Avenida Paulista
Autor Eliane Stum
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 8/31/2005 5:03:07 PM
Ontem à noite caminhava pela Avenida Paulista, cartão-postal da cidade de São Paulo, e observava sua beleza.
Que cenário diversificado aquele! Encontra-se de tudo e de todos! Dos tipos mais alinhados aos mais bicho-grilos. Dos que falam em bom-tom, dos que falam exaltados – gargalhando ou ralhando - dos que não falam. Expressões de cansaço mesclam-se às expressões de vitalidade da turminha sentada à escadaria da Fundação Armando Álvares Penteado.
Mesinhas espalham-se pelas calçadas, repletas de gente saboreando o "happy-hour". Ônibus circulam lotados, automóveis e motocicletas disputam as faixas daquela avenida que viu toda a história da cidade se desenrolar.
Ontem, ali caminhando, recordava as imagens dos tantos livros que já folheei com retratos antigos daquele local. Imaginava-me naquelas realidades, mas é claro, sem descuidar da bolsa! É uma sensação diferente entregar-se às imaginações e ao mesmo tempo manter-se alerta ao que acontece ao redor; estabelecer um monólogo secreto dentro de mim e ao mesmo tempo manter o bate-papo com meu marido. Algo peculiar mesmo, só sentindo.
Foi então que, como que lendo meus pensamentos, meu marido comentou: "Essa avenida é bonita porque não tem aquele monte de fios da energia elétrica". E ele estava repleto de razão. Evidente que esse não é o único aspecto que torna aquela avenida bela. Ela é genuinamente bela!
A noite de ontem foi presenteada por uma temperatura bem diferente da época inverno/ primavera; era um calorzinho agradável. E ainda que pudéssemos sentir na garganta os efeitos da baixa umidade do ar, a beleza da Paulista se mantinha altiva.
Sejamos como a Avenida Paulista!
Ela estava lá, iluminada, sem mostrar de onde vem a sua energia! Ela estava lá, convivendo com gente de todo tipo, bem e mal-humorada. Convivendo com a poluição. Com aqueles que a tratam bem e a tratam mal. Com aqueles que a valorizam e com os que nem a enxergam. Com os que depredam e com os que constroem.
Que tal seguirmos seu exemplo?
Pois apesar de tantas adversidades, lá estava a Avenida Paulista, ostentando sua beleza singular e seu valor perante a cidade, e porque não ao país, já que é conhecida internacionalmente?! E para que seu valor não seja constestado, lá estavam as estrelas coroando o céu que placidamente fazia o papel de toldo daquele espetáculo!
Texto revisado por Cris
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