Ah Ilusão!

   

Autor Ayrton Pereira Amorim

Muito se falou ou se escreveu sobre a ilusão. Na maioria das vezes, a ilusão é crucificada como sendo um estado da alma não muito agradável.
 

Pensando bem, durante a fase da ilusão, nessa determinada fase ela era a realidade.
 

A realidade passa a ser chamada de ilusão, quando essa mesma realidade no passado nos decepciona. Porém, não há realidade sem passarmos pela ilusão. Ela pode ser boa, como pode ser má.
 

Depende do resultado que nós esperávamos do fato ao se transformar em outra realidade, aquela realidade que nós passamos a chamar de ilusão. Complicado não?
 

O que quero dizer é que existem fases de nossa vida que passamos por pura ilusão. Essa ilusão, no momento do acontecido apesar de condenada, poderá nos trazer boas recordações, com sensações que variam.
 

Quando a decepção chega, nós nos posicionamos contra e chegamos a considerar o momento vivido como ilusório no sentido mais pejorativo.
 

Na minha opinião, a ilusão é necessária, inevitável e sem ela nós não podemos usar nosso critério e transformá-la em realidade que nos convenha.

A realidade é mais legítima pois é mais sutil, mais concreta, diferente da ilusão que é como se fosse um sonho, ou mais dizer um pesadelo. De todas as maneiras, ao sobrepujar a fase ilusória, nós saímos às vezes de um inferno e entramos no paraíso.
 

Já dissemos anteriormente, que é inevitável essa constante variação dos fatos que fazem parte da nossa vida e essa provação de ilusão nos faz mais fortes e seguros, robustecendo nosso futuro como ser vivente.
 

Não podemos nos esquecer que devemos viver o presente, não dando a mínima nem para o passado ilusório e o futuro que também antecipadamente é ilusório. Até chegarmos lá e transformarmos novamente essa ilusão em realidade.
 

Como pensávamos que aquele fato que deixamos no passado era uma agradável realidade, tornando-se uma grande mentira, a ilusão pode nos deixar saudosos e nos fazer sofrer.
 

Temos por obrigação de admitir que, a vida não é feita de sonhos, nem tampouco de pesadelos e sim de uma forte realidade. Forçosamente temos que viver o presente, como se fossemos morrer amanhã. Assim seremos felizes.
 

Sempre aconselho aos meus: “Domine seus cavalos (pensamentos)!” Para que eles não disparem e possam virar a sua carreta. Acidentes acontecem apenas quando nós facilitamos os pensamentos a correrem como loucos, não nos permitindo nem raciocinar.
 

Quem tem pressa chega antes! Certamente, nós não queremos chegar antes. Eu não quero! Vamos com calma! A tartaruga tem longa vida.
 

Ayrton.

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