Carma, regressão e simbolismo
Atualizado dia 06/05/2006 07:36:29 em Autoconhecimentopor Flávio Bastos
Somos formados por três partes essenciais:
1°) O corpo ou ser material, semelhante ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital;
2º) A alma, espírito encarnado, do qual o corpo é a habitação;
3°) O periespírito, princípio intermediário, substância semi-material, que serve de primeiro envoltório ao espírito e une a alma ao corpo e que guarda a memória de vidas passadas.
Por que o espírito encarnado perde a lembrança do passado? Os espíritos comunicantes respondem a Kardec:
"A cada nova existência o homem tem mais inteligência e pode melhor distinguir o bem e o mal. Onde estaria o seu mérito se ele se recordasse de todo o passado? Quando o espírito entra na sua vida de origem (a vida espiritual), toda a sua vida passada se desenrola diante dele; vê as faltas cometidas e que são a causa dos seus desconfortos; compreende a justiça da posição que lhe é dada e procura, então, a existência necessária a reparar o que acaba de escoar-se. Procura provas semelhantes àquelas por que passou ou as lutas que acredita apropriadas ao seu adiantamento, e pede a espíritos que lhe são superiores para o ajudarem na nova tarefa a empreender porque sabe que o espírito que lhe será dado por guia nessa nova existência, procurará fazê-lo reparar suas faltas, dando-lhe uma espécie de intuição das que ele cometeu. Essa mesma intuição é o pensamento, é o desejo que frequentemente vos assalta e ao qual resistis instintivamente, atribuindo a vossa resistência, na maioria das vezes, aos princípios que recebestes de vossos pais, enquanto é a voz da consciência que vos fala, e essa voz é a recordação do passado, voz que vos adverte para não caírdes nas faltas anteriormente cometidas. Nessa nova existência, se o espírito sofrer as suas provas com coragem e souber resistir, eleva-se a si próprio e ascenderá na hierarquia dos espíritos, quando voltar para o meio deles".
Sobre a importância de "sentir-se consciente, situado", passo a descrever uma experiência que tive quando tinha pouco mais de 20 anos e frequentava um cursinho preparatório para noivos que iriam casar: em determinado momento da palestra do padre, senti um arrepio e o corpo tremer levemente. Em seguida, peguei uma caneta e escrevi a seguinte mensagem: "Padre, Deus é a única ciência verdadeiramente exata, e o caminho é a consciência". Assim que terminei senti novo impulso de entregar a mensagem ao padre, o que foi depois, realizado. Aprendi, a partir deste dia, que a consciência é a voz intuitiva do nosso espírito-guia e o caminho que nos leva mais próximo a Deus. Aprendi, também, que o verdadeiro significado da expressão "consciência limpa" é ter consciência de si em permanente contato com as verdades do nosso universo interior.
A propósito do que acabamos de abordar, há pouco tempo recebi no consultório uma pessoa com alguns sintomas de depressão e que relacionava a sua situação depressiva a um histórico e problemático relacionamento com a sua egocêntrica progenitora de 93 anos de idade, a qual, apesar de seu gênio difícil de conviver, mantinha sob seus cuidados. Após algumas sessões de psicoterapia desta vida, encaminhamos o tratamento para uma investigação regressiva onde a paciente acessou uma imagem em que via-se caminhando em uma estrada desconhecida mas iluminada. Sentia muita confiança e um impulso de seguir em frente na sua jornada.
A paciente acessara imagens de uma vida anterior? Com certeza, não. A paciente simplesmente recebera, em forma simbólica de imagem, uma mensagem do plano espiritual de que a relação mais próxima com a sua mãe - no sentido de sua extremada dedicação à ela - havia terminado e que, a partir de então, abria-se um "novo caminho" em sua vida para que ela começasse a desfrutar daquilo que, pela necessidade da obrigação cármica com a sua mãe, havia recalcado durante muitos anos: liberdade para continuar investindo em si e no caminho da evolução consciencial. Ela estava livre das obrigações cármicas com a sua mãe. Havia cumprido o seu papel!
Com a revelação da mensagem e o decorrente trabalho terapêutico realizado na interpretação de seu significado, a paciente foi elaborando o seu histórico sentimento de culpa relacionado à sua mãe, a ponto de chegar à certeza e à decisão de que chegara o momento de interná-la em uma clínica geriátrica. O que foi realizado em bom nível de entendimento entre mãe e filha, sem culpas nem remorsos.
O profissional que trabalha com regressão de memória sabe, de antemão, que nem todas as tentativas de acesso a vidas passadas serão permitidas pelo plano espiritual. Existem as leis cármicas que, conforme análise de cada caso, serão liberadas ou bloqueadas tais informações. O critério, portanto, não é do terapeuta. Não temos poder para isso. O caso apresentado mostra que o mais importante na regressão é a qualidade e não a quantidade da experiência, e que, muitas vezes, o conteúdo é revelado em forma de imagens simbólicas que precisam ser analíticamente decifradas e interpretadas pelo terapeuta.
Psicanalista Clínico e Reencarnacionista.
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Texto revisado por: Cris
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |