Apatia
Autor Antoinete
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 2/12/2004 12:27:04 PM
A figura do apático está se tornando mais comum nas últimas décadas. A partir da segunda guerra mundial e outras guerras que se lhe seguiram e, depois, movímentos politicos marcados pelo totalitarismo ou absolutismo, quando o respeito humano foi sumariamente abolido e os valores tradicionais que transformaram o hominida no "homo sapiens" sepultados, contribuiram decisiva e decididamente para que a apatia evoluisse, como evoluiu. A apatia é, hoje, uma figura típica e difusa do mundo contemporâneo.
Curioso: a palavra "apatia" vem do grego e, na Grécia clássica, o apático era sinônimo de sábio, isto é, "do sábio libertado da estulticia das paixões discordantes e ruinosas". Significava a "ausência de pertubações" dos estóicos e dos epicuristas que, por serem apáticos, eram dotados de força interior tão intensa que nada podia atingí-los ou abatê-los.
Bom se houvesse apáticos assim nos dias de hoje. A apatia dos antigos significava felicidade, serenidade de espírito, libertação da necessidade e até - afirmam os helenistas - condição comparável à dos deuses. Nos dias que passa, a apatia é uma forma de nevrose, uma queda intelectual e moral, um vício passivo, jamais uma virtude ativa.
Participar, intervir, modificar ininterruptamente a nós mesmo e ao mundo, sentir e assumir responsabilidades, isso significa estar vivo. Ser pessimista não é bom. Mas ser apático é bem pior. E pior porque, no mundo de hoje, a apatia é sinônimo de estupidez. De vencidos. E todos estamos, ainda, lutando. E pretendemos continuar.
Para viver. Mas viver vivendo.
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