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As Iniciações dos Cátaros

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Autor Marcos Spagnuolo Souza

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 2/3/2008 10:58:08 AM


Durante quatro anos, o discípulo ficava no interior das grutas se dedicando ao trabalho, estudo, oração e jejuns. As grutas eram inteditadas aos crentes.

O discipulado nas grutas se desenvolvia em cinco etapas:

O discípulo antes de iniciar o estágio probatório fazia o seguinte compromisso: “Prometo consagrar-me a Deus e a seu Evangelho, não mentir jamais, não ter contato com mulher alguma, não matar nenhum animal, não comer carne. Prometo não viajar, nem viver nem comer sem um de meus irmãos e, em caso de cair em mãos de nossos inimigos ou ser separado de meu irmão, abster-me durante três dias de todo alimento. Prometo a mim mesmo não trair jamais minha fé, seja qual for a morte que me espera”. Depois do compromisso o discípulo era encaminhado para a Gruta da Catedral.

A cerimônia do compromisso era da seguinte forma: no meio da gruta, estava o altar e sobre ele, o Novo Testamento. Todos os assistentes se colocavam em círculo no mais absoluto silêncio. O neófito era colocado no meio do círculo, a pouca distância do altar. O perfeito, que oficiava na qualidade de sacerdote, abria a função sacramental, recordando a doutrina cátara. Quando o neófito era casado, perguntava à sua mulher se estava disposta a romper o vínculo matrimonial e de fazer doaçaõ de seu marido a Deus e ao Evangelho. E se era a mulher que ia fazer o compromeisso, as perguntas se dirigiam a seu marido. O sacerdote perguntava ao neófito: “Irmão, queres abraçar a nossa fé?” O neófito respondia: “Sim, padre”. O neófito abaixava, tocando com suas mãos o solo e dizia: “Bendicidme” por duas vezes, na terceira vez que abaixava dizia: “Padre, pede a Deus que me leve, pecador, a um bom sinal”. O Mestre respondia: “Que Deus te bendiga, faça de ti um bom cristão e te conduza aum bom final feliz!”

Etapa do Probatio. A primeira etapa o aluno dedicava-se a orações na capela, aos trabalhos com cerâmica, no fabrico do pão, na tecelagem das vestimentas, lidava com a preparação da lã, linho e cânhmo para fiação, na moagem do trigo, preparação dos fios e óleos para as lamparinas, no cultivo das frutas, limpeza das inúmeras galerias e corredores, na armazenagem das provisões. Durante o dia, obedecia à seguinte programação: acordava antes do nascer do sol e se reunia numa grande galeria para as orações à espera do raiar do sol. O sol despontando no horizonte, todos passavam ao trabalho manual até as 11 horas, horário indicado pelo posicionamento do sol. Seguia-se o almoço no refeitório. Na parte da tarde, voltavam às oficinas. Em alguns dias saiam para os declives da montanha para conhecerem as plantas, animais selvagens e moviemnto dos astros. A primeira etapa transcorria na gruta da Catedral, durante dois anos.

A segunda etapa era desenvolvida na Gruta do Eremita ou de Ornoloc, onde havia menos trabalho material e muito mais trabalho intelectual, período em que se estudavam pergaminhos antigos. Entravam resolutamente no domínio do Espírito. Neste período, aprendiam e se preparavam para a vinda do Consolador. Escutavam as seguintes palavras dos Mestres: “Eu sou o Consolador, a Verdade, a vida, ninguém vai ao Pai senão por Mim. Eu rogarei ao Pai e Ele vos enviará um outro Consolador, a fim de que fique para sempre convosco. O Consolador, o Espírito Santo que meu Pai vos enviará em Meu Nome, ensinar-vos-á todas as coisas e reterá em vossa memória, tudo que Eu vos tenho dito. E quando Ele vier, Ele, o Espírito da verdade, vos conduzirá em toda a verdade”.

O discípulo recebia os seguintes conhecimentos esotéricos: de Rama sobre o Monte Albori; de Krisna, sobre o Monte Merou; de Hermes, nas grutas profundas de Mênfis; de Moisés, sobre os rochedos de Serbal; de Orfeu, pontífice do Templo, sobre o Monte Kaoukaien; de Pitágoras, em Delfos; de Platão em sua academia; de Jesus, sobre a Montanha; dos Egípcios sobre o livro dos mortos; de Ahmosi, grande sacerdote egípcio, que anunciava que Fenix iria renascer de suas cinzas.

A terceira etapa era desenvolvida na Gruta da Acácia, um pouco acima da Gruta do Eremita, apenas a alguns passos dela. A gruta dominava o vale do Ariege. Predominava nesta etapa as longas meditações, quando o discípulo ficava a maior parte do tempo emêxtase contínuo. A alma, em parte livre do corpo, prosseguia na purificação e na regeneração. Tornava-se bela,brilhante, afastava-se cada vez mais da atmosfera terrestre. O discípulo abandonava pouco a pouco o seu corpo animal e formava seu corpo espiritual. Quando o discípulo estava preparado, uma pomba penetrava na gruta, pousava sobre sua cabeça e ia-se embora tão graciosamente como havia chegado. É justamente a manifestação objetiva da subjetividade. É o infinito manifestando no finito.

A quarta etapa era desenvolvida na Gruta de Kepler. O discípulo permanecia na gruta durante quatro dias. No interior da gruta, rente ao solo existia um túmulo elaborado na própria rocha onde o iniciado deveria permanecer em meditação profunda. Era o período do aniquilamento da matéria e o morrer antes de elevar-se em Espírito. Ó ato de abandonar sua lagarta, ou seja, o corpo físico. É a fase em que o corpo de luz devidamente desenvolvido passa a servir de veículo para a alma que tomou consciência de si mesma. Neste momento o discípulo pode deixar a terra e seu corpo físico ou permanecer para ajudar a Fraternidade da Luz no campo da vivência terrestre. A alma do Perfeito que abandona a esfera física, parte com o seu corpo de luz para trabalhar na Igreja Invisível. O que aqui permanece ajudará a Igreja Invisível no plano material, ou seja, na Igreja Visível. Não era o discípulo que escolhia um dos dois caminhos, mas dizia: “Senhor, seja feita a sua vontade” e, neste momento nasce o filho da luz na Igreja Visível ou na Igreja Invisível.

Quinta etapa na gruta de Belém. Esta gruta está situada na parte mais alta de Sabarthes. Era a capela dos puros, brilhantemente iluminada. Entrava na Gruta de Belém o novo homem, o homem que nasceu de novo para trabalhar no plano material. Entrava na Gruta de Belém o corpo material transfigurado em corpo de luz. O homem físico com seus corpos sutis não entrava na Gruta de Belém, pois, o corpo material e sutis não herdam o reino eterno. O discipulo na Gruta de Belém com suas vestes sagradas que são justamente o corpo de luz e a alma renascida consciente de si mesma e de Deus é incluido na Igreja Visível. O discípulo na Gruta de Belém passa a ser Mestre para instruir todas as almas corporificadas presas aos seus desejos. O Mestre, o Puro, o Cátaro, poderá, a partir deste momento andar no mundo que nada o maculará, porque ele não é do mundo, venceu o mundo, venceu a morte.

Não é necessário ir às grutas dos Cátaros para percorrer o caminho, pois estas simbolizam o nosso próprio interior. O ato de penetrar nas grutas é o mergulho consciente da alma e si mesma buscando o Santo Graal que é a taça que serve o vinho soma do Espírito Divino. Beber no Santo Graal é beber o sangue de Cristo e comer a sua carne que é o ato de transformar a alma em um cálice sagrado para receber as emanações originárias de Deus. Durante as quatro primeiras etapas o discípulo estava construindo o Santo Graal, transmutando a alma em um cálice de ouro para receber o Consolador.




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