspenso no ar alertando para a inexorável impermanência da vida e para a impossibilidade de reter ou reverter o tempo, desejando retificar momentos. Mas exorta a que passemos a valorizar cada instante presente e futuro, vivendo-o na sua totalidade, no gozo pleno e intenso de sua inteireza. Só assim, uma possível perda, uma imprevisível partida ou uma inevitável ausência se revelará surpreendentemente, indolor.

Hoje, mais madura, sem me preocupar com o que aconteça, se me reservas uma mão estendida ou teu silêncio, sinto a alma apaziguada porque realizei inteiramente o propósito do sentimento que me ia na alma e não deixei vazios onde pudessem, furtivamente, se instalar dores indesejáveis. Um abraço,

Claudette

Abraço não dado
Saul Brandalise Jr.

“A secretária entrou com “ar” de espanto na sala. Estávamos na Suíça falando com a diretoria de um renomado colégio feminino. Buscava uma vaga para minha filha quando ela, a secretária do diretor do colégio, me disse:
- Sr. Brandalise lhe chamam do Brasil.
Fiquei surpreso, claro, afinal, quem iria me encontrar lá, e me dirigi ao telefone em uma sala anexa.
A notícia não poderia ter sido pior. Meu pai acabara de falecer.
Estranho como não estamos preparados para o acontecimento... Sabemos que será assim, mas enquanto é com os outros, tudo bem. Uma fenda abriu-se em minha mente e ainda não consigo esquecer o episódio.
Ficaram incontáveis lembranças do caráter, da postura e da capacidade de meu pai, mas guardo comigo o abraço não dado.
Como assim? Você pode se perguntar...
Sim, faltou o abraço de despedida. Quando viajei estávamos “brigados”. Que coisa ridícula. Brigar, discutir, com quem se ama tanto. E, o que é pior, sabe por quê? Por coisas materiais. Mas naquela época eu nada sabia do que sei hoje. Naqueles dias o que contava era o que se acumulava de riqueza.
Resolvi escrever hoje sobre isso para que você não precise passar pelo que eu passei e que se policie em suas relações familiares, com amigos e profissionalmente.
Os momentos não voltam. As situações não se repetem. Nunca mais será igual.
Curta a sua vida como se o minuto fosse o último desta encarnação. Sabe por quê? Porque pode ser mesmo o último e você só vai se dar conta disso quando for tarde.
Ontem li uma frase que eu gostaria de ter escrito e que dizia assim:
“Conheci um homem tão pobre, tão pobre, mas tão pobre que a única coisa que ele tinha era dinheiro”.
Lamentavelmente não sei quem foi o autor. Se você souber, me avise, certo?
Hoje posso lhe dizer também:
Conheci um homem tão rico, mas tão rico, que a única coisa que ele me ensina a fazer é respeitar o livre-arbítrio das pessoas. Ele tem tudo o que precisa e um dia eu conclui, conversando com ele, que não existe sorte. A sorte se concretiza quando merecimento e oportunidade chegam juntos. Plantou, colheu.”

Texto revisado por Cris

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