Angústia e Afeto




Autor Wiliam Wagner Silva Sarandy
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 3/11/2018 4:36:55 PM
Inúmeras vezes falamos ou ouvimos outras pessoas falarem sobre como estão angustiadas com alguém ou com um fato específico. O quanto isto ou aquilo as afetam. O quanto estão apegadas a determinadas situações ou rejeitam determinada pessoa ou experiência, própria ou de terceiros..., mas, o que vem a ser esses sentimentos?
O que vem a ser a angústia? E qual a sua relação com aquilo ou aqueles que nos afetam?
Apesar de em algumas ocasiões ser confundida com o medo ou com a ansiedade, pela proximidade com ambos aqueles sentimentos, a angústia se caracteriza como um sofrimento. Este sofrimento pode se relacionar a causas reais, quando resultante de fatos provenientes da vida material, como uma expectativa advinda de um perigo iminente, possível de se reconhecer. Entretanto, pode também se relacionar a causas internas do indivíduo, a chamada angústia de causa neurótica. É esta última que nos interessa neste estudo.
Como afeto podemos compreender tudo ao qual nos dispomos, como estar inclinado a alguém ou voltado a alguma coisa em particular, positivamente ou negativamente. O afeto, assim, é um agente do psiquismo humano, que influencia o pensamento, os sentimentos e a forma como interagimos com as pessoas, seres, objetos e situações da vida.
Vejamos as suas correspondências?
A angústia neurótica é desencadeada a partir de repressões inconscientes. São originadas de impulsos considerados perigosos. Impulsos íntimos que são temidos pelo sujeito, embora o verdadeiro perigo não seja conhecido conscientemente, por isto reprimido.
A partir do exposto, verificamos que a angústia neurótica somente pode existir em relação a quem ou ao que nos afetamos. E pode resultar dos seguintes sentimentos:
- um profundo desamparo, muitas vezes relacionado com sentimentos de abandono ou de culpa de um ou de mais agentes;
- um pesar pela perda ou o sofrimento de não possuir os melhores meios de controle, em razão da imposição de uma força vista como superior e ameaçadora, para manter o objeto do desejo (que pode ser uma pessoa, uma situação ou qualquer coisa à qual possua afeto); e
- um sentimento de castração, no caso da mulher, resultante da desilusão com a figura materna, adicionada de uma sobrecarga psíquica de temor pela perda da admiração paterna ou, no caso do homem, um sentimento de não estar à altura da figura paterna ou por não corresponder ao que ambos (mãe e pai) dele se espera.
Em verdade, somente nos angustiamos pelo que temos afeto, ou seja, tem que haver alguma forma de afetação, de desejo, através de relações de amor e ódio, de acolhimento e desamparo, de realizações e frustrações, que borbulham a partir do inconsciente, para que nos deparemos com pessoas ou situações que identifiquemos como perigosas, que tememos não dar conta de lidar ou que não podemos aceitar.
Sendo a angústia, assim, resultante do afeto, seja este positivo ou negativo, por apego ou rejeição, o que mais interessa ao indivíduo, portanto, é se questionar sobre suas formas de afeição: como age e reage diante de suas experiências e se relaciona e interage com o outro, a partir de si mesmo?










O meu propósito é apoiar as pessoas a desenvolverem seus potenciais interiores, vivenciarem melhores relações interpessoais e promoverem suas competências de comunicação e liderança, utilizando as mais modernas metodologias, estratégias e ferramentas para que também possam realizar seus propósitos e alcançar suas metas pessoais e profissionais. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |