Amor, esse eterno desconhecido
Atualizado dia 10/2/2006 12:38:24 AM em Autoconhecimentopor Oyára Cristina de Moura
Começo justificando minha proposição inicial: o amor como um desconhecido. Penso que nós, humanos, ao ingressar num novo amor, seja ele por um parceiro, um filho, um animal, nos sentimos como desbravadores de uma sensação nova, diferente. Até porque cada amor é diferente – é um novo amor. E o novo assusta, e se não assusta ao menos surpreende. E é dessa surpresa que nos assalta o coração que quero falar.
Uma das mentiras mais difundidas sobre o amor é a de que ele começa com uma paixão. Eu discordo. Penso que um amor pode começar de uma paixão, mas nem sempre. O amor pode começar de uma amizade, de uma empatia, de uma sensação de bem estar, de uma afinidade. Como se a gente, ao entrar no mar, pulasse por cima das primeiras ondas mais fortes, da arrebentação, e fosse parar direto na calmaria, perto da linha do horizonte. E como as pessoas questionam quando isso acontece! Será que amar é isso?
A minha mensagem desta noite é: não vamos nos questionar tanto sobre a nossa emoção. Emoção não existe para ser questionada: existe para ser sentida e vivenciada. Se o amor que se apresenta para você é esse, sem aquela paixão arrebatadora prévia, não se preocupe – vivencie. Não se preocupe muito em ficar olhando as ondas que passaram, porque a beleza do horizonte está bem ali, na sua frente, todos os dias.
Amar exige entrega. Exige nudez. Exige um despir-se de medos, inseguranças, incertezas, preconceitos. Às vezes, despir-se até da nossa própria maturidade de homem e de mulher, para transformarmo-nos em doces crianças que se olham nos olhos identificando a pureza de sentimento trazida por uma vida nova. E mesmo despidos de toda a nossa maturidade, ainda assim, conseguimos nos ver como um homem e uma mulher, seres íntegros, dignos, fortes, sensíveis.
Vamos parar de questionarmo-nos inutilmente sobre o amor, para começarmos um exercício de permissão e de entrega. Um exercício de fechar os olhos e sentirmos o toque, os olhares, as palavras; vivermos mais o presente, o real, o que está acontecendo agora em nossos corpos e em nosso coração.
Talvez o amor possa, assim, ficar cada vez mais nosso conhecido quando, finalmente, nos entregarmos a ele, ficarmos à deriva, deixando as coisas acontecerem, perto da linha do horizonte, em pleno mar aberto, onde tudo - o céu, as nuvens, o vento, as aves, as estrelas - nos diz: esqueça o resto e viva o amor!
Texto revisado por Cris
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