Amor dividido




Autor Flávio Bastos
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 16/04/2008 21:18:48
Diz a canção popular "Se for prá ter você comigo e pensando nele, dormir comigo e sonhar com ele, ter que sorrir prá não chorar de dor. Prá que viver sabendo o certo,
cometendo erros, se o nosso amor quebrou e não tem conserto. Já me cansei do seu jogo, decida entre ele e eu. Não quero mais esse amor dividido..."
Desde tempos imemoriais o homem procura mas não encontra respostas convincentes que expliquem a existência do amor, essa fantástica energia que estimula-nos para a busca do prazer e da felicidade em nossas vidas.
Confuso em relação ao profundo significado do amor, se é sexo, afeto, carinho ou algo que transcenda ao âmbito instintual das satisfações humanas, o ser vive a sua vida tentando entender através de experiências frustrantes ou parcialmente exitosas, o verdadeiro significado dessa energia que pulsa em seu interior e que pressiona-o em busca de constante vasão externa.
Através da orientação ocidental de cultura monogâmica, o homem busca no sistema de parceria, alguém que o complete sexual e afetivamente. No entanto, paradoxalmente, energias atávicas proveniente de um remoto passado poligâmico, estimulam-no ao contrário, ou seja, que o ideal de amor é o amor dividido.
Desorientado ou carente de amor, porque um só não basta ou completa (...), o indivíduo parte em busca da sonhada completude experimentando relações amorosas ambíguas e de afetos divididos.
Fustigado pelo sentimento de culpa proveniente do código moral internalizado em seu inconsciente através de valores culturais e religiosos herdados pela educação, o ser perde-se na névoa da insatisfação e do remorso.
Frustrado e ainda imcompleto, o ser sai em busca de respostas na religião, na filosofia e na psicologia, mas encontra somente direcionamentos convencionais que se não explicam de imediato os seus problemas, criam condições mentais para que, aos poucos, o ser consiga redirecionar a sua energia sexual para o ideal moral da conquista da felicidade pela experiência monogâmica.
Enquadrado no idealismo moralista da relação sexual-afetiva do casal, fundamentada na regra da necessidade de mútua confiança, o ser conforma-se mas não completa-se, porque continua, inconscientemente, não aceitando as motivações represssivas que o inibem a desejar a satisfação clandestina de seus instintos sexuais.
Conformado, mas com um latente sentimento de incompletude, o ser vê a vida passar não entendendo o verdadeiro significado do amor, porque ainda persegue em seu íntimo, um ideal a ser concretizado: Encontrar o grande amor de sua vida!
Mas qual o significado do grande amor de uma vida que possui o poder de acalmar, unir e completar o que internamente encontra-se confuso e incompleto?
E o ser continua em busca de respostas, até que um dia as encontra à conta gotas, uma após a outra que emergem de si mesmo em forma de revelações proporcionais ao seu nível de evolução consciencial... e o ser, então, começa a compreender que o mistério do amor não-egóico sempre esteve ao seu alcance, embora não percebesse.
Psicanalista Clínico e Interdimensional.
flaviobastos









Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |