BAR-IGREJA
Atualizado dia 3/15/2008 4:16:17 PM em Autoconhecimentopor Ernesto Ruben de Oliveira Júnior
Esta iluminação não veio por acaso; ela é fruto de cansativas e lamentáveis observações e constatações. Num simples passeio pela cidade verificamos um número assustador de botecos, chegando a ter vários em uma mesma rua, ou um em cada esquina.
Também observamos uma grande quantidade de igrejas das mais variadas origens e credos; e o que é pior, ou melhor para quem quiser entrar no ramo, é que esse número é crescente e vai ao encontro das necessidades e anseios de um povo carente de condições materiais e culturais, e que ao mesmo tempo precisa ser santo pela sua tradição e fé religiosa, seja ela qual for, e pecador pelo seu próprio prazer e necessidades, somado ao estímulo apelativo de uma mídia selvagem e parcial.
Criando o “BAR-IGREJA” resolveríamos a maior parte de alguns problemas que causam constrangimento à maioria deste povo santo/pecador. O cidadão poderia perfeitamente ir ao “BAR-IGREJA” tomar as suas “biritas”, sem medos e arrependimentos de beber e ter gasto seu dinheiro com elas, e ao mesmo tempo rezar e ser perdoado de imediato, logicamente mediante o pagamento de um pequeno dízimo para isso, porém saindo sem peso na consciência e com seu dever de fé religiosa cumprido. Não teria problemas com a esposa e família, pois ou estariam bebendo com ele, ou rezando em um outro compartimento.
Poderiam ser criadas parcerias interessantes, com grandes patrocinadores como a missa “rabo-de-galo”, sem falar que ninguém mais teria constrangimento de beber pra valer nas romarias e chegar completamente bêbado em Bom Jesus de Pirapora, não sabendo onde está e nem o que foi fazer lá.
Confusões também poderão surgir como, por exemplo, os fiéis pedirem ao pastor o versículo número 1, e ser entregue a eles uma cerveja “estupidamente” gelada, ou o versículo número 51 e ter em mãos uma cachaça “da hora”.
Mas, com o tempo, tudo isso não iria ser problema, pois o importante é o povo estar satisfeito e a empresa “BAR-IGREJA” estar faturando e a cada dia ampliando os seus negócios; e o governo também lucrando com os impostos e principalmente com as opções limitadas e, cá entre nós, muito oportuna para os seus interesses.
Peço àqueles que se incomodaram com esta idéia, e estão inclusive dispostos a me processar e/ou me excomungar, que fiquem calmos porque foi apenas um sonho que tive, ou melhor, um devaneio de ficção científica, e que qualquer semelhança com fatos por acaso observados na realidade do nosso dia-a-dia, não passa de pura coincidência.
E que o nosso CRIADOR nos ajude e continue iluminando os nossos caminhos, ajudando a todos nós a distinguir o verdadeiro do falso, e o amor do simples e mal intencionado interesse.
Ernesto Ruben
Texto revisado por Cris
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