Apurar a percepção, é preciso!




Autor Flávio Bastos
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 04/03/2011 09:12:39
"A verdadeira viagem de descobrimento consiste não em procurar novas terras, mas ver com novos olhos" (Marcel Proust)
Percebemos, isto é, entendemos e distinguimos o mundo à nossa volta, através do que captamos pelos órgãos do sentido. Portanto, compreendemos a nossa realidade pela percepção sensorial que reune as funções da visão, audição, olfato paladar e tato, pelas quais o homem e os animais recebem as impressões do meio ambiente.
Este é o paradígma pelo qual estamos condicionados a partir do surgimento da espécie humana no planeta Terra. Modelo de percepção da realidade intrínsecamente associado ao modus vivendi de nossos primeiros ancestrais que desenvolveram os órgãos do sentido em função da sobrevivência em um mundo de natureza selvagem.
De lá prara cá, fomos desenvolvendo a inteligência através da extraordinária capacidade de criar, inventar e descobrir. A capacidade de perceber, no entanto, permanece quase que no mesmo nível de nossos antepassados, ou seja, ainda muito ligada às necessidades de sobrevivência...
Nos últimos séculos, a filosofia, as religiões reencarnacionistas, a psicanálise, a poesia, a música, o cinema e a arte em geral, acrescentaram qualidade na forma de percebermos a vida através de um ângulo diferente. Nesse sentido, a profundidade do pensamento, a sutileza e a sensibilidade ganharam terreno em um mundo até então dominado pelo poder do materialismo.
Com o surgimento do Espiritismo de Allan Kardec, que com o passar dos anos tornou-se ciência, filosofia e religião, a percepção do homem ocidental abriu-se em direção à sua natureza interdimensional. A teoria da imortalidade da alma surgiu para acrescentar conhecimento à percepção linear ou unilateral da vida, cuja crença baseia-se no que captam da nossa realidade física, os órgãos do sentido.
A partir do final do século 20, a mediunidade - ou percepção suprasensorial -, outrora perseguida e queimada nas fogueiras da inquisição, passa a ser considerada pela medicina, que a reconhece como um "estado alterado de consciência" não patológico.
No final da segunda metade do século 20, as psicoterapias que lidam com a interdimensionalidade humana em suas metodolologias, aparecem no cenário mundial com a certeza de que o espírito reencarnou em distintos corpos físicos durante sucessivas vivências na Terra.
A medicina alternativa ganha força e espaço como opção de tratamento de desequilíbrios psíquicos que até então eram tratados e controlados convencionalmente. Surgem tratamentos sutis mas profundos, que tocam a alma humana na busca da origem da dor e do sofrimento.
Com as significativas mudanças das últimas décadas, altera-se a percepção de quem encontra-se envolvido na interação terapêutica que investiga na interdimensionalidade do indivíduo, a esperança de cura. Uma nova opção de tratamento descortina os véus do passado e eleva a verdade de cada um à luz da consciência...
No entanto, se permanecermos condicionados a um modelo perceptivo fundamentado na realidade física e concreta, não perceberemos o que tramita dentro e fora dessa realidade dita "material". E quando posicionados à frente de uma pessoa, enxergaremos apenas o que ela representa na sua superficialidade. Baseados naquilo que acreditamos, observaremos este indivíduo conforme um conjunto de crenças que determina - e limita - a nossa percepção sobre o que está sendo analisado, isto é, o inconsciente humano e as origens infantis de seus desequilíbrios.
Portanto, é chegado o momento das ciências do comportamento humano evoluírem na direção de um currículo acadêmico que estimule os futuros terapeutas a desenvolverem uma capacidade perceptiva que fuja dos padrões habituais e penetre no campo da interdimensionalidade humana.
O paradígma materialista que percebe o homem como um princípio (nascimento, infância); meio (adolescência, maturidade) e fim (velhice, morte), não contempla a compreensão do psiquismo humano na sua forma ampla e real.
Nesse sentido, a percepção suprasensorial, ou seja, a percepção que supera o nível sensorial comum, torna-se a meta de todo psicoterapeuta que deseja libertar-se do modelo materialista que condiciona e limita a investigação do inconsciente humano até a infância do indivíduo.
Não esqueçamos que para apurar a nossa sensibilidade perceptiva, não precisaremos de "pré-requisitos". Basta-nos a vontade de mudar o ângulo de visão da vida. A partir dessa decisão - e direcionamento - muitas portas se abrirão no sentido de adquirirmos novos conhecimentos e preparo para lidar terapeuticamente com a natureza interdimensional do homem.
À título de sugestão, relacionamos, a seguir, algumas dicas básicas para aquele que deseja redimensionar a sua percepção sobre a vida e sobre o ser humano que encontra-se à sua frente no consultório de psicoterapia.
Estudar o Espiritismo e frequentar um curso de desenvolvimento mediúnico. Assistir palestras de médicos e psicólogos espíritas. Inscrever-se em cursos de formação psicoterapêutica cujo currículo contemple a regressão de memória à vidas passadas. Participar de seminários, congressos, etc., com o objetivo de atualizar e reciclar conhecimentos. Frequentar grupos de estudos com a finalidade de trocar experiências e interagir com os demais terapeutas. Informar-se constantemente através de literatura e textos afins.
Lembremos sempre, que percepção apurada adquire-se com a mente aberta e receptiva a novos conhecimentos. Saberes que expandem a consciência e afirmam o ser inteligente no equilíbrio de sua interdimensionalidade.
flaviobastos










Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |