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Amor em paralelo

Atualizado dia 12/27/2007 12:24:46 PM em Autoconhecimento
por Maria Silvia Orlovas


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Conheci Eloá numa festa de casamento quando amigos nos apresentaram. A simpatia foi instantânea. Ela, uma mulher madura, parecia feliz ao lado do marido, filhos e netos. Quando ficou sabendo da minha história com vidas passadas disse que precisava da minha ajuda. Na semana seguinte veio para uma consulta, feliz por uma brecha que surgiu na minha agenda, porém no meu consultório seu olhar se tornou profundo e triste.

Quando entrei na sintonia do seu corpo sutil a primeira impressão que veio à tona foi a de uma grande força. Eloá era mesmo uma guerreira, determinada e objetiva, mas em seguida as energias mudaram e mostraram sua solidão. A primeira história apresentou uma moça que se casa por imposição da família com um nobre, porém incompreendida no amor acaba arrumando um amante mantendo uma vida dupla e confusa sem nem saber ao certo de quem eram seus filhos. Na procura da satisfação de suas necessidades amorosas hora se sacrificava por um, hora por outro. Sua alma estava devastada por tanto esforço em fazer as pessoas felizes e suprir necessidades daqueles que estavam à sua volta. Porém quando era o momento dela receber parecia que nada dava certo.

Seu amante era cheio de cobranças porque ela não podia lhe dar atenção enquanto o marido cada vez mais egoísta e ausente nem se importava com sua presença ou necessidades. Eloá chorava baixinho ouvindo tudo. Um choro que não combinava com a mulher que conheci num encontro social. Isso na verdade não me espantou porque já aprendi que as pessoas quase sempre não se mostram no convívio social, o que é totalmente compreensível já que cada um tem sua vida, suas prioridades e é bem razoável pensar em manter o ambiente de convívio saudável preservado de nossas sombras. Acho que não devemos viver o tempo todo assim, pois seria uma atitude hipócrita. Todos temos sofrimentos, incompreensões e num momento ou noutro precisamos colocar isso para fora. Se não o fizermos corremos o risco dessas energias confusas se manifestarem como doenças...

"Maria Silvia você acredita que repeti exatamente a mesma situação? Me casei muito jovem e depois de dez anos de casamento encontrei uma outra pessoa, me apaixonei mas não tive coragem de acabar meu casamento. Há mais de quinze anos vivo um amor em paralelo. Já sofri demais por conta dessa minha história. Sou espírita de formação e não consigo me perdoar por viver assim", disse num desabafo.

"Não durmo mais com meu marido há anos e a paixão que sinto pelo meu amante também não é mais uma chama acesa. Parece que tudo passou e que fiz sacrifícios de toda ordem. Sustento minha casa, ajudo meus filhos, profissionalmente descobri minha força e coragem de vencer limites, mas na vida pessoal me sinto incompleta como sempre. Ninguém me preencheu".

Ouvindo tudo isso intuí que deveria apenas aliviar seu sentimento de culpa em relação à sua vida dupla. Como ela disse, não se separou do marido por que ele era dependente dela e a vida foi passando e seu amante também não tinha coragem de largar sua família. No começo o amor foi intenso e carregado de sofrimento e cobranças mútuas, mas depois a situação se acalmou e ambos, ela e o amante, chegaram à conclusão que continuariam vivendo dessa forma mesmo...

Eloá não queria minhas explicações. Como ela disse nunca abrira o coração para alguém e não procurava encontrar as respostas comigo. Muito segura ela disse: "Sei que escolhi viver assim, mas amava demais o meu amante e quando olhei para meus filhos não tive coragem de privá-los do convívio com o pai que era uma pessoa amorosa, porém um fraco, e eu sabia que sem a minha presença ele os abandonaria. Minha única angústia era pensar em ter falhado com Deus tendo essa vida dupla."

Nesse momento senti meu coração se encher de compaixão por aquela mulher que depois de tantos anos, trancafiada em seu íntimo, esperava uma palavra de apoio... e escolhi carinhosamente as palavras de ensinamento dos mestres. “Eloá, não mudamos as escolhas do passado, o que você fez está feito. Pelo que você me conta o maior sacrifício foi seu. Foi você que suportou todas as situações e pessoas à sua volta, mas esse movimento mostrou sua força interior. Às vezes as pessoas estão na nossa vida para mostrar o nosso valor. Naquela existência passada você se sentia submissa e sem nenhum valor, hoje você ocupa um cargo público de prestígio, ganha bem, é respeitada por seu trabalho e cuidou de todas as pessoas à sua volta. Enfim, você viveu intensamente, não ficou esperando que a vida lhe trouxesse soluções. Se você errou ficando casada sem amor, apenas para manter as aparências, o que isso significa hoje? Depois de tantos anos, com os filhos criados?”

“Acho que você tem razão, quando não me separei dei espaço para meu amante se manter no casamento também. Ambos aceitamos a vida dupla e ambos nos acomodamos com a solução.”

“Então, o que temer?”

“Deus. O que Deus pensa de mim?”

“Deus ama você. As regras para o amor são humanas. Regras para as pessoas sofrerem menos. Regras para as pessoas viverem com mais equilíbrio, mas você foi levada pelo caminho mais difícil. Seu Deus interno teve que se adaptar a isso”.

Sim, meus amigos. O Deus que nos julga, nos liberta ou nos condena está dentro de nós. Claro que nossas escolhas podem trazer sofrimento, mas se não pudemos fazer diferente no passado, hoje precisamos nos libertar, porque Deus está dentro de nós sem pecados ou culpas.

Quando Maria Silvia voltar do retiro espiritual que fará na Índia terá início um Grupo para vivência de vidas passadas e expansão da consciência no seu espaço em São Paulo.

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Maria Silvia Orlovas   
Maria Silvia Orlovas é uma forte sensitiva que possui um dom muito especial de ver as vidas passadas das pessoas à sua volta e receber orientações dos seus mentores.
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