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AROMATERAPIA 1: MIRRA - UM POUCO DE SUA HISTÓRIA

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Autor Maria Estela de Siqueira

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 3/31/2005 1:14:32 PM


A Mirra é originária da África, sendo, hoje, mais encontrada na Somália, Etiópia, Sudão, Líbia (África) e Irã (Ásia). Vem da espécie botânica Commiphora mirra, da família das Burseráceas, árvore com troncos cheios de nódulos e que cresce até seis metros de altura. É uma resina aromática retirada pela incisão no tronco da árvore que, quando seca, forma grânulos transparentes, de coloração amarelada até o roxo escuro; ao queimar exala grande perfume. No fim de agosto e início de setembro, nascem, em seus ramos, flores que vão do branco ao verde-claro. A casca da sua árvore contém numerosos dutos que são abertos para que escorra a resina.

Mirrol, ácido mirrótico, ácido comifórico, aldeído cumínico, eugenol, fenol, cadineno, heeraboleno, alfa e beta heera mirrol, são os seus principais componentes químicos. O óleo, utilizado em aromaterapia, é obtido por destilação a vapor da resina. Dessa resina emanam aromas tão especiais, que deles se utilizavam os povos ancestrais para produzir incensos e perfumes.

Sua história é longa e colorida. Existe uma lenda em torno de sua origem. A lenda é síria, mas foi adotada pela mitologia grega.

Conta-se que, num tempo bem distante, havia uma jovem muito bonita, de fazer inveja à própria Afrodite, deusa da beleza. Mirra era o seu nome. Ela amava seu pai, com grande paixão. Afrodite, sabendo disso e morrendo de inveja de sua beleza, inspirou a jovem ao incesto e, assim, Mirra, com a ajuda de uma ama, conseguiu enganar o pai, fazendo amor com ele por noites seguidas. Quando, por fim, o pai descobriu ficou tão furioso que quis matá-la. Mirra fugiu em desespero para a floresta e os deuses, com pena, resolveram transformá-la em uma árvore.
Dessa árvore nasceu o belo Adonis, por quem, mais tarde, Afrodite se apaixonou e, desde então, não mais se separaram. As gotas que saem do tronco dessa árvore são as lágrimas de Mirra.

Os antigos egípcios utilizavam-na para embalsamar, perfumar e conduzir os seus mortos até a morada dos deuses. Em Heliópolis, cidade egípcia do rei solar Ra, queimava-se incenso três vezes ao dia para marcar as estações na jornada do sol; a Mirra era usada ao meio-dia. É também citada por Demócrito como ingrediente da mais famosa mistura egípcia, kyphi (ou khepri). Na mumificação, o estômago do cadáver era preenchido com mirra e com cássia antes de ser costurado.

Quando a Península Arábica caiu sob o domínio de Salomão, a rainha de Sabá viajou muitas milhas para chegar ao Egito, para comercializar as plantas aromáticas que seu país cultivava. Levou consigo suas preciosas sementes; assim, as plantas cresceram e espalharam-se.

Na Bíblia, além dos versos do Cântico dos Cânticos em que Salomão fala de seu amor pela rainha de Sabá, a mirra é mencionada muitas outras vezes: “Quem é esta que sobe do deserto, como colunas de fumaça, perfumada de mirra, de incenso e de toda sorte de pós aromáticos? Eis que és formosa, esposa minha, eis que és formosa. Que belos são teus amores, melhores do que o vinho e o aroma de teus bálsamos, melhores do que o de todas as especiarias! O teu corpo é um pomar de romãs, com frutos excelentes: o cipreste, o nardo, o açafrão, o cálamo, e a canela, com toda sorte de árvores de incenso, a mirra e aloés, com todas as principais especiarias.”
“Cântico dos Cânticos”

