Amor, apego, desejo
Atualizado dia 9/9/2017 10:39:01 PM em Autoconhecimentopor Patricia M. Barros
Segundo Michel Rimpoche, amar verdadeiramente é desejar a felicidade do outro, não importando se o ser amado está ao meu lado ou não, se ama outra pessoa ou não. O amor incondicional não espera recompensa alguma, além da felicidade do outro e da simples alegria de amar. Este é um sentimento muito nobre e puro. Lembrei-me de uma cena do filme “Divã”, na qual o personagem de Lília Cabral agradece ao ex-marido, pois ele quis partilhar a vida com ela e lhe deu dois filhos lindos. Uma atitude muito madura e que é uma demonstração de amor. É preciso sabedoria, maturidade e desapego para reconhecer que em certos casos já passou o período em que um casal deveria permanecer unido. E claro que é possível que um casal decida de forma amigável que cada um deve seguir o seu caminho. Isso é o ideal, não é verdade?
Quanto ao apego, este sentimento está presente se eu não aceito de maneira alguma que o outro se vá. “Não posso viver sem você...” - é uma frase muitas vezes repetida. É claro que existe o apego saudável, pois este sentimento (como todos os outros) tem a sua função. Se uma mãe não sentisse apego em relação ao seu filho, como poderia dar conta da difícil tarefa de criar e educar uma criança? Tudo tem o seu limite, a sua devida medida. Então, como observou Michel Rimpoche, está tudo bem se alguém não quer que o seu companheiro vá embora. Mas é importante que esta pessoa sinta-se completa com ou sem o seu parceiro.
E quanto ao desejo? São tantas as histórias lamentáveis que envolvem a paixão… Mas é claro que o desejo tem a sua função: unir os casais. Então, este sentimento pode ser saudável. A paixão precisa estar presente para que exista o mistério, o encantamento, a poesia, a beleza, o ardor, o êxtase que vem da sagrada energia sexual… Mais uma vez é uma questão da emoção estar presente na justa medida. Sem paixão, um relacionamento pode fenecer. Por outro lado, se uma pessoa for exageradamente apaixonada por outra, isto pode ter uma série de consequências nefastas. Então, é importante que a paixão surja de uma maneira saudável. Se eu me apaixono porque sinto que falta algo em mim e procuro isto no outro, as consequências só podem ser negativas. A carência não traz nada de bom, pelo contrário – só causa sofrimento para mim e para o outro. Mas se a paixão, o encantamento é um transbordar, é a consciência da beleza, da poesia que existe em mim e também no outro, então é diferente. Este sentimento pode levar a um relacionamento em que há o compartilhar, a expansão, o crescimento… Neste sentido, apaixonar-se é ver Deus no outro e deslumbrar-se.
Eu observei que a carência não traz nada de bom, mas preciso fazer uma retificação. Todos nós precisamos de amor. Mais uma vez, é uma questão do sentimento estar presente na justa medida. E é claro que devemos procurar o amor em primeiro lugar dentro de nós mesmos (a única pessoa que tem a obrigação de me amar sou eu... -abro um sorriso ao escrever isto) e na conexão com o amor de Deus. Então, estaremos em contato com a Fonte de provisão infinita. Carência? Não mais! Tenho que sorrir mais uma vez.
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Sou jornalista e advogada. Atualmente sou funcionária pública e estudante de psicologia e psicanálise. Sempre me interessei por questões que envolvem comportamento e o desenvolvimento pessoal. Espero contribuir um pouco para o bem-estar e felicidade de algumas pessoas! E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |