AO MONGE
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Autor Hellen Katiuscia de Sá
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 8/25/2005 11:09:36 AM
Era ele um noviço hábil e magro
Nas manhãs saía do convento
E cuidava das flores ao relento
Mal sabia o capturado
Que dentro de si
Dormia um arado...
Repousava no noviço hábil e magro
Poderes e intuições de mago.
Não reconhecia em si
O império dormente
Tinha o dom da alquimia
Indiferente de ser clemente
Era pessoa como as ciganas e bruxas
Ele era pois, um vidente!
Várias noites sem dormir em penitência
O noviço açoitava-se
Não queria ser indiferente
Aos ensinamentos do mosteiro
No entanto aflorava seu dom de profecia!
Desorientado e temeroso
Achava que a Deus não pertencia...
Numa manhã de outono, saiu ele ao florido.
Viu moça linda dançando suave
Era ela uma cigana
A mais linda de seu povoado
O noviço calado e triste
Estava, então apaixonado!
Saia todas as manhãs escondido
A admirar a ciganinha
Seus cabelos negros e longos
O acariciavam noite e dia
Dormitavam ambos no mesmo amor
O amor que lhes sorria...
Conheceram-se numa tarde
Amaram-se eternamente
Em seus corpos plantou-se uma semente.
Porém, da Inquisição
A ordem veio sem perdão!
Queimem as bruxas e as ciganas
E toda gente que à igreja não pertence!
Muito amargurado e louco
O pobre noviço à ordem acata
Teve que levar à morte na caldeira
A cigana que tanto amava
Sabia a moça, que não era ele que o fazia
Era ordem da igreja
A ordem por hierarquia...
Mas a cigana ao fogo pereceu
Devido ao comando da abadia...
Muitos séculos se passaram
Viveram tristezas e solidão
Mentiras e intrigas impossibilitando o reencontro
Num tormento de provações
Em naves diferentes viveram
Muitas vidas separadas...
Eis que de repente se acham
Na mesma vida transpassada
E por força da estação
Somente um lembra do fato
É a cigana que veio de tão longe
Das estrelas,
Do espaço...
Explicar-lhe que ele não fora seu carrasco
Libertar dos grilhões o seu amado
E dizer-lhe que no passado
Nunca houve culpados...
Para assim estarem livres para o amor
Que antes fora interrompido
Fazendo florir a semente no interior guardado
A mesma que surgiu em tempos passados
Virá ao jardim da vida
Como o amor mais belo e profundo
Que abrirá as portas à felicidade
E dará início ao Novo Mundo!
Hellen Katiuscia de Sá
25 de agosto de 2005
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 2
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