“O Senhor falou a Moisés, dizendo: Toma para ti das principais especiarias, da mais pura mirra quinhentos siclos, e de canela aromática a metade, a saber, duzentos e cinqüenta siclos e de cálamo aromático duzentos e cinqüenta siclos. E de cássia, quinhentos siclos, segundo o siclo do santuário e de azeite de oliveiras um him. E disto farás o azeite da santa unção, o perfume composto segundo a obra do perfumista."
Êxodo 30, 22-25

No livro de Ester: “O rei Assuero após separar-se de sua esposa Vasti, ordenou que se buscasse moças virgens e formosas. Algumas mulheres foram escolhidas para se apresentar ao rei, mas só uma seria escolhida para se casar. Ester, que fora criada por seu tio, porque não tinha pai nem mãe, foi enviada para se encontrar com o rei. E durante seis meses esteve sob os cuidados da mirra e mais seis meses com especiarias e outras coisas usadas, na época, para a purificação das mulheres. Ester foi a escolhida para ser a rainha.”

É também citada no Livro dos Hebreus: “Mirra, aloés e cássia de tuas vestes dos palácios de marfins; com elas filhas de reis te deleitam em tua honra. A rainha, de pé, à tua destra, é circundada pela multidão”.

Foi escolhida como um dos presentes ofertados ao Menino Jesus pelos reis Magos, junto com o olíbano (ou incenso) e o ouro, símbolos da mais alta linhagem. E, na sua morte, perfumou seu corpo, como símbolo de imortalidade:
“E Nicodemos, o que havia ido de noite buscar a Jesus, veio também trazendo uma composição de quase cem libras de mirra e de aloés. Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o levaram envolto em lençóis depois de embalsamado com aromas, da maneira que os judeus tinham por costume sepultar os mortos.”
João, Cap.19, ver. 39, 40

Faz parte, ainda hoje, do grupo das quatro espécies nas festas do Sucot, que recorda a passagem do povo hebreu pelo deserto, quando da saída do Egito.
Esta festa tem, também, um aspecto agrícola em que se agradece a Hashem pela colheita. Antes do seu início, cada família deve estar de posse de quatro espécies vegetais: fruta cítrica (Etrog), ramo de palmeira (Lulav), ramos de mirra (Hadassim) e ramos de salgueiro. O conjunto deve ter um ramo de palmeira, dois galhos de salgueiro e três galhos de mirra, que ficaria à direita do ramo de palmeira.

Em muitos países que sofriam de falta d’água, as pessoas, não podendo tomar tantos banhos quanto gostariam, penduravam sua resina no pescoço, e o calor do corpo fazia com que sua fragrância se dispersasse e mascarasse os desagradáveis odores corpóreos.

Na antigüidade, as noivas judias, seis meses antes do casamento, eram tratadas com mirra, para deixar sua pele macia e perfumada. E também a utilizavam para perfumar seus vestidos e suas camas e a levavam no peito para refrescarem-se com seu perfume e estimular suas mentes.

Na idade média, um alquimista de nome Ferrabrás, da corte do imperador Carlos Magno, elaborou um elixir que ganhou o seu nome e que era considerado milagroso na cura de muitas enfermidades e de ferimentos. Esse elixir atravessou os séculos e, ainda hoje, é estudado pelos especialistas. Até mesmo Cervantes, no seu “Dom Quixote de La Mancha”, faz referência à cura dos ferimentos resultantes das batalhas com a utilização do elixir. Desse elixir, a mirra era parte essencial.

Ainda é usada para o tratamento, embelezamento e rejuvenescimento da pele das mulheres. Tem ação anti-séptica, antiinflamatória e cicatrizante.

No plano psicológico, ajuda a curar as amarguras do ser, a tranqüilizar a mente e a equilibrar pensamentos incontroláveis, como também, ajuda a cicatrizar feridas emocionais abertas e mágoas antigas.

Simbolicamente, faz a ligação dos seres deste mundo com o Divino, do finito com o infinito, do mortal com o imortal.

Maria Estela de Siqueira

Texto revisado por Cris

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